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"Não é a coisa mais fofa?" Gabriella perguntou ao marido, levantando um body de patinhos que havia acabado de trazer pra casa. Anderson olhou com atenção e riu quando viu que cada pato usava um acessório, como uma cartola, um guarda-chuva e um tutu. Era realmente muito fofo. Gabriella havia acabado de completar cinco meses e eles estavam começando a comprar o enxoval do bebê, que ainda não sabiam o sexo. Eles já tinham o quartinho montado, então era uma preocupação a menos para os papais coruja.

Anderson estava curtindo tantos aqueles últimos meses que parecia viver no paraíso. Estava aproveitando cada ida ao shopping, cada promoção de fraldas e lenços umedecidos e tinha se matriculado por conta própria em um curso preparatório de novos pais - só depois lembrando de perguntar para Gabi se ela também gostaria de entrar. Ele estava 100% em modo pai.

E por estar tão dedicado a sua família, ele havia se obrigado a deixar um pouco de lado a sua outra família. Claro que ainda ligava para Elídio todos os dias e tentava ao máximo encontrar com o amigo para colocar o papo em dia, mas agora ele não ficava focado só nas necessidades de Elídio. Daniel havia alegremente tomado para si um pouco dessa "responsabilidade", então Bizzocchi não se sentia culpado por não estar lá para o amigo o tempo inteiro.

E também, ele queria que os amigos passassem mais tempo sozinhos. Elídio não precisava de uma babá, mas não seria ele a cortar aquilo. Tinha percebido os olhares embaraçados que a dupla trocava quando estavam na mesma sala. Não precisava ser nenhum gênio para saber que ainda existia um sentimento forte ali. Eles só precisavam de um empurrãozinho.

***

Elídio tinha colocado a sua melhor roupa casual e tentado dar um jeito no seu cabelo, pois queria ficar muito bem naquela noite. Tinha convidado Daniel para comer uma pizza e assistir um filme em seu apartamento, e o mais velho chegaria a qualquer momento. A mesa já estava posta com os sabores favoritos de Dani, brigadeiros comprados numa confeitaria chique, sucos e refrigerantes. Tudo para agradar seu amigo naquela noite.

Quando o interfone tocou, Elídio sentiu seu coração disparar. Correu para a cozinha para atender e respirou fundo antes de pegar o telefone.

"Oi Lico, abre aí."

Apertou o botão e foi esperar do lado da porta, como um cachorrinho a espera de seu dono. Era um pouco como ele se sentia. Quando ouviu a campainha do elevador precisou se controlar para não abrir a porta imediatamente. 'Calma, otário. Se controla.' pensou, enquanto alisava a frente da roupa para tirar qualquer amassado. Quando sua própria campainha tocou, ele contou até dez e abriu a porta com um grande sorriso - que imediatamente sumiu quando viu que Daniel não estava sozinho. Gui, Edu e Evandro estavam logo atrás dele.

"Olha quem eu encontrei lá embaixo." Daniel disse um falso tom de alegria, mas seu rosto denunciava que ele estava constrangido com aquele batalhão a tiracolo. "Eles estavam vindo te fazer uma surpresa e, bem, surpresa!"

"Chegaram na hora certa!" Elídio se recuperou, abrindo espaço para os amigos entraram. "A gente ia assistir um filme e tem bastante comida."

O trio ficou bem a vontade, levando as pizzas para o meio da sala e pegando o controle para escolher um filme. Daniel parou ao lado de Elídio e olhou a bagunça junto do amigo. Sanna não demonstrava, mas dava pra ver que ele estava bem insatisfeito.

"Desculpe por isso." Dani pediu. "Eu não tinha ideia que eles iam aparecer. Não soube o que dizer."

"Tudo bem, Dani." o olhou e sorriu. "Pode ir lá comer. Eu já vou."

Daniel concordou e foi se sentar ao lado de Edu, pegando um pedaço da sua pizza favorita. Sanna suspirou e foi se sentar com os amigos.

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