Roy tirou sua mão de meu ombro como se o mesmo estivesse em chamas, ou como se pudesse prever que Dan gostaria de arrancar seu braço no próximo segundo em que estivesse perto o bastante para tal feito.
Desviei meu olhar para Roy por alguns instantes, estava com vontade de lhe dizer "foge!", mas ele não estava fazendo nada de errado, e tampouco Roy concordaria em sair daqui como um criminoso fugindo da polícia, dessa forma ele se manteve firme. Logo meu olhos correram até Nathalie que parecia calma, ela sabia que Dan ficaria ao seu lado caso uma discussão se formasse, na realidade ele ficará. Sem hipótese. Sem dedução. Era certo que um discussão se formaria.
Nathalie contra Roy, Nathalie contra mim, Roy contra Nathalie, eu contra Nathalie e inevitavelmente Dan contra o Roy. Pandemônio!
Respirei profundamente e por fim olhei para Dan que acabava de chegar, e primeiramente concluí que ele como ninguém sabia com fazer uma expressão fechada. Pensei em dizer algo para dissipar a tensão, porém de repente, como a incrível atriz —ou falsa— que Nathalie era, a mesma fez uma expressão preocupada, até mesmo um tanto amedrontada. Então ela se posicionou como se estivesse se escondendo de Roy, e isso foi o suficiente para Dan entender a situação da forma errada.
Xinguei em minha mente todos os palavrões que conhecia, entretanto Dan pigarrea interrompendo meus pensamentos nem um pouco bons.
— White, creio que saiba que não é bem-vindo próximo a Nathalie, imagino também que saiba o porquê.— Ele diz seco pondo uma de suas mãos sobre o ombro de Nathalie, como se quisesse passar segurança a ela, igual Roy tinha feito comigo a alguns minutos atrás.
Só que a diferença é que não sou a ex maluca do Roy que quer voltar com ele a todo custo!
— Isso! Por favor White, se retire.— Nathalie pediu.
— Não vejo o porquê disso.— Roy respondeu calmamente.
— Concordo, o Roy não fez nada agora.— Digo atraindo o olhar de Dan para mim.
Então o mesmo suspira como se fosse explicar a uma criança de 6 anos que não é certo roubar doces.
— Sim, Rose, mas a questão é o que ele fez no passado e o que pode acabar fazendo no futuro, por isso ele tem que ir embora.
— Mas Dan...
Impedi minha fala ao sentir Roy tocar meu braço discretamente como em um aviso de que não adiantava debater. E bem, realmente sei que existem situações em que devo calar minha boca, também sei que o Roy precisava que eu calasse a boca, mas não podia simplesmente ver a tamanha injustiça que era lhe feita sem dizer nada, era impossível!
— Roy nem estava falando com a Nathalie, ele veio falar comigo, não entendo o porquê dela ficar tão assustada de repente se até a pouco estava normal.— Conto e antes que Dan pudesse me responder Nathalie o interferi.
— E não entendo o porquê de defender tanto o White.— Ela diz acertando a desconfiança de Dan em cheio. O mesmo me encarou avaliativo, e eu queria mata-lo por desconfiar de mim.
— Bem, eu o defendo porque...
— Ele te ameaça?— Nathalie indaga.
— Não! O Roy...
— Tem certeza que ele não está te obrigando a dizer isso? Vamos Rose, não precisar ficar com medo de dizer a verdade.— Ela se aproxima segurando minhas mãos.— Oh, está com as mãos tão geladas, por acaso está assustada? O que foi?— A ruiva lança outra pergunta.
— P-para com isso.— Minha voz saiu fraca e gaguejei em minha fala.
Entendi o jogo dela. Nathalie quer que Dan acredite que Roy me fez algum mal, e para isso está usando meu próprio nervosismo para ajudar em sua atuação. Sou uma péssima amiga, era para mim estar ajudando o Roy, mas eu mesma amarrei a corda em seu pescoço e agora estou apertando o nó a cada resposta.
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Talvez Um Conto De Fadas?!
Ficção AdolescenteEra uma vez, o típico começo de um conto de fadas, que qualquer garota gostaria de viver. Quer dizer, quase todas. Conto de fadas não é bem o estilo de Roselly Stiller. Tudo poderia estar seguindo de forma normal em Sprinflow, um reino encantador e...