Parte 10

682 50 16
                                    

Em pedaços é como estava, esconder de Ruggero que transamos foi uma merda, eu não sei menti pra ele e fico nervosa gaguejo, mas entendam não podia escutar que ele me pedisse desculpas por transar comigo, mesmo estando bêbado, eu sei sou patética dormi com o cara que sou apaixonada realizando meus desejos mais íntimos e ele nem sabe.
E depois do filme, eu não esperava aquele beijo, não mesmo, me tirou dos eixos completamente não consegui dormir nada e quando amanheceu escapei cedinho, não poderia assistir e  ajudar ele arrumar mala, não mesmo tratei de ficar o máximo possível fora de casa estava cogitando a hipótese de nem ir no aeroporto só mandar uma mensagem porque meu coração estava em pedaços, ele estava partindo e iria morar com a namorada, os laços vão se estreitar e eu que já não tinha chance, agora que não tenho mesmo, por isso engoli o choro, coloquei um sorriso no rosto e fui me despedir do meu melhor amigo pois o amor da minha vida esse eu já tinha me despedido a muito tempo.
Quando o abracei no aeroporto e ele me disse foi você, meu corpo tremeu todo ele sabia, ele tinha certeza que era eu em sua cama, mas para mim já não importava mais, foi eu sim e foi maravilhoso, e agora vou guardar como uma linda recordação do meu primeiro amor, a Karol envergonhada e bicho do mato resolveu ir embora dando lugar uma Karol firme e determinada sem medo de falar e fazer o que pensa.
Por anos eu sufoquei o que sentia, mas hoje eu morri para poder renascer.

Temos uma conversa pendente e eu vou cobrar. Rugge.

Foi a última mensagem que li de Ruggero, não respondi precisava por pra fora tudo que estava sentindo e foi o que fiz, chorei a noite inteira em minha cama, mas na manhã seguinte era um sábado liguei pra Valentina e chamei para ir no shopping comigo.
- Mãe? Ela se virou sorrindo.
- Oi amor dormiu bem?
- Sim, dormi um pouco.
- Sei, ele vai fazer muita falta nessa casa.
- Vai sim, eu queria te pedir uma coisa?
- Peça meu coração.
- Sabe aquele cartão de crédito que vocês queriam me dar?
- Ele ainda está a sua espera.
- Vou precisar.
- Vou pegar pra você, senta e toma seu café. Ela vai para o quarto e pego uma xícara de café.
- Oi minha princesa.
- Oi tia bom dia.
- Bom dia, já estou com saudade do meu menino.
- Eu também, mais ele vai se cuidar você vai ver. Ela beija minha bochecha e me olha.
- Você está diferente.
- Sério?
- Sim, mais madura, mais mulher. Sorrio.
- Sou a mesma, só resolvi levantar a cabeça para algumas coisas.
- E te dou todo apoio.
- Aqui filha é todo seu.
- Obrigado mãe, eu vou indo a Valentina está me esperando.
- Pra onde você vai assim com tanta pressa? Antonella pergunta, levanto o cartão. - Dia do mimo. Falo as suas palavras toda vez que vai ao shopping e ela rir.
Pego um táxi na frente de casa e vou direto para o shopping, encontro Valentina na praça de alimentação sentada.
- Buuu. Grito e ela se assusta na cadeira.
- Maluca, fiquei surpresa com seu pedido para vir ao shopping.
- Quero uma renovação, uma nova Karol, me ajuda?
- É pra já.
Ela segura minha mão e começamos pelas lojas, o bom de Valentina é que ela me escuta sempre, ela combinou as cores que eu gosto com estilos de roupas modernas que valorizavam meu corpo sem que eu parecesse uma vadia, claro que teve modelitos super curtinhos também, segundo Valentina não vamos pra balada de burca.
Passamos pelos sapatos e depois fomos comer.
- Me diz algo que você sempre teve vontade mas não tinha coragem?
- Fazer uma tatuagem. Ela sorrir como o gato do Shrek, sério ela não existe acabei realmente fazendo uma tatuagem um coração no dedo, e depois salão de beleza cortar esses cabelos.

- Filha você cortou o cabelo?
- Gostou?
- Está linda meu amor. Abraço minha mãe.

As aulas começam e o bom de estudar em um local novo é que ninguém te conhece, então foi fácil viver a nova Karol sem o moletom e óculos de grau, sem o medo que as pessoas me notem ou as garotas que te massacram por conta de um amigo gostoso, sem namoradas ciumentas me jogando pra baixo.
- Uau que gata minha filha. Valentina fala assim que cruzamos os portões da universidade.
- Fazer o que tive uma personal poderosa. Ela gargalha.

Estou de calça jeans e um cropped vermelho transpassado de manguinhas caindo no ombro, confesso que tirei e coloquei umas dez vezes porque deixava meu umbigo de fora então coloquei um casaquinho sem mangas e ajudou a me sentir melhor.
Assistir todas as minhas aulas e fomos almoçar, não tinha ideia que Valu iria cursar o mesmo que eu o que foi bom tenho minha amiga ao meu lado sempre.

Assim que chego em casa como alguma coisa e vou tomar banho.
Tenho materias para estudar e não quero deixar acumular, meu telefone toca e atendo achando que é Valentina.
- Pensei que teria que chamar a polícia. Ele fala e tiro o telefone do ouvido olhando o seu nome na tela.
- Rugge...
- Sim sou eu, te liguei o fim de semana inteiro.
- Desculpe estava ocupada, e você como foi de viajem, já começou as aulas?
- Uma merda sem você, mas já fui pra aula hoje. Ele fica em silêncio e eu também.
- Não gosto disso.
- Disso o que?
- Esse silêncio entre a gente e foi pelo que aconteceu, porra Karol eu não quero perder você, é minha melhor amiga.
- Rugge... Engulo em seco.
- Não Karol, não vou me perdoar nunca por isso, só de pensar que posso ter machucado você, eu sou...
- Cala a porra da boca eu não vou ficar escutando você ficar falando tanta idiotice.
- Karol... O tom dele é baixo e inseguro.
- Karol um caralho já passou pela sua cabeça que eu também estava lá, e que ao contrario de você estava muito sóbria Ruggero, eu sabia o que estava acontecendo, você chamou diversas vezes por aquela garota e eu fiquei calada, entenda eu quis que acontecesse e não estou arrependida então cala a merda da boca e para de se culpar por algo que você é mais inocente do que eu.
- Karol eu..
- Não porra, não. Grito e desligo o telefone jogando ele com força no chão.
Merda de coração idiota.
Tampo a boca querendo gritar quando um soluço me escapa, e não consigo conter as lágrimas vêem em bolos.

Simplesmente AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora