Capitulo XXIII - MALDICIÓN

252 25 80
                                    

Meu peito queima em ansiedade, uma gastura incômoda e silenciosa me tortura por dentro a cada segundo que se passava. O meu corpo está exausto, as pernas mal conseguia mantê-las esticadas na cama sem sentir aquele peso, mesmo assim, não consegui dormir direito aquele dia pensando em todas as possibilidades que poderiam acontecer.

Justin Bieber não entendia o motivo da minha decisão de voltar para Medellín.

"Não quer ver sua família?"

"Alguém te disse algo? -perguntou entredentes — Eu mato qualquer filho da puta que tenha ofendido minha mulher..."

O cinismo foi minha única arma contra Bieber, falar que não se via morando naquela casa e que talvez fôssemos melhor ficar em Cali.

Longe de Yoongi... distante de Namjoon.

Um arrependimento me consumia a ponto de me adoecer. O estômago dói, sinto as têmporas latejando e a boca seca... um pouco febril. Porque me sento dessa forma?

Justin me levou para casa dos meus pais, com a intenção de que aquele final de semana fosse agradável para nós dois. E eu fui rude o suficiente para deixá-lo na sala enquanto me trancava no quarto, procurando todas aquelas fotos que tinha com Min Yoongi, tentando escondê-las em um lugar mais seguro.

Aos 17 anos, sua proposta seria um objetivo. Não pensaria duas vezes até atravessar a Colômbia ao lado de Yoongi. Eu faria qualquer coisa pelo o homem que amava, inclusive, ser uma ilegal em outro país. 

Agora eu me recusaria a fazer.

Ouço as batidas na porta enquanto empurro a caixa para cima do armário mogno encostado no canto da parede.

— Amelia? -indagou do lado de fora, dou passos rápidos até a porta para abrir. Justin estava com uma mão no bolso da calça de oxford grafite enquanto a outra segurava um copo de água, estende o copo na minha direção — Achei que estivesse com sede.

Solto um arzinho pelo nariz, pego o copo.

— Obrigado.

— Está melhor? -dou espaço para que ele adentre no quarto, fecho a porta tentando ser um pouco cautelosa. Justin não conhecia meu antigo quarto e muito menos fazia ideia das coisas que gostava, além de uma imagem da Virgem de Guadalupe na cantoneira da parede com uma vela acessa, os dois pôsteres colados na parede em cima da cama. O homem analisa atentamente o cômodo, os móveis antigos de mogno, a cama que não chegava nem a ser metade da que dividíamos e a janela virada para um beco que tinha da entrada e chegava nos fundos da casa, a brilhante ideia de minha mãe para meu pai não sujar a cerâmica quando entrasse com as notas sujas de barro.

O loiro se limita a sentar na cama de forma mais delicada, relaxa os ombros apoiando o peso do corpo nas mãos.

— Você é bem estranha. -comenta baixo olhando na direção da penteadeira — Um pôster da Califórnia e outro de Havana?

— Eu os ganhei. -me aproximo de Justin olhando na direção das imagens — Minha mãe costumava dizer que deveríamos por um mapa de Sinaloa, pra que eu aprendesse todas as ruas de onde ela foi criada.

— Sua mãe é mexicana? -indaga, balanço a cabeça confirmando. Justin morde o lábio e grunhi baixinho — Interessante.

— E você? Porto-riquenho, dominicano... de onde veio?

Medellín    (Kim Namjoon x Min Yoongi )Onde histórias criam vida. Descubra agora