Indomável - Harlivy

6 - Sempre aqui pra você

HERA

Assim que amanheceu, pedi ajuda da Selina para contatar o morcego. Eu sabia que eles tinham um "romance" e se conheciam por trás da máscara e por mais que eu tivesse curiosidade de saber quem era o Batman sabia que ela nunca contaria quem é, por isso nem perguntava. Resolvi entregar o esquisitão ao Batman, pelo menos ele não morreria na mão daquele canalha.

A essa hora ele deveria estar indo em direção ao hospício de Arkham. Esse contato que Selina tinha era muito bom, quebrava um galho legal. No entanto, só eu sabia que ela e o morcego ficavam juntos. Deixamos de confiar com na Harley porque bem... ela nunca seguia nossos conselhos e por isso achávamos que se contássemos a ela, com certeza abriria a boca para o Joker.

Não que eu fosse amiga do Batman, mas protegia sua identidade mesmo sem saber por consideração a Selina. Nós duas éramos amigas desde crianças, já até compartilhamos da mesma casa. Ela era como uma irmã para mim, a Harley não. Eu não queria que ela fosse uma irmã. 

Gostava do jeito que éramos, da nossa intimidade e provocações.

Estava voltando para meu apartamento para tomar um banho e ler um pouco, relaxar. Ontem foi estressante demais com aquele esquisitão cabeça de lustre, precisava de um pouco de paz. Assim que terminei o banho quente deitei na minha cama e estiquei as pernas. 

Finalmente paz...E a campainha toca. Sim, a porra da campainha toca. Revirei os olhos e bufei indignada, me levantando de novo. 

Assim que atendi me deparo com a cena mais triste que eu já vi. Harley completamente machucada, marcas e manchas arroxeadas e verdes por todo corpo. Seus olhos estavam fundos e inchados, seu lábio inferior revelava um pequeno corte. A olhei com as sobrancelhas franzidas, meu peito se enchia de raiva daquele covarde, eu não acredito que ele tinha feito isso!

Seu ombro estava arranhado com feridas meio abertas. A olho de cima pra baixo boquiaberta com tamanha destruição de seu corpo. Não esboço qualquer reação, porque não sei reagir a essa cena, até ela se pronunciar.

— Oi ruivinha, eu mudei de ideia — falou com dificuldade, sorrindo fraquinho e adentrou o apartamento. 

Era impressionante sua mania de sorrir sempre independente da situação. No entanto, só foi dar um passo que ela desmaiou em meus braços. Merda, Harley, merda!

A peguei no colo e fechei a porta, a levei até meu quarto e coloquei-a com cuidado sob a minha cama. Por que eu te deixei sair? Por que Harleen... Por quê? Eu sou uma idiota! Sinto meu rosto arder em lágrimas, meu coração batendo acelerado, o desespero estava começando a tomar conta de mim. 

Mesmo assim, quase sucumbindo eu respirei fundo. Não é hora pra isso, preciso ajudá-la.

Deixei ela na cama e corri até a minha pequena farmácia de emergência. Ficava no banheiro e tinha minhas melhores ervas e remédios naturais para ferimentos graves. Nunca se sabe quando vamos precisar, afinal sou uma empresária e inimiga de um monte de gente. Precavida era meu nome do meio.

Peguei umas pomadas, algumas ervas e os remédios que eu já tinha, também peguei uma toalha limpa  e algodão. Com as ervas fiz um suco o mais rápido que pude e fui em direção a cama. Me sentei do seu lado de pernas cruzadas e com cuidado passei a pomada no algodão por toda superfície esverdeada de sua pele, quase todo o corpo. Fiz uma cara de dor ao fazer isso, era doloroso assistir minha melhor amiga assim.

Depois coloquei uma pílula do remédio em sua boca e fiz ela engolir com um "pouco" do suco. Ela acabou acordando pelo gosto do suco, eu sei que é forte e nada agradável, todavia era cicatrizante e tinha propriedades curativas avançadas. Era uma erva bastante rara, só tinha em algumas regiões da Europa.