Capitulo XXXII - Telepatia

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Sensações estranhas, desconexas que não coincidiam com meus próprios pensamentos. Não sabia explicar como poderia me sentir daquela forma ao ouvir apenas a voz do homem ecoar pela casa, chamando o meu nome como se pudesse me abraçar com sua doce voz.

Meus pés responderam ao seu chamado automaticamente, como uma cadelinha obediente que esperou o dono o dia inteiro depois do trabalho, eu corri em direção a sua voz, senti meu coração palpitar tão forte a ponto de me lançar em seus braços como nunca o fiz antes.

Pulei em cima do homem, o abraçando com as pernas em torno da sua cintura, enfiando meu rosto contra o pescoço dele fungando forte, sentindo o cheiro de homem que emanava de sua pele.

As mãos me prenderam em torno dele, retribuindo o abraço caloroso.

Aquele sentimento de alegria, eu não conseguia esconder o sorriso, nem ao menos conter os beijos que distribuía em seu rosto. A saudades de tê-lo ao meu lado era inédito, eu nunca imaginei que passar dias longe daquele homem pudessem me deixar completamente fora do eixo.

Naquele exato momento não existia ninguém naquela sala além de nós dois. E pela primeira vez, por todas as merdas que andava fazendo, não senti medo de ser descoberta, não entrei em pânico ao mirar os olhos de avelã me encarando friamente como sempre fazia.

Justin Bieber me coloca no chão, deixando as mãos grandes espalmadas em minha bunda. O olhar traiçoeiro como uma cascavel me encaravam de cima, mirando o sorriso em meu rosto.

— Eu não preciso de vocês aqui. -fala severo, sem nenhum rodeio. Olho por cima dos seus ombros e vejo seu irmão junto de mais dois vigários.

— Certo, Don Bieber.

— Hernandez está esperando em Cali.

Eu não posso ir pra Cali agora, José. Vá no meu lugar... ou melhor, se Hernandez quer falar comigo que venha até aqui.

Seu irmão deixa as duas malas de não no chão e não questiona nada, dá as costas para nós dois junto dos outros e fecham a porta.

Esse era o momento em que Bieber poderia ter sua personalidade transformada, agora ele me amaria ou me odiaria por qualquer coisa fútil só para ter o prazer de me fazer pedir perdão de joelhos por coisas que não imaginava ter feito, além das que já fazia.

Estás cansado? -acaricio sua nuca suavemente, usando a ponto dos dedos para massagear por baixo dos cabelos loiros. Justin estala a língua no céu da boca, solta um risinho frouxo, desamarrando a feição dura e hostil.

E o mesmo homem que tinha partido com um sorriso radiante no rosto, estava ali, de pé. Acariciando minhas costas, mantendo seu corpo próximo ao meu.

— Depende.

— O que queres fazer, mi vida?

Ficar ao seu lado já é o suficiente.

Era uma prisão sem correntes, ele me puxava para dentro de sua alma quando me encarava daquele jeito. A íris brilhante em meio às luzes solares adentrando pelas janelas de vidro da sala, os lábios semiabertos em um meio sorriso cafajeste esbanjando cinismo.

Quanta bocas aquele homem tinha beijado antes de voltar para casa, quantas putas gringas o levaram para cama? E porque eu estava me sentindo incomodada por pensar nessa possibilidade, eu sou tão errada quanto Justin e metade da minha cabeça queria cobra-lo, obrigando Justin Bieber ser apenas meu.

— Eu tenho uma coisa pra você. -quebra o silêncio, umedece os lábios dando passos para frente ainda comigo abraçada ao seu corpo como um bicho preguiça.

Medellín    (Kim Namjoon x Min Yoongi )Onde histórias criam vida. Descubra agora