Capítulo Dez

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Sorri para ele e sai sem me despedir, Rowena realmente não deveria ficar sozinha, não quando estava prestes a ganhar o bebê. Fiquei junto a ela até que adormecesse e isso não foi uma tarefa fácil, ela estava estressada, talvez por conta das mudanças hormonais, ou talvez por ela já ser sempre assim mesmo, o fato é que tive de ouvi-la reclamar sem para de Salazar e de como ele havia feito as mudanças, quando a questionei se queria alguma ajuda para mudar algo ela negou e disse que tudo estava perfeito, exatamente como queria, e ainda assim, logo depois tornou a reclamar.

Quando finalmente cansou e decidiu deitar o sono se recusava a vir, e ali começa uma nova dificuldade, achar uma posição confortável para dormir, fiquei vendo-a rodar de um lado para o outro durante horas, e não somente isso, também obedecendo ordens: "coloque mais travesseiros", "tire esse travesseiro daqui", "estou com frio, me cubra", "está muito quente, não preciso de coberta". Só com a chegada da madrugada o cansaço finalmente venceu e o sono chegou, me permitindo ir para o meu quarto dormir.

O dia de hoje se mostrava ótimo já no começo, no momento em que pus os meus pés para fora do quarto Godric me aguardava com um sorriso no rosto e em sua mão estava uma cesta, ao que parece faríamos outro piquenique, estava começando a me acostumar com isso, ele me estendeu a mão, quando peguei-a me puxou para si, colando seus lábios no meu, com toda a certeza eu poderia fazer isso todas as manhãs.

Fomos novamente para a minha nova estufa, mas como da primeira vez não entramos, fizemos um piquenique próximo ao lago. Estava tudo tão incrível como ontem, mas hoje, estava com mais sono, por conta das poucas horas dormidas, mas nada que me deixasse menos feliz ou desconfortável por estar com Godric, ele sempre me passa uma segurança incrível, sinto que tudo pode acontecer e que estarei segura se ele estiver comigo.

- Nos vendo assim tão próximos me lembrei da nossa infância, a primeira vez que nos vimos. Lembra-se disso?

- Claro! Você invadiu a minha casa e ainda me impediu de gritar, eu fiquei apavorada com você, por sorte foi um cavaleiro e me apresentou os seus amigos depois.

- Ah, vai! Não foi tão terrível assim. Eu estava brincando de pique esconde e sua casa estava aberta, só entrei para me esconder e não perder o jogo, e você ia gritar, todo mundo ia aparecer lá, não podia deixar você gritar. Levar você para conhecer eles foi uma ideia que me surgiu para eu poder continuar me escondendo na sua casa. Desculpe, te desencantar sobre o cavalheirismo.

- Não se preocupe, não esperaria menos de você aos onze anos, seria pedir demais de qualquer pessoa...

- Ainda mais eu que não tinha um mínimo senso de conduta tradicional, e nenhum patrimônio, era um pobretão qualquer, sem educação, e que estava invadindo a casa de um nobre, sou muito grato por ter me ajudado com as normas de conduta, embora ainda não consiga seguir todas, não sou tão exemplar como você.

- Por favor! Quem consegue seguir todas essas normas? Acho que eu nem sei todas. – ele riu, mas aquilo era uma mentira, eu poderia recitar todas as normas em ordem, sem errar uma vírgula

- Tive uma ideia! – ele se levantou e me puxou – Vamos brincar! Quero ver se ainda é tão ruim como era em pique esconde, contar até 50 e sair para procurar, para dificultar os lugares para se esconder não vamos usar o castelo, nem a floresta. Esta com você! – Ele me beijou e saiu correndo assim que eu coloquei meu rosto de frente a uma árvore e comecei a contar.

Achá-lo não seria uma tarefa fácil, mas assim que comecei a andar o vi se ajeitando atrás de uma moita, sua impaciência o revelara para mim, corri de volta a árvore, bati minha mão na árvore e comecei a gritar, para que ele pudesse me ouvir.

- Godric Griffindor, atrás da moita.

E ele saiu irritado por eu ter achado ele tão rápido, reclamando como aquele menino de onze anos que eu conheci, a cena era engraçada, e não consegui me controlar comecei a rir, o fazendo reclamar mais, parecendo uma criança birrenta. Assim que ele começou a contar desatei a correr, escolhi o mesmo estilo de esconderijo que ele, uma moita, mas a minha era muito próxima a parede do castelo, impedindo que ele pudesse me surpreender por trás. O vi andando de um lado para o outro me procurando próximo as estufas e até mesmo dentro delas, ainda bem distante de mim, quando finalmente se aproximava de onde estava, eu já não era mais o foco. Salazar o gritava, saindo furioso de dentro do castelo.

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