A tigela de vidro cai quebrando em milhões de estilhaços espelhados pelo chão da cozinha, os azulejos brancos parecem me cegar por alguns instantes até Lourdes recobrar a consciência depois de desligar o rádio. Novamente me vem aquele amargo no fundo da garganta, subindo para minha boca a ponto de ser regurgitado.
Me apoio no balcão da cozinha sentindo as pernas fraquejarem, a proporção que tinham tomado aquelas coisas nos traziam para um campo de guerra. A senhora não tão diferente de mim, chocada com o que acabará de ouvir no rádio, um atentado, uma tragédia para mais de cem famílias.
O avião explodiu no ar em pedaços, todas as pessoas que estavam dentro dele morreram, homens, mulheres e crianças... todos estavam mortos por causa de uma briga que não faziam parte.
Justin aparece na cozinha espantado, os olhos arregalados e o controle da televisão na mão.
Era real! Tudo o que estava acontecendo era real e não tinha como alguém se sair ileso disso. Era tudo ou nada, as pessoas saberiam quem foi.
Não tinha acabado nas eleições, o seu suplente a vaga na presidência foi bem mais incisivo e agressivo que o falecido candidato, ele prometeu varrer para fora da Colômbia todos os Narcos.
A nova era tinha começado e as respostas estavam sendo sangrentas. Como se não bastasse a que ja travava com Cali, o cartel de Medellin passava a ser bem mais nocivo aos outros.
Eu não tinha notícias de Medellin desde quando Justin me trouxe para Cali, consequentemente de volta a casa que jamais deveríamos ter saído em Santa Rosa. Aquele lugar parecia tranquilo perto do que estava acontecendo lá fora.
Primeiro foi o prédio de segurança em Bogotá. Aquele ataque televisionado, horas de pânico e o fogo que se alastrava na principal. Ninguém poderia culpá-lo, os guerrilheiros foram os principais na ação, deram seus nomes e rosto ao ataque suicida. No entanto, dessa vez era óbvio, estava diante dos olhos da população quem tinha feito.
— Perdón. -Lourdes murmura abaixando-se para apanhar os cacos maiores — Eu me assustei com a notícia.
Justin afaga minhas costas me tirando para fora da cozinha enquanto tranquiliza a senhora, falando que não foi nada demais.
E ele se tranquiliza por está longe de Medellin, por manter sua casa com todos os sicários que poderia ter, fodam-se a polícia. Bieber tinha as suas próprias leis, sua segurança.
— Quer descansar? -indagou, senta novamente no sofá e segura minha mão. Sento de lado no seu seu colo, afundando meu rosto contra a curvatura do pescoço, fungando forte o cheiro de seu perfume. Passo a ponta do nariz nessa região, dando-lhe um pequeno beijo.
— Não vá. -peço, sinto meus olhos ardendo, deixando escapar uma lágrima no canto do rosto — Bieber, por favor! Não vá.
— Calma, mi amor. Nada vai acontecer comigo. -passa suas mãos ao redor das minhas costas afagando suavemente, ele chia baixinho próximo do meu ouvido, leva a mão direita até os cabelos e acaricia com a ponta dos dedos — Mantenha a calma, mi vida.
— Você não precisa voltar lá.
— Tenho coisas pra resolver. -ergo o rosto o encarando — Você não está sozinha aqui, seus pais moram perto e a pode ir hora que quiser até lá.
— Eu me preocupo com você. Por favor! -seguro o seu rosto com as mãos — Por favor, Bieber, não vai. Esse maldito hijo de puta está explodindo tudo que vê pela frente, eu não quero te perder. Logo agora que...
Justin coloca o dedo indicador na frente dos meus lábios.
— Seu marido não é um covarde, tenho que trabalhar assim como todos os outros homens nesse país. Esse é o meu trabalho, garanto que nada vai explodir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Medellín (Kim Namjoon x Min Yoongi )
FanfictionO que você faria se tivesse que casar com um homem desconhecido pra salvar a sua família de uma dívida? E se você soubesse que o homem que te espera no altar é um narcotraficante de um dos cartéis colombianos mais poderosos do mundo! Amelia teve su...