Capítulo 50

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AMÁLIA

Assim que o dia amanheceu, voltei como prometido para casa do Alex. Cheguei bem cedo e, por sorte, não encontrei ninguém que pudesse me ver com as malas, pois não queria ter que explicar todo o ocorrido. 

Depois de deixar a mala no quarto e vestir o uniforme, fui para a cozinha e encontrei o Alex. 

— Você veio. 

— Eu disse que viria. — Respondi e ele sorriu, aproximando-se. 

Ele colocou uma mecha de meu cabelo, que estava no meu rosto, para trás da orelha. Portanto, senti um frio na barriga, ou as famosas borboletas, com seu gesto.

— Aceita sair comigo hoje? 

— Sair? 

— Sim, nós poderíamos ir a uma sorveteria ou ao parque. Talvez, um jantar fora?

— Eu não posso, desculpe.

— Por que não? — Juntou as sobrancelhas.

— Hoje é o dia que vou à igreja. — Ele suspirou antes de balançar a cabeça em afirmação. — O Senh... Você não quer ir junto? 

— Eu? — Afirmei.

— Será bem-vindo. — Ele pensou por um instante.

— Tudo bem. — Sorri, realmente feliz. Ele, por sua vez, devolveu o sorriso e beijou minha testa, fazendo meu coração pular no peito. 

[...]

Às dez horas em ponto, eu já estava pronta. Alex passou em meu quarto e bateu à porta, me chamando. Então, descemos juntos até o carro e ele abriu a porta para que eu pudesse entrar. Eu estava feliz por ele estar indo comigo, que quase não podia conter o sorriso no rosto. 

— Não sorria tanto assim ou meu coração não vai aguentar. — Ele brincou, fazendo-me rir.

— Não seja bobo. — Então, ele ligou o carro. 

Após algum tempo, Alex parou o carro em frente à pequena igrejinha, que ficava perto do orfanato, e vi que havia algumas pessoas chegando. Depois, tirei o cinto e saí do veículo. 

— Tudo bem se eu esperar aqui fora? 

— Não vai entrar? — Ele desviou os olhos.

— Não. — Segurei suas mãos e ele me olhou. 

— Tudo bem, mas se sentir que deve entrar, não hesite, sim? — Ele assentiu com a cabeça. 

Então, soltei sua mão e me afastei, caminhando em direção a entrada. Não podia obrigá-lo a entrar, ele tinha que vir por livre e espontânea vontade. 

Já na porta, fiz o sinal da cruz. Hoje, tia Estela não estava, pois ela só podia vir aos domingos. Durante toda a missa, sempre me pegava pensando no Alex. Lembrei-me de quando Anna me falou que viu seu irmão orando no hospital, o que foi um choque para mim. Se ele orou, é por que acredita, certo? Alex não falaria com Deus se dentro dele não houvesse algum resquício de fé.   

Quando a celebração chegou ao fim, fiquei de pé e olhei para trás, tendo uma enorme surpresa ao ver Alex sentado no último banco. Então, nossos olhos se encontraram e ele se levantou. A passos lentos, caminhei até ele. 

— Senti que devia entrar. — Disse simples.

— Há quanto tempo está aí?

— Não muito. Vamos? — Ele estendeu a mão. Olhei para ela e a segurei. Alex sorriu e, então, caminhamos até o carro. 

— O que acha de um sorvete e… Uma caminhada no parque? 

— Eu tenho que trabalhar, Senhor.

— Eu sou seu patrão e estou te chamando. Acha mesmo que vou me importar? — Cruzei os braços e arqueei uma sobrancelha, olhando para ele. — Meia hora apenas. — Suspirei, derrotada.

— Tudo bem. 






Sim, o Alex estava com ciúmes.

E sim, agora eles são um casal.

Então...como está o coração?

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