1 - O início de tudo

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AVISO: Esta história contém conteúdo sensível e gatilhos (violência, linguagem pesada e conteúdo sexual explícito), se não se sentir a vontade NÃO LEIA.


HARLEY

Naquela noite, eu estava na boate do meu pudinzinho dançando empolgada como eu sempre fazia. Sempre fui uma ótima acrobata, tenho um dom natural fazer o quê? Na mesa eu via a clientela adorando meus movimentos e ele me encarava sorrindo enquanto recarregava suas pistolas calmamente, adorava esse trabalho.

O Joker tinha me dado uma nova vida, eu me sentia presa sendo a Harleen. Mudar para a Harley Quinn mudou a minha vista do mundo, além disso, eu era a Rainha de Gotham, qualquer um que se metesse comigo meu pudinzinho mataria. 

Ele daria a vida por mim com certeza!

A boate estava lotada hoje, mas o que mais me surpreendeu nesse fatídico dia foi a entrada da minha querida amiga ruivinha no nosso estabelecimento. Ela morava afastada da cidade, só visitava a cidade quando tinha negócios. Pam me olhava atentamente, mais até do que o Coringa que ainda não havia notado sua presença.

Estava tão focada em mim que me deixou corada com facilidade, desviei o olhar. Era estranho dançar daquele jeito na frente de uma amiga. Claro que já houveram provocações piores entre nós duas, mas isso é história para depois.

Quando terminei a dança ela veio até mim perto do balcão de bebidas.

— Eaí doidinha — disse sorrindo com seus dentes impecáveis. — tudo bem ? Estava com saudades.

Ela se aproximou e deu-me um abraço caloroso, logo retribui.

— Ei, plantinha — retribui o sorriso. — idem, tudo bem sim e você ?

— Comigo tudo ótimo querida, a propósito, bela apresentação — deu uma piscadela.

— Obrigada.

Fiquei um pouco sem graça e provavelmente corei pelo elogio, esperava travar como ela sempre deixava-me, contudo, consegui continuar a conversa.

— O que te trás aqui?

— Bom, dessa vez eu vim porque eu realmente só queria me distrair um pouco. Estou cansada de negócios — suspirou. — queria te ver...

Essa era nova. A grande Hera venenosa saindo de casa para visitar os amigos, quem diria. Isso fez meus olhos brilharem e abrir um sorriso de orelha a orelha.

— Você sabe que não consegue ficar sem minhas loucuras — me gabei vitoriosa. 

Já fizemos tantas coisas juntas, maioria ideias minhas: roubamos o Bruce Wayne, tretamos com a Selina, trolamos o pinguim. Bons e velhos tempos...

Repentinamente, ela se aproximou do meu corpo, muito mesmo... de um jeito tão invasivo que prendeu-me com o olhar, fixando seus olhos esmeralda incrivelmente sedutores em mim. Acho que minha reação não foi das melhores porque ela deu uma pequena risada da minha letargia de um jeito malicioso que só ela tem. Ela tinha um efeito sobre mim. Deus, como tinha... Ficamos a um palmo de distância.

Ela se aproximou mais ainda e eu dei um passo pra trás com o coração palpitando a mil, porém o balcão de bebidas me impedia de andar mais. Apoiei as mãos pra trás enquanto ela foi até o meu ouvido.

— Você também não consegue ficar sem minhas provocações — sussurrou rouca e loucamente sexy. Isso me causou uma série de arrepios por todo o corpo.

Praticamente sentada sob balcão depois desse "empolgado momento" ela colocou as duas mãos sobre as minhas coxas e fitou meu rosto com uma expressão indecifrável esperando por uma resposta da ponta da língua como eu sempre fazia. 

No entanto, eu travei de uma forma inexplicável.

— E-e-eu... Hum...

— Harley! Cadê você? — Coringa chamava pela boate com um misto de raiva disfarçada e desespero na voz.

— Estou indo! —gritei de volta. — espera Pam, já volto.

Ela revirou os olhos, foi beber algo e eu sai.

Enquanto eu caminhava até meu pudinzinho com alegria, mas ele me olhava com uma expressão de ódio. Droga. Que eu fiz agora ?

— Diga, o que você achou da minha apresentação? – falei entrelaçando meus braços ao redor do seu pescoço.

— Com quem você estava ? — perguntou ignorando-me totalmente. — heim, Harley?

— Com uma amiga bebê, a Hera — apontei para a ruiva que estava ainda no balcão bebendo shots de tequila.

— Você está me traindo com uma vadia, Harley? – diz puxando meus cabelos e reclamei com a atitude brusca. — Você é só minha, não quero você falando com amiga nenhuma mais tá ouvindo ?

Seu rosto estava completamente tomado de ódio. O puxão que deu no meu cabelo doeu muito, eu tentei contrariar o que ele disse, todavia ele ignorou tudo. Eu estava apenas conversando com a Hera... Mas que merda...

— Você vai lá para o quarto agora e vai ficar lá – cortou-me friamente.

— Mas pudin...— ignorei sua ordem com os olhos já cheios de lágrimas.

— VAI LOGO HARLEY! — gritou e e deu um sorriso frio pra mim. Subi as escadas devagar contra a minha vontade. 

Ele atirou com uma de suas armas para o teto duas vezes, virei-me para encará-lo, perplexa pelo o que estava fazendo. Nunca havia atirado na própria boate... Todos olhavam perplexos, alguns já se retiravam correndo, outros estavam com muito medo para sair.

— TODO MUNDO PRA FORA DESTA MERDA. A NOITE ACABOU HOJE. SAIAM – Joker gritou aos clientes – você Harley — pegou meu rosto pelo queixo — vai vir comigo até o quarto, vamos ter uma conversinha – disse olhando-me em fúria e dando pequenos tapinhas na minha bochecha.

Confesso que estava com medo do que iria acontecer. Com muito, muito medo. Entretanto, todos já tinham saído, não havia ajuda. A última pessoa que vi indo até a saída contra sua vontade, forçada pelos capangas do meu Rei, me encarou nos olhos com sua face preocupada. A olhei triste, sabendo que poderia ter sido a ultima vez que nos vimos.

— Docinho você sabe que eu jamais trairia você — falei enquanto ele puxava-me pelos cabelos subindo as escadas da boate que levavam ao nosso quarto.

— Você vai aprender a não me trair de novo.

O que me impressionava era como eu falava com as paredes, já que ele não estava nem aí pra minhas explicações.

***


Cap revisado e reescrito em Julho de 2021.

Indomável - HarlivyOnde histórias criam vida. Descubra agora