[ S/n On ]
Muitas vezes nossa dor não sangra, não nos derruba, não fazemos curativos, não descansamos até que sare, as vezes, muitas vezes, nós não sentimos nossa dor de forma física, mas ela está lá, todos os dias te lembrando que você tem que levantar e fingir que tá tudo bem.
As vezes paramos por alguns segundos, e achamos que o mundo não vê nossa dor, que não vê nossas lágrimas e tudo que passamos, sentimos sozinhos em um mundo com 7 bilhões de pessoas que não param por que você se sente mal, e elas realmente não param, as 7 bilhões de pessoas não param, mas alguém, em algum lugar, em algum momento vai saber que você não está bem, e quando isso acontecer, essa pessoa se importa o suficiente pra não te ver sangrando, descansando, sentindo dores e mesmo assim, ela vai parar e vê que você precisa de alguém.
As horas passam mais lento quando você olha muito pro relógio, você analisar bem cada ponto seja de fuga ou de apenas ficar, você realmente para por 5 minutos e pensa em mais de 20 maneiras de fugir, não tinha medo do Choi-Minho, apenas fiquei parada esperando ele voltar da cozinha.
Quando enfim seu corpo passou em direção a pequena mesa, eu fiquei parada esperando ele chegar, ele estava calmo, não parecia com medo ou que fosse me fazer algo, ele botou a bandeja na mesa, me olhou, tirou uma xícara de chá e levou até seus lábios enquanto fechava os olhos sentindo o gosto do líquido em sua boca, fiz o mesmo e encarei ele.
Choi: Está com medo? - Questionou sem excitação, encarei seu rosto e neguei. - Você parece com medo, ouço seus batimentos daqui. - Botou a xícara na mesinha.
S/n: Você é um anjo exilado, por que não teria medo de você? - O homem sorriu de lado e eu senti meu corpo em choque, o seu sorriso era o mesmo que o do Félix.
Choi: Você como um cupido deveria saber que tudo que eu fiz foi por amor, eu não pertencia ao Reino do céu, lá não é as 7 maravilhas que os humanos acham, e eu como anjo posso dizer com clareza, que mesmo com todo o pecado da terra, o céu também não está livre. - Disse firme e eu encarei a xícara de chá em cima da mesa.
S/n: Os cupidos e anjos são separados, eu não sei como é seu mundo, mas eu acho que o céu, tem que ser bom. - Afirmei e Choi revirou os olhos.
Choi: Eles mataram a mulher que eu amava, eu perdi minha filha, você realmente acha que eles são bons? Anjinhos do senhor? - Falou nervoso e eu me encolhi no sofá.
S/n: Você pecou. - Soltei as palavras ainda olhando pro chão.
Choi: Eu amei, não é isso que o céu diz que devemos fazer? Amar os outros como a nós mesmos? Aqui na terra, o que ele fez, e julgado como crime. - Bateu sua mão na mesa e eu soltei um pequeno grito.
S/n: Você não é humano, cair no pecado da carne, é algo que você deveria saber muito bem, afinal, é um anjo, um anjo dele. - Senti meu corpo em choque quando choi jogou uma das xícaras no chão.
Choi: Você não é humana, por que saí por aí achando que é uma? Por que está interferindo tanto na vida do bastardo do Felix? - Sorriu de lado e eu senti meu sangue ferver.
S/n: Por que eu amo ele. - Disse firme e Choi pareceu se acalmar.
Choi: Eu amava minha mulher também, eu perdi tudo que eu tinha, mas nunca parei de amar ela, e por mais que meu corpo doa todos os dias por causa do maldito corte nas asas, me lembrando que fui fraco por não proteger quem que amava, eu deveria ter lutado, feito como lucifer, e ir contra o pai, mas eu não fiz. - Suspirou em frustação.
S/n: Você não pode ir contra - Disse recebendo um olhar ameaçador de choi. - Você deve ser mais forte que isso, os humanos não sabem nada ainda, eles não sabem sobre o real motivo de estarem aqui, e mesmo sabendo da sua dor, não posso mudar ela. - Sorrir de lado e Choi pareceu pensar em algo.
Choi: Eu passei cada ano da minha vida, atrás da minha filha, e eu não achei nada, eu trabalho com crianças pra tentar achar ela. - Suspirou triste.
S/n: E-E se não for menina? - Ele me olhou, sentia a dúvida em seu olhar.
Choi: Como assim? - Respirei fundo e olhei pro chão.
S/n: Eles mentiram sobre muita coisa, sobre várias, talvez isso seja uma mentira.- Disse como quem não quer nada.
Choi: Você sabe de algo, não sabe? - Me perguntou.
Do nada, Jeongin apareceu atrás de Choi, ainda sem entender encarei o anjo que apontava freneticamente pra TV enquanto parecia gritar, eu não entendia por que não podia ouvir ele, afinal, ele estava parado atrás de Choi.
Choi: Algum problema? - Estalou os dedos na frente do meu rosto.
S/n: V-Você pode ligar a TV? - Perguntei ainda encarando Jeongin.
Choi não entendeu,mas ligou a TV, os canais foram passando até chegar em um noticiário, meus olhos pararam na tela enquanto uma mulher que parecia ser a repórter estava falando sobre algo que eu ainda não tinha entendido.
Atrás dela, o cenário me parecia familiar, minha mente desligou por 5 segundos enquanto Choi aumentava o volume da TV, sirenes, polícia, ambulância, repórter para todo o lado, enquanto a mulher parecia nervosa em dar sua notícia.
Repórter: E foi aqui, nesta faculdade de artes, onde uma apresentação de dança, acabou com 5 alunos sendo baleados, o atirador, um dos alunos do Teatro se matou logo depois, as causas ainda não foram reveladas, mas alunos da própria faculdade, afirma que o garoto é gay, e por isso sofria na faculdade constantemente.- suspirou olhando pra câmera com tristeza no olhar. - Os 5 alunos que foram baleados, 3 foram encaminhados por hospital com ferimentos leves, 1 está em estado grave no hospital e 1 infelizmente veio a óbito com apenas 23 anos. - Parou por um momento.
Choi: é nossa faculdade? - Disse ainda sem tirar os olhos da TV.
S/n: A-Apresentação de dança? FELIX. - Levantei de uma vez do sofá.
[ Horas depois ]
Parei na porta da casa de Félix, não fazia ideia se ele estava bem, mas não consegui informações em lugar nenhum, então apenas fui pra lá à espera do melhor.
Bati na porta e respirei fundo ainda sentindo meu peito doer, a porta abriu lentamente e eu senti um frio no corpo e logo o corpo de Félix parado na minha frente me fez parar por alguns segundos.
Felix: Que acon.....- Não esperei ele terminar, apenas abracei ele forte enquanto sentia seus braços me apertarem e eu chorar. - E-Ei, o que aconteceu?
S/n: E-Eu achei que você estivesse na faculdade, eu achei que tinha morrido. - Disse abafado ouvindo uma risada de Félix.
Senti meu corpo ser puxado para dentro e Félix se sentou do meu lado no sofá, era a primeira vez que estava com ele depois de tudo, tinha medo dele, dele estar nervoso ainda, mas ele não parecia nem de longe bravo.
Félix: Eu estou bem, okay? - Sorriu fofo e eu concordei.
S/n:Félix, sobre a gente....- Parei quando ele ficou sério.
Félix: Eu falei muita merda, e você não me disse nada sobre você, em nenhum momento eu pensei que você fosse um cupido, isso é loucura demais, entende? - Disse calmo pagando minha mão. - Mas eu nunca vou deixar de te amar.
S/n: Achei que estivesse bravo. - fiz um bico nos lábios enquanto ele sorria.
Félix: Eu precisava de um tempo, depois que eu falei com Rachel, eu entendi que tava machucando muitas pessoas, eu fui muito infantil, talvez existe um código de cupido, sei lá. - Sorriu beijando minha mão.
S/n: E-então...você me desculpa, você ainda me ama? Somos namorados? - Sorri enquanto Félix acariciava minha mão.
Felix: Para isso acontecer, você tem que ser 100% sincera comigo, sem mentiras,okay? - Me encarou e eu suspirei olhando pra ele.
S/n: 100% Verdadeira. - Sorrir vendo Felix me dar um selinho rápido. -F-Felix...Eu acho que tenho que te contar uma coisa.
Felix: O que? - Passou seu polegar na minha bochecha.
" você é um anjo caído."
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Algodão Doce - Lee Felix
Romances/n tinha apenas uma missão: ir a terra e juntar vinte casais até o fim de primavera mas ela não contava em se apaixonar por um garoto que conheceu por acaso afinal, era contra as leis de um cupido se apaixonar -'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-' Uma ten...