Capítulo 4

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Tony

Saio do quarto sendo seguido pelo Robes e a enfermeira que fecha a porta nos lançando um olhar de repreensão.

_Deixem essa menina em pás, ela precisa de repouso absoluto e evitar qualquer tipo de agitação, ou vai acabar piorando novamente e nós já estamos tendo dificuldades o suficiente em mante-la estável, se ela pegar alguma bactéria por causa da exposição escceciva a pessoas além da equipe médica, a situação dela pode se complicar muito.

Ela diz e sai pisando duro, sem dar qualquer chance de respondermos, é claro que ela está certa, mas também tínhamos coisas importantes com o que nos preocupar e muita coisa para esclarecer, principalmente eu.

_Ela não vai aguentar, se eu contar a ela que, quem eu sou, eu não sei o que fazer, eu preciso dizer a ela mas não posso correr o risco de vê-la piorar.

Sentia a pressão pesar sob os meus ombros, o medo, o ódio a confusão, a consciência, tudo parecia mim sufocar de uma forma a dar a sensação de que estavam apertando a minha garganta.

_Tenho paciência, ela vai melhorar aí vocês poderiam conversar.

Poso as duas mãos do vidro e mim apoio ali, tentando manter a calma.

_Todos esses anos, fazendo besteira atrás de besteira, sendo um completo imbecil, eu tinha uma filha, meu Deus ela estava vivendo naquele lugar e sabe-se lá Deus se ela ainda estaria viva se não tivéssemos tido lá aquele dia naquela hora, pior, ela havia morrido a seis anos atrás virado poeira, a minha filha estava morta e por pouco eu mim negava a ajudá-los no plano de reverter o estrago causado por aquele titã louco, por pouco a minha filha não volta e por pouco eu se quer saberia sobre ela, isso está mim matando de uma forma que eu não consigo explicar, a sensação que eu tenho é que mim jogaram em um buraco negro e mim deixaram lá para morrer.

Meus olhos ardiam com lágrimas que eu não permitiria derramar, manteria a máxima calma.

_Eu sinto muito amigo, de verdade, mas eu estou aqui, para o que você precisar.

Assinto e endireito a postura.

_Tenho que ir para casa, combinei com a Pepper que contrataremos sobre a Ayla para a Morgan.

Digo abrindo um sorriso falso, Pepper havia reagido bem, embora tenha ficado bastante chocada a primeira coisa que ela disse foi, "é para você trazer ela para morar conosco", aí eu expliquei sobre a situação de saúde da menina e ela ficou bastante preocupada, até ligou para o Bruce e para o pneumologista e tem se atualizando sobre ela desde que lhe contei ontem a tarde logo após eu próprio descobrir, confesso que foi terrível entrar no quarto e vê-la entubada mas ela pelomenos estava acordada e pode responder algumas perguntas usando uma losa.

_Vai lá, boa sorte, eu vou ficar por aqui hoje, qualquer novidade eu ligo.

Assinto e saio de lá, pegando um atalho até a garagem e entro no meu carro logo dando partida, dirijo um tanto a cima da velocidade, precisava de um pouco de adrenalina para enfrentar a minha filha mais nova, não sei qual vai ser a reação dela e não sei se vou ter respostas para todas as perguntas que ela vai fazer.

Assim que chego em casa já vejo minha esposa sentada no sofá da sala e minha filha estava em outro sofá assistindo desenho.

_Está atrasado.

Ela diz assim que mim vê, dou de ombro mim jogando ao seu lado e lhe rolbando um selinho antes de responder.

_Passei no CT para par ver a Ayla.

Digo encaro o teto na tentativa de relachar um pouco os nervos do pescoço e ombros.

_Eu falei com o Bruce agora a pouco, ele disse que depois que a desentubaram ela não teve muita melhora, que o processo está sendo lento e gradativo, cheio de altos e baixos é um caso complexo por causa das condições em que ela vivia e também pela péssima alimentação.

Assinto sentindo meu estômago revirar.

_Ela foi praticamente dopada agora a pouco, estava tocindo descontroladamente e com falta de ar, a enfermeira proibiu as visitas, muita exposição pode fazê-la contrair vírus e bactérias hospitalares, o que pode piorar muito a situação.

Ela assente soltando um suspiro e encarando a nossa filha mais nova que nos encarava com as duas mãozinhas na cintura.

_O papai chegou e nem mim deu um beijo.

Ela reclama parando o olhar em mim e fazendo um bico fofo enquanto a sua cabeça pende levemente para o lado, sorrio abrindo os braços a convidando para um abraço.

_Desculpe querida, o papai só precisava falar com a mamãe antes de conversar com você.

Ela parece compreender pois logo sorri e vem até mim, subindo no meu colo e mim abraçando, a abraço de volta deixando um beijo entre seus cabelos.

_Quem é Ayla?

Ela pergunta mim encarando curiosa, ela deve ter ouvido a minha conversa com a Pepper.

_Sabe quando você pediu uma irmã?

Pergunto a lembrando de uma das longas conversas que tivemos com ela.

_Sim, o senhor disse que não era tão simples e que não bastava apenas quererem outro filho, por que a mamãe teve problemas quando estava grávida de mim e por isso decidiram que não iriam ter outro bebê.

Ela é uma garota inteligente, e se lembra da conversa, o que facilitava muito as coisas pois não precisávamos ficar conversando com ela várias vezes.

_Sim, mas esses dias o papai descobriu que tem outra filha, muito mais velha do que você, o papai não sabia que ela existia por isso só a conheceu agora, o nome dela é Ayla.

Seu rostinho fica um pouco confuso, depois assustado.

_Eu tenho uma irmã mais velha?

Ela pergunta mim encarando parecendo muito assustada.

_Sim, acho que foi isso que eu disse.

Respondo calmamente e espero ela processar a informação.

_E onde ela está?

A mais nova quis saber, parecendo muito curiosa.

_Ela está no CT, era dela que o papai e a mamãe estávamos conversando.

Respondo e seus olhinhos se arregalam levemente.

_Ela está dodói... o que ela tem papai?

Sua vós demonstrava uma doce preocupação, tanto quanto uma criança como a Morgan é capaz de sentir, sendo sensível como ela é.

_Os pulmões dela estão com preguiça de trabalhar, por isso ela não consegui respirar sozinha e ficou dodói.

Não iria dizer que ela ficou doente por que não tinha um lugar descente para morar e por isso quase morreu congelada.

_Eu posso ir ver ela?

Sorrio um pouco triste, essa era hora em que eu teria que explicar a parte mais chata de toda a história.

_Não meu amor, ela está muito dodói e ninguém pode ir visitar ela agora, nem o papai pode mais, vamos ter que esperar um pouco, quando ela for para um quarto comum e estiver bem eu levo você para ir vê-la.

Ela parece um pouco contrariada mas eu sei que ela entendeu.

_Não vão levar ela embora que nem fizeram o senhor não é?

Meu coração parece saltar da boca e ir parar no frizer, meu estômago embrulhar e sinto que posso vomitar se abrir a boca.

_Ninguém vai levar ela embora querida, não pense mais nisso está bem?

Pepper diz a tirando do meu colo respiro fundo tentando não deixar a minha mente levar de volta para um ano atrás, as sensações e sentimentos que aquele dia causou ainda estão bem vivos e ainda mim causam calafrios.

_Promete?

A mais nova quis saber, seus olhos mim encaravam com súplica.

_Eu prometo.

Digo tentando iguinorar o enorme bolo em minha garganta, logo ela se distrai com o desenho que passava na televisão e eu vou procurar alguma coisa para distrair a minha mente.

Inevitável DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora