Sinopse

1.4K 60 13
                                    

Treze anos atrás.

- Mamãe nós vamos morar aqui?
- Sim meu amor, essa é nossa nova casa, o papai e a mamãe vai trabalhar aqui.
- Eu não vou mais pra escolinha?
- Vai sim, e adivinha só, você terá um novo amiguinho.
- Ele não vai puxar meu cabelo mamãe?
- Não meu amor não vai, ele não é como aqueles outros garotos da sua antiga escola, ele é legal.
- Oi Mônica.
- Dona Antonella, a senhora precisa de alguma coisa?
- Não querida, vim saber se precisam de alguma coisa, oh é a pequena Karol?
- Sim, Karol diga oi para a senhora.
- Oi Senhora.
- Você é muito bonita sabia? E pode me chamar de tia agora somos todos uma grande família, sabia que tenho um filho da sua idade vocês podem ser amigos.
- Ele é legal. Ela sorrir e faz que sim.
- Porque não vem conhecê-lo?
- Eu posso mamãe?
- Pode meu amor.
- Mônica o uniforme da escola eu pedi que colocassem no quarto da Karol você já viu?
- Senhora uniforme?
- Sim, da escola.
- Não estou entendendo, escola pra Karol.
- Sim, achei que com a mudança você não teria muito tempo para procurar uma escola, então coloquei ela na mesma escola do Ruggero.
Fiz mal, você não gostou?
- Não é isso, é que eu e meu marido não podemos pagar uma escola muito cara pra Karol. Ela segura na mão da minha mãe.
- Não se preocupe com isso, enquanto estiverem aqui Karol terá o melhor ensino faço questão.
- Muito obrigado senhora Antonella não sei o que dizer.
- Diga que sim, e já me faz feliz.
Vamos princesa o Rugge vai adorar te conhecer.
Segui a moça bonita pela casa que era tão linda, até chegarmos ao andar de cima, a porta estava aberta e entramos, o quarto era todo azul e branco muito bonito, a quantidade de brinquedos era enorme e tinha uma casinha com vários bonecos e super heróis.
- Meu amor trouxe alguém para você conhecer.
O garotinho saiu de dentro da casa, ele era bem mais alto que eu os cabelos cacheados e bochechas rosadas, ele olhou pra mim e sorriu.
- É ela mamãe, a minha amiguinha que você falou?
- Sim meu amor essa é a Karol, princesa esse é o Ruggero, filho quero que cuide bem da Karol como se fosse sua irmãzinha.
- Pode deixar mamãe eu vou cuidar dela, Karol você quer brincar. Faço que sim e ele vem na minha direção segura minha mão e me leva até a casinha para brincarmos juntos.
Ruggero e eu sempre fomos melhores amigos, unha e carne sabe, sempre fizemos tudo juntos, de banho até dividir a mesma cama, os pais dele são pessoas maravilhosas sempre foram desde que meus pais vieram trabalhar pra eles, eu conheci muitos lugares porque todas as nossas férias eles me levavam.
Mas adolescência chegou e com ela toda aquela fase maluca, meu corpo foi mudando e o de Ruggero também, mamãe já não me deixava tomar banho só de calcinha na piscina e não podia também dividir o banheiro com Rugge ela falava que tínhamos que ter privacidade tanto eu quanto ele, não que eu ligasse muito, mais quando meus seios começaram a crescer aí sim comecei a ter vergonha e me escondia atrás de moletom e roupas folgadas, se não fosse o Rugge acho que minha adolescência seria um fiasco total, eu era muito tímida o que dificultava fazer amizades.
Quando Ruggero começou a ficar com as garotas da escola eu não ligava, ele era meu amigo galinha sabe, e quando chegava tarde em casa eu sempre encobria suas escapadas, até completarmos quinze anos, estavamos na escola, eu tinha acabado de sair de uma aula e precisava entregar alguns livros na biblioteca, caminhando pelo corredor avistei uma rodinha de alunos, já estava passando direto quando escuto a voz de Ruggero.
- Kah venha até aqui.
- Ah não fala sério essa garota. Escuto algumas meninas resmungando.
- Kah... Suspiro e vou até ele.
- Sente-se aqui, quero você ao meu lado, vamos brincar.
- Ruggero preciso entregar os livros...
- Você vai entregar espere um pouco, vamos nos divertir vai, só um pouquinho. Ele faz aquela cara de cachorro que caiu da mudança e sorrir fazendo aparecer suas covinhas na bochecha, não tem como dizer não.
- Tá vai tudo bem, do que estão brincando.
- Verdade ou desafio.
- Ah não sabe que não gosto disso.
- Deixa de besteira vamos.
Alguém girou a garrafa enquanto eu ainda estava discutindo com Ruggero.
- Te peguei. Um garoto loiro grita chamando nossa atenção.
- Vamos Pasquarelli verdade ou desafio?
- Desafio papai. O garoto revira os olhos e esfrega uma mão na outra então olha pra mim depois para Ruggero e sorrir.
- Desafio você beijar de língua a Karol.
Ruggero arregala os olhos e eu também.
- Não posso beijar a Karol ela é quase minha irmã.
Aí essa doeu, eu não sou irmã dele, ele não pode me beijar porque somos melhores amigos, não o vejo assim.
- Ele não pode mudar a garota? Pergunto a Ruggero.
- Nem vem Pasquarelli ou beija ou vai pagar pra mim e sabe que não vou aliviar. Ruggero então me olha.
- Kah...
- Você não vai fazer isso vai? Pergunto baixinho e Ruggero põe a mão na minha bochecha seu rosto está bem próximo.
- Rugge... Sussurro e ele cola a boca na minha, no início os lábios se tocam então ele morde de leve meu lábio inferior causando um arrepio no meu corpo e um gemido escapa dos meus lábios quando sua língua toca a minha, Ruggero segura com as duas mãos meu rosto aprofundando o beijo, um barulho de garganta arranhando faz com que ele finalize o beijo mas não desviamos o olhar, eu por está assustada, foi o meu primeiro beijo e com meu melhor amigo e as sensações que despertou no meu corpo foi surreal, e ele está com as pupilas dilatadas e sua expressão é como se não acreditasse que me beijou realmente e não sei se ele gostou ou não.
- Paguei, agora tenho que ir. Ele diz levantando e me oferece a mão.
- Vamos Karol? Seguro tentando equilibrar os livros.
- Eu vou na biblioteca, pode ir se quiser.
- Te espero no carro. Assinto.
Depois desse dia nunca mais olhei para o meu melhor amigo da mesma maneira.

Simplesmente AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora