Medellín (Kim Namjoon x Min Yoongi )

Capitulo XXXI - Conclusion

Foi rápido como um tiro.

Quarenta mil dólares.

Eu nem sabia contar o quanto dava na nossa moeda, não sabia a forma em que poderia esconder aquele dinheiro de Bieber. Era muito dinheiro, nunca tinha visto tantas notas juntas apertadas em um elástico, o entusiamo me invade e naquele momento me sentia poderosa, dona do meu próprio nariz.

Agi de forma consciente, primeiro precisava ter proteção. Não de uma terceira pessoa, eu não quero que ninguém se envolva com meus problemas. E por isso para Yoongi foi uma pistola. Uma das melhores pistolas que pudesse me arrumar, e o homem cego, convencido de que aquele objeto teria um destino certo me trouxe como um presente.

Ele não quis metade do dinheiro, não falou como tinha conseguido passar pelo seu cartel despercebido. Um comprador fraco que não ia muito longe no México, precisava de mercadoria barata e foi o que ele ofereceu pra livrar-se de qualquer prova contra.

— O valor é baixo, no entanto, não podemos colocar no preço do cartel. Primeiro pegue a confiança, garanta que conseguira mais dessas e o dinheiro votará para suas mãos.

Fui esperta o suficiente para pegar um outro do esconderijo de Bieber. Comprei fita adesiva, sacolas pretas e papel filme para embalar de volta ao seu local. Usei as luvas de plástico da cozinha para tirar a parte que usaria, venderia menos do que a primeira vez. No entanto ela seria pura, diferente da mistura que fiz para repor a de Bieber, coloquei bicarbonato de sódio em mais de 4kg de cocaína.

Passei o pó no liquidificador para deixar tão fino quanto o outro, misturei por etapas sentindo aquele pesar no corpo. Os dois lenços que usava na frente do rosto me manteria livre daquela substância, eu não iria ingerir nada daquilo, embora de alguma maneira sentisse uma pequena mudança no meu humor enquanto manuseei o trabalho árduo sozinha. Embalei novamente do mesmo jeito que ele tinha feito, escondi no seu devido lugar e fiz questão de colocar na caixa do correio o que Yoongi pegaria para venda.

O jogo estava montado, ele não saberia e nem daria falta do que estava escondido. Aquele dinheiro ficava longe do banco e da polícia, nem uma outra pessoa saberia sobre o que estava envolvida.

A ida para igreja passou a ser menos constante, apenas nos dias necessários em que eu sabia que a polícia estaria me seguindo. Sem contato com Namjoon durante esse tempo, nem se quer olhava para sua direção enquanto Yoongi estava ali do outro lado da cidade, delatando seus próprios amigos em busca de uma anistia em outro país.

Deixo de lado aquele medo que sentia ao deixar o prédio, andei pelas ruas de Medellin sem receio de ser surpreendida por Bieber. Ergui minha cabeça diante as pessoas e me senti tão livre e independente como nunca fui. A ponto de trazer a minha melhor amiga para passar o último fim de semana em que meu marido estaria fora.

— Amelia! -os olhos encantados brilhavam em direção a grande janela da sala de jantar, que deixava as luzes da cidade aos seus pés, ela virá em minha direção com um sorriso abobalhado no rosto — É melhor do que aquela casa em Santa Rosa.

— Uma prisão nova.

— Eu queria ficar trancafiada aqui dentro. -coloca as mãos na cintura me encarando — Você tem uma piscina na cobertura.

— Um elevador particular também.

— Como funciona?

— Eu não sei. -deixo a taça de vinho em cima da mesa — Bieber não me mostrou como usar, nem ele usa.

— Será que é alguma rota de fuga?

— Ou esse elevador não funciona e tem alguma coisa lá dentro? -retruco com as sobrancelhas erguida. Ágata abre a boca como se fosse falar algo e depois a fecha, sem nada a dizer — Narcotraficante. -continuo — Não é um daqueles vendedores de balinha nas esquinas, amiga.