1.8 - Começo da tragédia

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xX Minha gente, como ta aí a coisa na cidade de vocês heim? Esse corona tá me deixando assustada real, em todos meus dezessete anos de vivência vi um surto desse não minha gente. Sério, eu já não saia de casa, agora pronto mesmo. Espero que vocês estejam tomando cuidado, se cuidem ok gente? Vamos zerar o netflix e ficar em casa lendo de boinhas. Boa leitura <3 Xx


HARLEY

Fazia três dias desde a proposta do Coringa. Era uma proposta e tanto... Ele queria mais que se casar comigo, ele queria criar o nosso filho ou filha comigo, ao meu lado, dar carinho e amor. Será que ele realmente mudou? Essa pergunta não conseguia sair da minha cabeça. 

- Harley que porra é essa? - Hera tinha acabado de atender a porta e levantou o buquê de rosas com uma cartinha. Gelei me sentando direito no sofá. Ela puxou o bilhete e leu em voz alta com o cenho franzido - Ansioso para saber sua resposta. Do seu futuro noivo, se assim desejar, JJ... - sua voz falhou no final. 

Ela engoliu em seco e antes que saísse da sala a passos largos a puxei para o sofá. Seus olhos marejavam e os meus também. E agora, como eu explicar tudo isso ?

***


HERA

Gelei. 

Meus olhos revelavam incredulidade, minha respiração começou a falhar devido ao ar que prendi com a tensão das informações que eu descobri a alguns minutos. Meu cérebro ainda estava tentando organizar tudo até que um turbilhão de sentimentos me atingiu: Medo, angústia, nojo...

- Eu não consigo acreditar que você sequer tá cogitando isso - eu ri em sarcasmo. Harley me encarava séria - puta que pariu, Harley! Você está louca?

Meu coração parecia estar sendo espremido, com força. Sem dó. Como se abrissem uma ferida minha e simplesmente rasgassem a aumentando. 

Não tinha reação pra isso, esse era o meu maior medo: Harley me virar as costas...de novo. Depois de tudo que passamos juntas, depois de todos os momentos que tivemos juntas. Como ela sequer podia pensar nisso?

- Eu ia te contar...

- Quando Harley? Quando iria me contar? Pelo amor de Deus! Você traiu completamente minha confiança - disse em alto e bom tom, ela me olhava triste, no entanto, não estava ligando pra isso. Ela sabia que estava errada.

- Eu ia contar quando... quando eu decidisse sobre... - a interrompi rindo em ódio e sarcasmo.

- Está brincando comigo! Está comigo a mais de um mês, disse que me amava e agora precisa mesmo decidir sobre os seus sentimentos sobre seu ex? - retruquei em raiva. Ela se aproximou tentando pegar minha mão, dei um tapa - Não! Fique longe.

- Mas Pam... eu nem aceitei! - ela disse com a voz embargada do choro. 

- Se demorou esse tempo inteiro, então é porque você iria... - digo com desdém na voz. Ela negou com a cabeça.

- Ruiva, por favor, tenta entender, eu o procurei porque não é uma decisão que eu possa tomar sozinha... - ela justificou desesperada. Assenti ainda sorrindo em ironia.

- É claro que não é... você não tem uma namorada pra pedir opinião. Você não tem amigas pra pedir opinião. Você não tem um apartamento pra morar. Você não tem pessoas que amam você, pra te dar esse apoio não é?

Falei tudo de uma vez e ela começou a chorar e soluçar. Eu também. Engoli o choro e continuei.

 - Ao invés disso você foi correndo pra única pessoa que te maltratou a vida inteira e só porque te dá flores você acha que ele mudou.

Indomável - HarlivyOnde histórias criam vida. Descubra agora