Fadado

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Oi amores, voltamos.
Nem quero enrolar tanto nas notas iniciais porque estou extremamente ansiosa pra que vocês leiam esse capítulo que é muito especial e crucial para o rumo da nossa história, por favor, comentem e digam o que estão achando.
Estamos sentido falta de alguns de vocês, não sejam tímidos. Comentem os pensamentos, teorias e reações, a gente ama ler tudo.
Sem mais enrolações,
Boa leitura.


Maven's point of view

   Espero uma dor de cabeça latejante ou qualquer indício de uma ânsia de vômito. Nada. Nada além do grande desprazer de ter sido acordado às pressas. Consigo sentir de longe alguém sibilar o meu nome, luto contra os meus instintos. Mas como tudo ultimamente, perdi esta batalha também.

— Alteza? - Minhas pálpebras pesam toneladas mas consigo abri-las, ao menos isso.

— O que aconteceu? - Pergunto quando a lucidez atinge minha mente.

— Sua presença está sendo solicitada - O olhar que o criado carrega não me parece feliz. Não vejo sinais de boas novas.

   Olho para o relógio ao lado da minha cama e vejo os ponteiros marcarem 04:57. O álcool parece ter se esvaído do meu corpo porque apesar da luta para acordar, me sinto renovado. Alguns flashes da noite anterior me lembram da situação que estou vivendo, mas preciso afastá-las agora. Algo está acontecendo e é muito sério.

— Diga-me, o que aconteceu?

   Finalmente volto meu olhar para o criado. Eu deveria ter suspeitado disso no momento que eu abri os olhos. Meu coração estilhaçado batia feito louco contra o meu peito. Não posso perdê-la também.

— A situação da Lady Samos é delicada, ela já recebeu os primeiros socorros e está na Ala Hospitalar, senhor. - Assinto atordoado e culpado.

   Eu sabia. Não deveria ter entrado. Ela já estava doente e eu a deixei sozinha para congelar. Evangeline sofreu uma hipotermia severa após eu ter deixado o jardim, o criado não tinha muitos detalhes sobre o que aconteceu mas tudo que sei é o suficiente para me deixar desorientado.

   Vou até o banheiro e jogo uma quantidade abundante de água no rosto para tentar espantar qualquer sinal de sono e choro do meu rosto. Olho para o meu reflexo e me proíbo de pensar nos meus próprios fantasmas, mesmo que eles estejam lá em carne e osso, preciso pensar em estar lá para Evangeline.

   EVANGELINE. Como vou contar o que aconteceu? Ela merece saber a verdade, mas creio que esse não seja o momento mais adequado. Levo a mão à cabeça, que parece querer explodir depois de tal pensamento, encaro o espelho mais uma vez e tomo um longo e demorado suspiro.

   Encontro meu caminho para a ala hospitalar com tanta pressa que não me incomodo em abotoar as mangas da camisa de seda preta que cobre meu corpo. Dobro as mangas de forma desajeitada enquanto apresso o passo pelos corredores. Nada importa para mim agora. Ela precisa de mim. Eu preciso dela.

   Consigo ver o ouro dos cabelos de Eve antes mesmo de entrar em seu leito. Sua pele parece mais pálida do que o normal e seu peito se move devagar como se tivesse dificuldades para respirar.

— Sim, Majestade - a voz do curandeiro é a única coisa que me impede de ir diretamente para ela.

   Me viro na direção de onde a voz veio e me assusto ao ver meus pais a poucos metros de distância, falando com o curandeiro que creio está responsável por Eve. Antes mesmo que eu possa dar um passo até eles, Elara me nota. A vejo comentar algo com meu pai, que me olha rapidamente e logo em seguida se afasta, com o curandeiro, para mais longe. Minha mãe, em contrapartida, caminha em até mim.

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