⚜ Capítulo 26 - Bem-vinda ao lar⚜

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A Roselly é minha filha!— Angeline declara altiva.

    O que ela disse é verdade? Como assim? Como isso é possível? Encaro Angeline totalmente paralisada.

— Tem certeza disso majestade?— A assistente pergunta perplexa e desvia o olhar de mim para Angeline, sem acreditar na declaração feita a pouco. Na verdade, nem eu acreditava totalmente.

— Sim, desde que vi o colar.— Ela aponta para mim.

    Seguro o colar com força.

— Pode parecer que não é uma prova concreta, mas esse colar foi feito especialmente para você Rose, se você o observar bem, verá que o nome Roselly Campbell estará assinado, então presumo que sua mãe tenha o escolhido por causa do colar.— Angeline explica.

    Com o pouco controle que tenho sob meu corpo, pego o colar e o analiso. Meus olhos ficam arregalados quando leio o nome Roselly Campbell, qualquer um que olhe o colar sem prestar atenção nunca irá ver o nome escrito em letras miúdas. E a realidade é que nunca fiz questão de analisá-lo.

— Desculpe-me pela intromissão, mas não acho que um colar possa provar algo tão sério.— A assistente social olha para o colar em minhas mãos.

— Sei disso, por isso desde que vi o colar com a Rose, pedi que investigassem um pouco mais sobre a vida dela. E também a alguns dias atrás peguei uma amostra de DNA e fiz o teste, ele saiu hoje pela manhã, por isso vim aqui o mais rápido possível. Porque precisava contar a Rose que ela é minha filha!— Angeline diz com convicção.

    Era por isso que ela havia escovado meu cabelo aquele dia? Para pegar alguns fios de cabelo? Também aquele devia ser o motivo dela sempre me chamar para ir ao palácio. Quando ela descobriu exatamente? Foi quando Brittany jogou o colar e Angeline encontrou? Antes disso ela não parecia ter o notado em meu pescoço. Foi por isso que ela fez questão que o joalheiro real concertasse a peça. Isso tudo é tão estranho! Ainda não sei o que dizer e pensar sobre isso, tudo está tão confuso em minha mente!
  
    Olho para Violette que está ao meu lado e analiso sua expressão espantada, ela parece não acreditar tanto quanto eu.

    Meu coração batia com tanta força que mal consegui ouvir meus pensamentos. Por um instante achei que fosse desmaiar, dessa forma dei um passo para trás largando a mochila que parecia pesar toneladas em meu ombro. Antes que qualquer uma das pessoas que estão a minha volta façam algo, me ponho a correr e ouço os gritos de Violette e Angeline me chamando, mas não ouso voltar.

     Que merda estou fazendo? De quem estou fugindo afinal?

     Quando paro de correr noto que inconscientemente vim a minha antiga casa. Grande parte dos móveis estão fora, e parecem estar a venda. Ponho a mão no bolso de minha calça e me surpreendo ao ver que a chave estava lá. Encaixo a chave na porta e peço mentalmente que não tenham trocado a fechadura, suspirando em seguida ao ouvir o click. Olho para trás antes de entrar para ter certeza que ninguém está vendo e entro. Meus olhos percorrem cada centímetro da sala, que está vazia e vou para a parte de trás da casa, onde estava o quintal e me sento no banco que permanecia ali e fico observando as rosas brancas.

     O porque do meu corpo me guiar até aqui era um mistério para mim mesma, mas pelo menos me sentia em casa ao estar ali de novo.
    
     Sinto meu coração apertar e me encolho, apenas para me confortar. Fico horas na mesma posição sem fazer nada, só olhando as flores do quintal. Aquele ponto já tinha recebido diversas ligações da Violette e da Angeline, mas não atendi nenhuma das duas. Talvez por não saber o que dizer. Eu estava confusa.

    O tempo estava esfriando, fazendo meu corpo tremer, balanço o corpo para frente e para trás em um ato nervoso, e sinto meu coração pular quando ouço o toque repentino do meu celular. O seguro na mão e encaro o nome Gabe escrito na tela brilhosa, demoro uns segundos até decidir atender. Todos estavam preocupados, então darei a eles um sinal de que estou viva.

Talvez Um Conto De Fadas?!Onde histórias criam vida. Descubra agora