Capítulo Doze

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- Bom dia! – a voz de Rowena foi a primeira coisa que ouvi – Coloquei o café da manhã sobre a bancada. – e ali estava a primeira ordem dela, segui para onde ela me indicou, mas na verdade meu primeiro pensamento coerente foi em Godric, ele estava na sala ao lado ontem a noite e pior embriagado

Pensei em perguntar, mas se ele já tivesse saído de lá seria um problema explicar para Rowena o que havia acontecido, afinal, nem eu tinha uma resposta, preferi acreditar que ele havia tido um mínimo de bom senso e sorte e tivesse saído antes que todos tivessem acordado. Acatei a ordem e logo que comecei a comer, Rowena se afastou para ficar junto da pequena Helena, e eu já não era mais importante para si. Comi em silêncio, mas meu coração palpitava a uma velocidade que parecia que eu estava correndo uma maratona.

Estava preocupada com toda a situação, por isso acabei ignorando a minha fome e comendo só um pouco para conseguir sair logo daquele quarto, aproveitei o momento em que Rowena amamentava e sai com um simples aceno de cabeça. Quando cheguei em seu escritório o alívio me invadiu, Godric não estava mais ali e não havia mais nenhum vestígio de que um dia ele estivesse.

Ainda estava com fome quando sai, a pressa me fez comer muito menos do que eu queria, e sem nem passar no quarto para me trocar ao menos, segui para a cozinha em busca de mais comida, essa era uma das horas em que eu concordava com eles sobre a importância dos elfos domésticos para a escola, por sorte consegui convencê-los a dar a eles um tratamento digno, ainda assim a liberdade deles foi algo que eu não consegui conquistar. Mas, é claro, para minha surpresa eu não estava sozinha.

- Bom dia! – cumprimentei baixo, se não estivéssemos sozinhos e em silêncio tenho certeza de que não ouviria, mas devido aos feitos de ontem a noite não queria grandes conversas com ele, e ao que parece ele compartilhava o meu pensamento, já que não me respondeu.

Peguei algumas frutas e sentei no lado oposto a ele e um pouco mais distante, e comecei a comer, mas o silêncio estava se tornando cada vez mais incomodo e uma grande bolha de tensão parecia me envolver, era como se eu estivesse fazendo algo de muito errado só por estar comendo ali. Decidida, tentei quebrar a barreira do silêncio comentando sobre Godric e ontem, o que com certeza foram péssimas escolhas minhas.

- Acho que ontem você teve uma atitude imprudente ontem, não esperava isso de você. – comecei, mas não consegui segurar e tudo foi saindo sem parar - Bater em um amigo não é um ato de sensatez, principalmente quando se é o único sóbrio... – e antes que eu pudesse concluir ele se levantou para sair, mas o chamei – Slytherin não saia assim agora, estou falando com você.

- Não quero ouvi-la. Não sou obrigado a isso. Se quer tanto dar uma lição de moral em alguém sugiro que procure Gryffindor. Porque não fui eu quem chegou de madrugada bêbado, fazendo barulho e proferindo xingamentos a todos.

E assim ele saiu, sem esperar uma resposta e me deixando totalmente confusa sobre minhas atitudes. Se analisasse toda a situação por seu ângulo seria realmente um absurdo estar do lado de Godric, mas eu nunca fui sensata quando se trata dele, sempre o defendi sem me importar com o que era, e buscava esconder essa proteção desmedida com minha própria bondade e tirando minhas vontades pessoais, tentando apenas amenizar e conciliar a dos outros três, mas minha proximidade com Salazar me instiga a ser diferente.

Não fiquei muito mais tempo ali, fui para o meu quarto e me pus de molho em minha banheira, meus pensamentos tentavam se organizar enquanto eu tentava descobrir a quem deveria realmente defender, mas meus sentimentos me deixavam mais confusas sobre tudo, meu cérebro parecia que ia explodir antes mesmo d'eu chegar em um consenso. Por fim decidi esperar Godric aparecer para a sua visita diária e falaria para ele algumas coisas como disse para Salazar, mas dessa vez seria mais gentil ao entrar no assunto.

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