Estávamos em paz! Todos nós estávamos bem com o que tínhamos construído, seja com as nossas relações ou nossa escola. Helena já tinha cinco anos agora, alguns alunos já tinham saído da escola e outros haviam chegado. Minha relação com minha amiga estava incrível, cada vez mais forte, e eu era muito grata a ela por tudo o que havia feito por mim, estava estável com minha alimentação, graças a ela.
Rowena e Godric estavam muito bem, Helena o considerava um pai, o que não surpreendia a ninguém, ainda assim não o chamava de tal modo – não de forma consciente – ela sabia que seu pai era Tom e que não estava mais entre nós. Meu amigo estava crescendo cada vez mais, estava mais maduro, mas ainda cuidava de mim como se eu fosse uma criança – algo que eu gostava muito.
George ainda estava um pouco distante de mim, não havíamos conseguido nos aproximarmos de tanto de novo. Já com Alene éramos quase amigas, depois de nossa conversa aberta conseguimos entender nossas diferenças e podíamos contar uma com a outra em qualquer situação prática que fosse necessária, mas não éramos a primeira opção para confiar segredos uma da outra.
Os alunos tinham ganho uma semana de férias e nós estávamos sozinhos no castelo, o que era raro. Os Flandres aproveitaram a oportunidade para viajar. E nós quatro que ficamos juntos quase não nos encontrávamos, só o fazíamos em algumas refeições informais na cozinha ou quando ficávamos com Helena. Mas todos nós tínhamos formas mais interessantes de aproveitar a quietude do lugar.
Era uma manhã atípica para a estação em que estávamos, o sol estava forte, diferente dos outros dias. Também era diferente, porque Salazar não havia dormido no meu quarto na noite passada, já estava algo corriqueiro entre nós. Sem os alunos na escola, não havia motivo para ficarmos indo de um quarto para o outro toda noite, com isso, eram raros os dias que não dormíamos juntos. Eu amava estar com ele o tempo todo, amava o nosso sexo, o amava por inteiro. E ainda que ele não tivesse falado para mim ainda, eu sabia que ele também me amava.
O contraste das cores do meu vestido com a floresta me tornava um alvo fácil de ser localizado. O que não aconteceria tão facilmente no céu. Ele era todo azul-claro, com a base em cetim e coberto por tule branco, que também eram as mangas compridas. A decoração era de borboletas em alto-relevo nas cores branca e rosa claro, elas cobriam o corpete, meus ombros e se espalhavam pelas mangas e na borda da cintura.
O que realmente se destacava era o meu cabelo que estava solto e brilhava com a luz do sol nele, meu ruivo nunca esteve tão vibrante. Havia feito uma trança na frente para que nenhum fio ficasse caindo na minha vista, mas a informalidade me permitia andar com ele solto, o que era fantástico e me deixava muito mais livre.
Entrei na floresta, ficando bem próxima da saída, não queria interromper as atividades dos outros moradores dali. A luz do sol estava clareando tudo, mas não estava me queimando, porque as árvores davam uma brisa e algumas sombras. O chão estava úmido da noite anterior, e molhava minhas meias, mas era agradável, sem contar que a culpa era minha que tinha decidido sair sem luvas, chapéu e sapatilha.
Sentei no chão, fechei meus olhos e me conectei com a natureza. Ouvia os ruídos que a floresta produzia, sentia as mudanças do ar produzido pelas árvores, reconhecia o cheiro da relva fresca, o sol batia no meu rosto iluminando minhas pálpebras fechadas. Coloquei minhas mãos na terra, passando meus dedos por baixo dela, sujando minhas mãos de terra – ou limpando elas da civilização.
A sensação era magnífica e indescritível! Fiquei imóvel, apenas sentindo o que estava ao meu redor, com os pensamentos limpos. Era quase como se eu fosse parte da própria floresta e não uma intrusa. Percebi uma movimentação diferente, mas nada que pudesse me deixar alarmada. E então, eu senti um animal se deitando no meu colo. Abri os olhos e vi uma raposa no meio do meu vestido. Não resisti e passei a acariciá-la. Mas tudo ruiu com uma nova visita.
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Veritaserum
ФанфикO que um pedido inusitado pode causar? Quais as consequências a realização desse pedido pode trazer? Afinal, por que Helga quer isso? Por que Salazar e não Godric? O que Godric fará quando descobrir? Ele fará alguma coisa? E onde Rowena entra ness...