Capítulo trinta e dois

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Eles estavam tão surpresos que eu duvido que tivessem previsto de onde o feitiço que os afastara tivesse vindo. Não é algo comum pra mim brigar com os alunos, mas era inadmissível que os dois estivessem ali tão próximos e sozinhos, ainda era necessário presar pelos bons costumes e a decência. Ali na escola nós tínhamos um número grande de jovens que estavam se descobrindo e as emoções estavam a flor da pele, era nossa obrigação impedir que eles acabassem com as próprias vidas em sociedade.

- Isso é um absurdo! Não posso acreditar no que estavam prestes a fazer! - os alunos abaixaram a cabeça com vergonha, mas ainda mais surpresos por ser eu a repreendê-los – É ultrajante acreditar que estejam aqui com um baile acontecendo para vocês! Se fosse outra pessoa a encontrá-los aqui é provável que fossem obrigados a se unirem em matrimônio para que a sociedade não os rejeitasse! Estou incrédula com a falta de responsabilidade de vocês! Mãos! - eles esticaram os braços, viraram as mãos para cima e eu os puni com cinco palmatórias usando minha varinha – Não contarei sobre essa desonra a Gryffindor, um cavaleiro nunca deve fazer algo como isso! Saia!

- Professora Hufflepuff! - ele cumprimentou e saiu sem nem nos olhar

- Agora você, senhorita Carter! Não sei o que lhe dizer! Sabe que é expressamente proibido uma dama ficar a sós com um rapaz sem um acompanhante! Essas regras são um pouco diferentes aqui na escola, por não termos damas de companhia, mas isso não lhe dá direito de fazer o que estava prestes a fazer! Um membro do Clero não pode se envolver com um cavaleiro sem que isso seja ordenado! Consegue imaginar o que Ravelclaw diria?

- Tenho certeza que a senhorita Carter não é capaz de imaginar o quão desapontada sua diretora ficaria! - a menina tremeu com a voz de Salazar surgindo de um lugar que nem mesmo eu sabia onde era

- Saia! - ordenei a ela, que fez uma breve mesura e saiu quase correndo dali

- Não precisa falar com nenhum dos dois sobre o que aconteceu esses alunos terão pesadelos durante um bom tempo por sua causa. Nunca que um deles imaginaria algo como isso! A professora mais doce de todas sendo cruel! Eu adorei!

- Você estava aqui o tempo todo? - perguntei olhando para ele que saíra de trás do chafariz

- Desde o início! Queria ver até onde eles iriam!

- Por Merlin, Salazar! Você é louco! Eles iriam se beijar! Isso é totalmente errado e indecente!

- Não é nada diferente do que pretendo fazer agora!

- Mas não vai fazer!

- Não?

- Não mesmo! Você está louco hoje! O que você fez no jantar foi inadmissível! Alguém poderia ter percebido! Você foi egoísta, irresponsável e vários outros adjetivos deploráveis!

- Parece que está me conhecendo finalmente!

- Por que fez aquilo?

- Porque eu quis!

– Está realmente insano se acha que pode fazer o que quiser e onde quiser! Deveria estar me pedindo desculpas fervorosamente pelo seu ciúme!

- Acha que aquilo foi um ato de ciúme?

– Se não foi, então me explique o que foi que aconteceu!

- Estava entediado! E queria você! - direto demais como sempre

- Precisamos traçar um novo limite! Eu sei que me conhece bem a ponto de saber quando eu quero ou preciso de algo, mas aquilo foi ultrajante, e seria vergonhoso se alguém percebesse. O que eu diria ao Flandres?

- Acha mesmo que ele é tão idiota a ponto de não ter desconfiado nem um pouco? - meu queixo parece ter despencado até o chão com essa constatação

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