Havia visto poucas vezes a caligrafia do Dan, mas tenho certeza que ele quem tinha mandado aquele bilhete, e para ser sincera não sei se isso é algo bom ou ruim. Ele parecia ter me evitado durante a festa inteira e isso me deixou desconcertada, muito desconcertada! E bem... Qual era sua pretensão ao me chamar para o jardim? Por que ele não olharia na minha face e mandaria um bilhete assim? Será que ele também estaria querendo ter uma conversa esclarecedora como eu? Agora que isso passou por minha mente novamente, a ideia me pareceu um pouco assustadora. Estou com medo do que vai acontecer agora. Odeio essa ansiedade gritando em meu peito é agoniante!
Enquanto caminho para o jardim, sinto cada músculo do me corpo tencionar, meu estômago revirava de nervosismo e a expectativa estava me consumindo da mesma forma que o medo de ser algo negativo. Depois teria que dar alguma explicação aos meus amigos pelo fato de que assim que li o bilhete sai do quarto as pressas, mas agora a única coisa que me importava era saber o que Daniel quer comigo. O vento em meus cabelos e o cheiro do mato indicava que o jardim já estava próximo e assim que adentro o mesmo, olho cada centímetro do local a procura dele. Dou alguns passos sentindo meu coração acelerar a cada segundo, e se não for ele? Quem sabe na verdade foi Nathalie querendo pregar uma peça em mim? Se fosse o caso ela teria cumprido seu objetivo com êxito apenas para inflar mais ainda seu ego. Cada possibilidade que passava em minha mente me fazia ficar mais nervosa e inquieta.
Respiro fundo.
Já está entardecendo e o céu está alaranjado, em breve estará coberto de estrelas. Caminho agitada até a pequena ponte e observo tudo, ele estaria aonde? Poxa Dan! Você tem que aprender a ser mais específico, porque esse jardim é enorme! Ele poderia ter me dado algum ponto de referência, sei lá, um "ps: estou perto do laguinho", seria ótimo! Com isso só me resta a recorrer para a ideia de que Nathalie armou tudo isso.
Se bem que ela não teria tal inteligência ou QI o suficiente. Dou risada de meus pensamentos.
Enquanto estou absorta em todos esses pensamentos, demoro até sentir que há alguém a me observar, aperto minhas mãos sentindo a unha aprofundar minha pele. Quando viro o corpo, sinto meu coração falhar uma batida, ou umas mil! Ele estava ali! De verdade! Bem, eu já imaginava que ele estaria, mas não estava com tanta certeza... Mas ele está ali, na minha frente e essa era a terceira vez que tinha o visto no dia e dessa vez ele não desviou o olhar, Dan continuo a me encarar como sempre fazia quando queria me ver constrangida ou corada, e agora não estava sendo diferente. Sentir seu olhar sob mim após tanto tempo — ou nem tanto— me fez sentir insegura e todas as palavras que havia decorado para falar quando o visse, fugiram da minha boca, e só o que pude fazer foi retribuir o olhar de forma curiosa. Um sorriso involuntário surge em meus lábios ao ver sua postura, Dan estaria nervoso assim como eu? Sim, algo me mim dizia.
Seu rosto parecia mais visível conforme quando ele da alguns passos a frente, Dan possuí uma beleza tão admirável, como um anjo eu diria, e é estranho aprecia-lo tão deliberadamente, mas tenho a impressão que ele está fazendo o mesmo comigo. Foi apenas um mês, mas sinto como não tivesse o visto a séculos. Logo Dan sorri e sinto meu coração se aquecer, aquilo era um bom sinal, não é? Abro um sorriso maior de volta tentando conter o entusiasmo que se forma em meu peito, não é bom ser precipitada agora, mas não deixo de pensar em algo positivo quando o vejo sorrir. Dou um passo em sua direção, o ver assim em minha frente só me fazia pensar no quão idiota eu fui ao parar de falar com ele, droga! A necessidade de abraça-lo, beija-lo e conversar com ele surge como se eu precisasse daquilo para me sentir mais que completa. Bem, eu preciso dele! Dou um segundo passo e ele levanta a mão, sinalizando que devo ficar alí, o que me faz parar imediatamente e o encarar confusa, o que ele vai fazer afinal? Penso e observo Dan da se distanciar até sumir da minha vista. Okay?! Estou confusa ao cubo! É para mim seguir ele, é para ficar aqui? Não entendi! Poucos segundos depois tenho minhas questões respondidas quando vejo Dan voltar com um violão em mãos, ele me encara com intensidade e agarra o violão calmamente. Respira fundo e me olha.
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Talvez Um Conto De Fadas?!
Teen FictionEra uma vez, o típico começo de um conto de fadas, que qualquer garota gostaria de viver. Quer dizer, quase todas. Conto de fadas não é bem o estilo de Roselly Stiller. Tudo poderia estar seguindo de forma normal em Sprinflow, um reino encantador e...