Parte 21

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Ruggero

Minha vida mudou bastante e devo dizer que boa parte dessa mudança foi ela Karol, depois de tudo que falamos eu custava acreditar que minha amiga, minha melhor amiga estava apaixonada por mim e como era difícil lidar com essa situação, depois de uma longa conversa com dona Antonella que me aconselhou a dar um tempo pois era difícil, que só me colocando no lugar de Karol para saber o que ela sentia, resolvi seguir o conselho.
Ligava uma vez ou outra mas Karol nunca respondeu minhas chamadas só algumas mensagens, com a faculdade e papai no meu pé, cai de cabeça nos livros e adiantei o máximo de matérias que podia nem eu estava me reconhecendo, já não saia pra festas só estudando, até Candelária ficou surpresa comigo, eu só queria terminar logo e voltar pra casa, morria de saudades da minha família e da Karol.
Com Cande eu até tentei mais não deu certo, ela recebeu uma proposta de trabalho como modelo e resolvemos cada um ir para o seu lado.
Assim que entro em casa, mamãe corre para me abraçar só nos vimos o ano passado porque ela foi me ver.
- Aí que saudade meu filho.
- eu também mãe, cadê o papai?
- Esta no quarto.
- Não melhorou?
- Sim, mas está seguindo ordens médicas tem que repousar.
- Está certo, depois vou falar com ele. Falo já indo para cozinha e minha mãe atende o telefone que estava tocando.
- Moni... Chamo.
- Aí meu Deus você chegou meu menino que saudade, aí meu coração. Abraço forte Mônica e beijo sua testa.
- Como estão as coisas por aqui? Cadê o Miguel?
- Aquele velho rabugento saiu para pegar uns documentos, daqui a pouco está aqui. Assinto e alguém chama Mônica lá fora.
- Vou pegar as compras, o jantar está quase pronto.
- um minha barriga chega roncou estou com saudades da sua comida. Ela sorrir e foi pegar as compras, aproveito e sigo pelo corredor até o quarto de Karol.
- Onde está a baixinha que mais amo. Falo dando três toques na porta e abro, está vazio o que é estranho, entro e não tem lençóis na cama só as almofadas, olho ao redor não tem nada o mural de fotos, computador.
- Eu sabia que estaria aqui. Mamãe fala parada na porta, faço um gesto com a mão.
- O que aconteceu aqui, cadê as coisas da Karol?
- Ela não mora mais aqui Rugge, Karol comprou seu próprio apartamento.
- Sério?
- Sim é uma ótima publicitária, o que foi?
- Estou feliz que ela está conseguindo se realizar mais triste porque não posso descer e encontrá-la aqui.
- Filho você sabia que isso um dia iria acontecer, a Karol tem a vida dela.
- E eu não faço mais parte, eu sei.
- Não fale assim, vocês tem uma ligação muito bonita, podem ter se afastado mais ela ainda existe, você só tem que conquista-la novamente.
- Mãe não posso conquistar Karol.
- Tem certeza?
- Ela é minha amiga é como uma irmã para mim.
- Irmãos não tem química Ruggero, não fazem sexo e...
- E?
- Conversamos depois que encontrar Karol, aí você me diz se quer ou não.
Tentei falar com ela a noite e não consegui.
Conversando com meu pai ele me entregou documentos que precisaria encaminhar e entre eles estava o trabalho de Karol.
- Ela é maravilhosa, trabalho perfeito. Papai fala enquanto analiso o portfólio que ela preparou.

No dia seguinte vou para a Pasquarelli, e peço a Clarisse que entre em contato com a Pubzenere e peça a senhorita Sevilla uma reunião hoje cedo com o senhor Pasquarelli.
Duas horas mais tarde escuto uma batida na porta e falo um entre, estou com a cara no computador conferindo uma planta, quando escuto sua voz, duas coisas acontecem, meu coração dar um solavanco no peito e entro em choque momentaneamente com a visão de Karol.
Seu cabelo está grande em ondas e com mechas douradas, está com muito mais corpo do que a vi pela última vez, tento me recompor pois seus olhos estão esbugalhados ao me ver aqui.
- Olha confesso que custei acreditar que você não estava mais no andar de baixo. Fico em pé e me aproximo dela.
- Rugge...
- Como vai Karol? Não espero uma resposta envolvo Karol em meus braços que saudade cara, meu corpo chega a estremecer.
- Quando chegou?
- Ontem, e fui direto no seu quarto, mais está vazio. Faço uma careta e ela me observa.
- Vem senta aqui, temos muito o que conversar. Pego sua mão, trazendo para sentar no sofá.
- Me conta foram três anos longe, e nenhum telefonema meu você retornou.
- Sinto muito...
- Tudo bem eu entendo, de verdade. Ela parece surpresa e não é pra menos, eu fui um idiota, se você tem sentimentos por alguém e não é correspondido a única saída para não sofrer mais é se afastar e foi o que ela fez e eu como um idiota cobrei a nossa amizade.
- Mas me conta quais as novidades além de morar sozinha. Ela pensa e reponde.
- Ah estou a mil com o trabalho mais e você, Candelária também veio, estão animados com o casamento? De todas as coisas que ela poderia perguntar ela lembrou justo disso. Suspiro.
- Oh meu Deus Ruggero desculpa fui muito invadente não precisa responder, estou feliz que voltou, foi você que me chamou aqui, ou seu pai?
- Karol... Karol calma, você pode perguntar o que quiser nunca tivemos restrição quanto a isso.
- Não temos mais quinze anos, sua vida privada só diz respeito a você. Ela fala dando de ombros como se não fosse nada demais.
- Eu e Cande terminamos, não tinha sentimento cada um seguiu seu caminho.
- Oh... É sinto muito.
- Não sinta, estamos bem assim.
- Certo. Ela olha o relógio.
- O que você queria comigo?
- Ver você. Ela sorrir e olha para nossas mãos unidas.
- Estou feliz que voltou, tenho certeza que seus pais também. Ela fala e desvia o olhar.
- Almoça comigo? Ela sorrir e faz uma careta.
- Já tem compromisso?
- Tenho, vou almoçar com uma cliente.
- Jantar? Diga sim por favor...
- Me desculpe eu realmente adoraria, mas estou com a semana realmente cheia.
- Tudo bem eu entendo, mas isso fica comigo já que não consigo um tempo com você quem sabe o trabalho não me dê um tempo. Mostro o contrato do portfólio e ela sorrir negando.
- Tudo bem.
Nos despedimos e Karol foi embora, e me concentro no trabalho e nas reuniões, e o dia passa voando, quando estou saindo Clarisse me entrega algumas correspondências para o meu pai.

Pego um trânsito infernal, tinha até esquecido de como era as ruas em Roma.
Assim que entro em casa sinto um cheirinho bom de comida, me aproximo da cozinha e escuto risada de criança, estranho.

- Coisa gotosa da vovó, olha Moni vem ver está nascendo os dentinhos atrás olha só. Entro na cozinha e as duas mulheres me encaram assustadas, mas o meu olhar cai na bebezinha sentada em cima da mesa, a pele branquinha e as bochechas rosadas ela olha pra mim e bate palmas, seus olhos verdes brilhantes me lembram...
Não Ruggero ficou louco.
- Que garotinha linda, de quem é?

Simplesmente AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora