Capitulo XI - te lo dije

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Resistir aquela tentação foi a minha penitência durante aquele dia, eu não cedi em nenhum momento aquela chantagem deslizando sob seus lábios como se fosse palavras enfeitiçadas a ponto de me fazer cogitar experimentar a sua brilhante ideia.

Passei o restante da missa completamente retraída em meu canto, levantando-me apenas para tomar a hóstia, olhei para trás garantindo que ele não me seguiria até o altar durante o ato. Sinto aquele pedaço grudar no céu da minha boca, praguejo meus pensamentos mais inapropriados.

Minha mãe costumava falar que quando você tinha pecados a hóstia grudava no seu da sua boca e derretia lentamente fazendo com que você sentisse o gosto amargo de todos os seus pecados.

Pense bem, Amelia!

Sentar ao lado de um homem de olhar traiçoeiro e sorriso malicioso não era um pecado, no entanto, pensar naquelas mãos grandes onde seus dedos esguios pareciam implorar para prender em seus cabelos e puxar com toda a força que ele poderia fazer. As veias saltadas até o antebraço, quando ele contrai as mãos cruzando os dedos um nos outros e pousa exatamente em cima de suas coxas faz com que eu engula á seco completamente o gosto amargo do meu pecado.

A missa terminou e eu não tive coragem de levantar até que todas as pessoas tivessem fora. Aperto o terço rezando internamente "ave maria" eu precisava me recompor daquela visão, principalmente quando o homem levanta dando a visão de seu corpo forte.

Não existia nenhuma comparação ao Bieber, eu não conseguia categoriza-los ou comparar aqueles dois homens pois o único que chegava a ser tão interessante quanto Yoongi, estava em outra cidade longe de mim.

Levanto devagar ouvindo o ranger do banco, não tinha mais ninguém naquela igreja a não ser eu a espera de Lourdes.

Ele desapareceu pelo canto direito entrando na porta onde o padre tinha desaparecido após a missa. O silêncio daquele lugar me faz sentir um calafrio percorrendo pela espinha, subindo por toda minha cervical, chegando em minha nuca onde os pelinhos de ouriçam.

Um presságio talvez.

Fico de pé na porta como uma criança à espera de sua mãe, passam-se um tempo. Equivalente a mais de meia hora enquanto o sinal abre e fecha varias vezes, o peso em minha perna direita me faz passá-lo para a outra perna, estava ficando cansada.

Retorno para dentro da igreja quando vejo dois homens distintos pararem o carro na frente dela. Engulo minha saliva á seco, dando passos incertos até o altar onde me sento na primeira fileira em frente à ele.

Me retraio olhando para trás e vejo que os dois adentraram na igreja ao contrário do que eu pensava aquilo não se tratava de mim. E sim do padre, que sai pela porta às pressas e Namjoon o seguia ensacando sua camisa de tecido preto com uma estampa.

Olho para trás e vejo o homem mostrar a mão ensangüentada para o padre. Entro em pânico internamente, minhas pernas travam e eu não consigo movimentar um músculo se quer naquele instante.

Mordo meu lábio inferior fechando meus olhos com força, o cheiro de sangue adentra em minhas narinas e era tão perceptível pelos passos apressados que o homem vinha em minha direção. Abro os olhos e vejo o padre, o levando pela porta do lado direito, talvez a que ligasse a casa paroquial enquanto o outro fala abertamente com Namjoon até sua voz afobada desaparecer naquele silêncio assustador novamente.

— Amelia. -sua voz soou como um cantarolado baixo, suave. Automaticamente me ponho a ficar de pé.

Joon arruma seus cabelos com a mão direita passando os fios para trás e abre um sorriso debochado.

— Ainda pensando se deve ou não conversar comigo? -indaga com escárnio.

— T-Tem um homem ferido. -ele ergue a mão direita até a frente do seu rosto colocando o dedo indicador sob seus lábios.

Medellín    (Kim Namjoon x Min Yoongi )Onde histórias criam vida. Descubra agora