Diana não parecia surpresa ao nos ver. Era quase como se ela estivesse nos esperando, mas algo me diz que ela esperava que estivéssemos em menor número. Algo me diz que Diana não queria matar todos nós com a guerra e a armadilha, mas diminuir nosso número. Separar os cinco elementos. Deu pra perceber algo assim no seu olhar de decepção.
Mas Diana não é a coisa mais preocupante dessa sala. Acima dela, simplesmente há uma garota de cabelos enrolados e pele negra. Ela flutua no ar e é possível ver uma aura violeta ao seu redor. Seu poder, imagino. E há outros 12 ninjas ali, com essa mesma aura saindo deles e indo na direção da garota. Como se ela tivesse sugando os poderes deles.
—Que porra é...?—Adam começa, mas nem consegue completar a frase.
—Essa.—Will completa por ele.
—É uma garota...uma ninja. A arma secreta?—Mike supõe.
Olho fixamente para o rosto da garota. Em certos relances, a aura dificulta ver suas feições, mas as poucas vezes que consegui ver, pareceu ser familiar. A garota tem uma aparência até comum. Mesmo que eu a conheça, não consigo lembrar de onde...
—Tio Carlton está vindo...eu consigo sentir meu padrinho pensando em mim e me procurando.—Abby diz claramente aliviada.
—Crianças, que bom que chegaram a tempo.— Diana finalmente se mexe. A sala é toda revestida em metal escuro. O teto é bastante alto, Diana está num plataforma acima de nós e se aproxima devagar. Ela está transformada.—Tara, eu quero que presencie esse acontecimento histórico. Chega de vivermos escondidos, de esses humanos ridículos ficarem com os créditos das nossas conquistas, chega de termos que agir como essa raça inferior quando claramente somos muito melhores. Bem-vinda ao novo mundo, querida. O meu mundo.
Sinto a raiva pulsar dentro de mim.
—Não vamos deixar isso acontecer. Solte a garota e se renda, é seu último aviso.—Falo segurando a espada com força, como se fosse o pescoço de Diana.
Ela levanta as sobrancelhas surpresa. Diana chega mais perto da garota e a olha por um instante.
—Eu achei que você fosse a reconhecer, afinal são irmãs. Mas não se preocupe, eu faço as honras. Tara, essa é Asuna, sua poderosa irmã mais nova.
É como se minhas lembranças virassem um martelo gigante e viesse em direção a minha cabeça. O impacto que senti quando a menção do nome de Asuna me atingiu, me fez ficar tonta. Asuna não é minha irmã. Ela chegou ao orfanato depois de mim, eu era pequena, mas as poucas lembranças que tenho do orfanato, Asuna estava do meu lado. Era minha melhor amiga. Tínhamos uma conexão e nos protegíamos, mas irmãs?
Isso significa...
—Asuna é minha irmã...? Como isso é possível? Temos a mesma idade, a diferença de um ou dois meses...
Faço aniversario no final de novembro e Asuna fazia aniversário no começo do ano. As freiras nos davam biscoitos de aniversário e cantávamos parabéns. Lembro que sempre que cantávamos parabéns para Asuna, estávamos de casaco e com frio.
Diana suspira.
—Você merece a verdade. Eu não sou sua mãe, Tara.— A informação me desestabiliza mais do que eu pensava. Eu estava conformada que era filha de Diana. Que era a filha do inferno da profecia.
—A filha do inferno...a garota.—Abby murmura ao meu lado.
Não sou eu que tenho que decidir se salvarei o mundo ou não.
É Asuna.
—O que você está dizendo? Me conte a verdade, ou eu juro que vou...—Começo a falar mas sou interrompida por Diana que debocha com um gemido.
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A profecia dos cinco
AventureTara Baker não é uma adolescente normal. No auge dos seus 18 anos, Tara nem se quer havia beijado, mas isso nunca foi um problema pra ela, pois após ser adotada por uma família de ninjas, ela se esforça ao máximo para dar orgulho a família que a tir...