Anderson estava sentado na ponta da sua cama, batendo nervosamente o pé contra o chão, olhando fixamente para a porta do banheiro da suíte. Seu coração parecia que ia sair pela boca tamanho seu nervosismo naquele momento. Ele estava com uma sensação muito boa de que daquela vez iria dar certo, mas não podia esconder que estava pirando com a espera. Quando Gabriella abriu a porta do banheiro, ele se levantou depressa e se adiantou para a esposa.
"E aí?" Gabriella estendeu o palito do teste de gravidez e Anderson viu sua alegria se esvair rapidamente quando viu a marquinha solitária do negativo. "Oh."
"Talvez não seja pra ser, né?" Gabi lamentou baixinho, secando os olhos marejados com as costas da mão. "Eu devo ter algum problema."
"Nós não temos nenhum problema, Gabi. Só não demos sorte." Andy disse gentilmente, puxando a mulher para se aninhar em seus braços. "Talvez a gente esteja fazendo alguma coisa errada lá na hora."
"E tem um jeito certo de fazer sexo, Andy?" ela comentou brincalhona, fazendo o marido rir. Ele se afastou e pegou em suas mãos, plantou um beijo nas costas de uma dela e ofereceu para a mulher um sorriso acolhedor.
"Nós não vamos desistir, ok? Pode levar o tempo que for. Eu tô contigo." Gabi meneou com a cabeça e voltou a abraçar o marido, sentindo-se invencível.
***
"E como ele está?" perguntou Gui, brincando distraidamente com um pedaço de guardanapo sobre a mesa da lanchonete em que estava. Era sexta-feira e ele havia saído com Marco e Edu para relaxar um pouco, já que nenhum dos três teria apresentação naquele final de semana. Edu havia acabado de receber uma mensagem de Daniel e estava repassando o recado a Marco, quando Guilherme teve coragem de perguntar do velho amigo.
"O Daniel? Ah, ele tá bem." Marco respondeu, surpreso com a pergunta. Gui dificilmente buscava saber notícias de Dani. Lançou um olhar rápido para Edu, que também parecia abismado, e ergueu os ombros em sinal de incerteza. "Trabalhando muito na emissora."
"Legal, legal." Gui se ajeitou no banco, sentindo-se um pouco envergonhado. Sabia que os rapazes a sua frente ainda eram muito amigos e muito presentes na vida do ex-barbixa, mas ele mesmo nunca mais havia dirigido a palavra ao homem.
"Gui, por que você não fala com o Dani?" Edu questionou sem rodeios. Gui mordeu o lábio, hesitante sobre sua resposta. "Eu sei que vocês se gostavam muito. Tenho certeza que ele ficaria muito contente se você retomasse o contato."
"Eu... Não acho que isso seja adequado." respondeu devagar, parecendo escolher suas respostas com cuidado. "Eu escolhi o lado do Lico, né?"
"Você não tem que escolher lados, seu idiota." Marco retrucou bravo. "Você não pode realmente acreditar que o Dani - o DANI" repetiu enfático. "teve alguma coisa a ver com toda aquela merda que o Elídio falou."
"Elídio tinha provas. Ele tinha certeza do que estava dizendo. O Daniel acabou com o grupo." Gui deu os ombros, tentando não se abalar com a conversa. "Eu posso escolher em quem acreditar. Você escolheu o Daniel. Nunca mais eu vi nenhum de vocês falar com o Lico."
"O Elídio colocou ele num hospital psiquiátrico. Como eu ia continuar uma amizade com alguém que faz isso?"
"Você não pode culpar o Elídio por isso."
"SIM, EU POSSO." replicou exaltado, levantando da cadeira e atraindo a atenção das pessoas ao redor. Marco balançou a cabeça e se sentou novamente, voltando a falar, quase sussurrando. "Como você se sentiria se tudo o que você construiu tivesse ruído da noite para o dia? Como você se sentiria se todo mundo que você conhecesse virasse as costas pra você, sem nem te dar a chance de se explicar? O Elídio acabou com o Daniel quando escolheu acreditar nas mentiras daquele merda daquele Mateus." sua voz estava baixa e calma, mas estava cheia de desprezo. "Você não estava lá pra ver como ele ficou. Você não foi visitá-lo naquele lugar horrível em que ele ficou internado. Você não pode dizer uma palavra contra o Daniel."
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Behind the Scenes
FanfictionTrês anos se passaram desde o fim dos Barbixas e cada um trilhou seu próprio caminho na carreira solo. A mágoa causada pelas palavras ditas ainda está presente, e Daniel e Elídio nunca mais conseguiram estar na mesma sala sem se alfinetar. O que pod...