Capítulo Onze

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A demora do parto não me foi em nada incomoda, Godric esteve comigo o tempo todo e o que seriam horas de espera se tornaram em horas de beijos, e beijá-lo era algo que nunca iria me enjoar, era incrível como Godric era capaz de me preencher por dentro, seus beijos sempre me deixavam com a sensação de plenitude, como se nada mais fosse necessário no mundo para eu viver. Certo! Talvez um pouco exagerado, mas era assim que eu me sentia perfeitamente plena e completa.

Descobrimos o término do parto quando a mulher que estava junto a Rowena, chamou por Slytherin, foi uma fala firme como todas as vezes em que ela falou, mas foi possível notar o seu cansaço. Godric saiu para chamá-lo e eu entrei no quarto para ver como estavam todos, eu sabia que deveria esperá-los, mas a minha curiosidade em saber o sexo do bebê me impediu de ter bons modos.

Quando entrei no quarto Rowena dormia, e a mulher, Adelaide, ninava o bebê em seu colo embrulhado em uma manta azul com a águia da Corvinal, o que me impediu de saber afinal se era um menino ou uma menina. A cada passo que eu dava, Adelaide me acompanhava, e puxava mais para si o bebê, como se estivesse protegendo-o de mim.

- Eu sou amiga de Rowena. – tentei explicar, e parando de me mover – Me chamo Helga Hufflepuff e...

- Não preciso saber quem você é! Ele me disse para fazer o parto e aguardar a próxima ordem, não tenho autorização de falar com ninguém.

- Oh! Slytherin foi bem... direto com você.

- Diria assustador! Direto não chega perto do que de fato aconteceu. – "é parece que de fato ele não tinha sido amigável com ela, por que ele sempre resolvia as coisas assim?"

- Certo! Estou com você agora, não precisa ter medo, nem nada disso.

- Você é como ele, não é?

- Como ele? Como assim?

- Um demônio! – me arrepiei com a menção e o que ela via em mim - Que faz coisas maléficas com um pedaço de madeira, que mata falando umas palavras estranhas. Você é assim também, não é? – ela com certeza sabia que éramos bruxos, mas sua visão era tão conturbada quanto a de qualquer trouxa, e Salazar fora responsável por pelo menos uma parte disso

- Eu sou uma bruxa, como ele – ela se assustou, e se colou na parede, buscando de proteger de alguma forma – Mas, não somos todos iguais. Cada um tem um lado bom e ruim, assim como vocês, as situações nos levam a colocar um lado ou outro em pauta. E não vejo motivos para que nenhuma de nós seja má com a outra.

- Você não parece com ele. Eu posso ver através de você a sua bondade, o que também é assustador. Ninguém é bom o tempo todo.

- Ah! Acredite, eu não sou, tento, mas não sou.

- Deve se sentir orgulhosa por conseguir isso, vi o que fez por sua amiga, não são muitos eu fariam isso.

- Rowena deveria ter muito mais do que somente eu, é cruel o que a rivalidade de nossos povos está fazendo.

- Elas estão sozinhas?

-É uma menina? – perguntei aproveitando a primeira brecha de real informação que ela deixava passar, mas ela não proferiu palavra alguma para me responder, apenas assentiu e eu confirmei a informação – Elas tem a nós, somos todos uma família aqui.

- Não confie nele, aquele menino tem um jeito diferente de enxergar as coisas, sempre teve.

- Fala como se o conhecesse a muito tempo.

- Mais tempo do que gostaria. Adoraria ter perdido totalmente o contato a muito mais tempo. É uma menina boa, não é pra você se envolver com alguém como ele.

VeritaserumOnde histórias criam vida. Descubra agora