Capítulo Trinta e Seis

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Aquele era um dos momentos em que eu gostaria de ser mais discreta, como uma dama da alta sociedade deveria ser, mas, infelizmente, não conseguia me enquadrar nesse padrão. Godric e Salazar estavam conversando quase que rosnando um para o outro, seria algo muito estranho se fossem outras pessoas, mas as conversas deles inevitavelmente acabavam assim, era impressionante que eles fosse realmente amigos se comportando desta forma.

Talvez se eu tivesse sido mais discreta conseguisse ouvir o que estavam conversando, mas eu nunca era sutil! Assim que me movi eles se calaram e eu fiquei na curiosidade sobre o que falavam, Godric não fez nenhum comentário sobre a forma como eu estava deitada, tão pouco parou de acariciar Rowena que ainda dormia em suas pernas, era impressionante como ela tinha resistido tanto tempo acordada, era nítido que ela estava exausta muito além de nós. Helena era um presente na vida dela, mas vinha acompanhada de uma responsabilidade e exigência de dedicação que ninguém poderia imaginar, mas Ravenclaw não pedia ajuda nunca, conseguia lidar bem com seus alunos, sua filha, seu namorado e com os números da escola. Minha amiga era a força que nos segurava e nos mantinha enquanto instituição, sem ela iríamos ruir em um mês ou até menos.

Já estávamos perto do castelo, chegar não parecia tão difícil quanto agora.Como encarar os alunos restante?, Como ver o que haviam feito no castelo enquanto estávamos fora?, Como contar aos Flandres o que fizemos?, Como explicar aos alunos que teríamos visita?... Eram tantos "como" a responder que não era possível ter uma resposta plausível para tudo isso antes de chegarmos.

– Precisamos da Rowena. – Slytherin pediu

Godric a acordou com delicadeza, beijando lhe as bochechas, sussurrando algo para ela. Éramos intrusos naquele momento de intimidade deles, mas meu amigo nunca teve pudores e nem ao menos pensou em acordá-la de forma diferente, Salazar era frio demais para que desviasse os olhos da cena, e eu uma romântica incurável estava encantada com a situação que se desenrolava na minha frente, principalmente por agora eu estar autorizada a ver e todos saberem que eu estava ali. Minha amiga levantou corada, mas agiu de forma natural e graciosa, como se nada tivesse acontecido.

– O que vamos fazer? – Godric fez a pergunta antes de mim

– Não temos como esconder muita coisa com esses trajes!

– Sugere que paremos para nos trocar? – Slytherin perguntou com desdém, como se ela tivesse dado um ideia estúpida

– Meus alunos precisam saber que seus amigos foram vingados! Prefiro chegar como estou!

– Concordo! – esse era um dos raros momentos em que os dois concordavam com algo

– Nossas crianças já tiveram bastante perdas acredito que paz seria melhor para eles do que descobrir mais derramamento de sangue!

– Em minha casa somos como família, apesar da nossa sutileza e bondade, acredito que meus alunos irão preferir saber que seus irmãos foram vingados, e que os maus não poderão nos atacar de novo. Pode ser que demore um pouco mais, mas eles irão superar o choque.

– Que seja! Fiquemos assim! – Rowena cedeu e chegamos a unanimidade – Precisamos informá-los sobre as visitas que teremos em breve, façamos cada casa separada, para que um não contagie o outro.

– Acha que teremos nossos espaços de volta? – perguntei na esperança de não precisarmos ficar aglomerados nas masmorras de novo

– Instruí meus amigos a cuidarem dos dormitórios antes de qualquer coisa. Os de Gryffindor foram os que mais sofreram, temo que seja o único que não esteja pronto, supondo que no primeiro dia viram o seu, depois o meu, precisaremos ver o de Slytherin hoje, e juntos, amanhã, veremos o de Gryffindor.

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