3.1 - O Circo quer nos matar

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HARLEY QUINZEL PDV

— Deveria ser tão escuro assim? 

Nós estávamos dentro do túnel e assim que entramos a porta se fechou automática atrás de nós e o breu tomou conta do espaço. Quase não enxergava nada se não fosse as luzes do teto, falhando, e os trilhos mal iluminados.

— Fique atenta, Harley. 

A nossa frente, havia um pequeno carrinho de metal estático com pisca-piscas ao seu redor. Espaçoso suficiente para duas pessoas.

— Será que esse troço ainda liga? — perguntei chutando o objeto. 

Imediatamente, para responder a minha pergunta. As luzes ao redor dele acenderam magicamente e como só havia uma alavanca dentro do carro, acredito eu que fosse para acelerá-lo para frente. 

— É melhor seguirmos a pé, não acha? 

— Vai ser devagar demais, Bat, não temos tempo — retruquei já subindo no carrinho.

Bruce pigarreou mas obedeceu subindo logo em seguida também. 

Conforme o carrinho anda devagar, algumas luzes no teto começaram a piscar e ficar extremamente fracas, até finalmente ficarmos no escuro maciço. Preparei meu bastão e percebi que Bruce fez o mesmo com seus batrangs. 

Não poderia ser um bom sinal.

O clima havia se tornado frio, o barulho da música ridícula falhava, se tornando mais assustadora e algumas lâmpadas acendiam nos dando flashs de luminosidade para perceber o que havia a nossa volta. 

Em algum lugar no escuro, nosso carro parou de andar.

Empurrei a alavanca mais um pouco, tentei pôr no lugar e depois voltei a ignar, não funcionou. Chutei a droga do carro e nada de andar. 

— Que ótimo — virei-me para o Bruce. — agora ficaremos...

— Abaixa! — alertou.

Por reflexo, fiz o que ele mandou. Nem havia escutado que atrás de mim havia um cara vestido e usando máscara de palhaço. Bruce o nocauteou somente com um soco rápido. Arregalei os olhos em surpresa absoluta. 

— Como você consegue enxergá-los? — indaguei um pouco desnorteada, trocando de lugar com ele.

Ele nocauteava mais um no queixo agora.

— Visão noturna — respondeu simplesmente. — pegue.

Quantos brinquedos esse batman tinha? Céus. 

Ele entregou-me um óculo digital, encaixei em cima do ouvido e esperei. Tudo ficou amarelo e vermelho, imaginei que era sensor de calor. Bem maneiro. Senti-me num episódio das três espiãs demais.

— Leg... 

Não deu tempo nem de elogiar minha nova tecnologia, um ruído a minha direita tomou a minha atenção e quando virei-me o palhaço estava na minha frente. Ele agarrou-me pelo pescoço, tentando me enforcar, mas de alguma forma consegui cotovelar seu antebraço fazendo-o gemer de dor. 

E com o susto, minha única reação foi rebatê-lo com meu bastão e foi isso que eu fiz. A pancada foi tão forte que ouvi o maxilar dele se quebrando enquanto seu corpo voava para longe de nós.

— Misericórdia — murmurei sentindo calafrios. Bruce não evitou em soltar uma breve risada.

Agora o carro voltava a se mover, mais rápido do que o normal. Isso não significava que não havia mais palhaços. Alguns surgiam do teto e puta merda, tomei uns sustos ridículos. Se não fosse o Batman eu poderia ter morrido de um ataque cardíaco com aquelas máscaras feias respigando sangue e o olhar tão psicótico quanto o do Coringa. 

Indomável - HarlivyOnde histórias criam vida. Descubra agora