Parte 27

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Papai está sorrindo e se senta na cadeira.
- Golpe baixo filho, mas confesso que gostei, você está correndo atrás, só que algo te preocupa é o tal Michel?
- Não, na verdade ele não me preocupa, ela não gosta dele, estou preocupado com o pai de Alice, ele sim pode ser um problema, tenho que encontrar esse cara.
Papai arregala os olhos e fica sério e mudo sem dizer uma palavra.
- Sabe onde posso encontrá-lo. Ele pigarreia.
- Não tenho ideia filho.
- Pai o que você sabe que eu não sei?
- Nada, eu não sei muito, quando Karol nos contou ela já estava com cinco meses e não podia mais esconder a gravidez e o cara já não estava mais aqui e nunca apareceu pelo que sei.
- Cinco meses? Ela escondeu todo esse tempo.
- Sim, mais só descobriu que estava grávida no terceiro mês.
- Quantos anos a Alice tem pai?
- Quase três. Ele volta a atenção para o computador e fico pensando, algo em mim se acende.
- Tenho que ir. Não fico para ouvir uma resposta e dirijo até em casa, entro em casa correndo e encontro minha mãe e Mônica na cozinha.
- Ótimo as duas estão juntas. Elas me encaram.
- No meu último natal com vocês, Karol já estava grávida? Pergunto e elas trocam um olhar.
- Preciso que me respondam porque por Deus estou morrendo aqui, ela estava grávida sim ou não?
- Rugge... Minha mãe tenta.
- Ela estava.
Lágrimas vem nos meus olhos e seguro me virando de costas e tampando a boca, a cena de Karol dormindo todas as tardes e sempre cansada, comendo coisas estranhas enquanto estávamos juntos na cozinha, porque eu não liguei os pontos, na mesma hora escuto a voz de Valentina.
- Tias cheguei, trouxe os cremes... Ela para de falar quando observa as expressões.
- Ok reunião de família, Valentina está de saída.
- Você... Falo e vou até ela seguro em seus braços e ela arregala os olhos.
- Você sabia de tudo... Esbravejo.
- Sabia do que seu maluco me larga está me machucando.
- Ruggero solte a menina agora.
Minha mãe ordena e percebo que apertei os braços dela e a vergonha me toma e solto Valentina.
- Me perdoe Valentina eu...
- Tudo bem, do que está falando não estou entendendo.
- Alice é minha filha. Ela arregala os olhos.
- O que?
- Não precisa esconder, não mais, eu sei que é.
- Como sabe?
- Não sou tão burro Valentina, foi só juntar as datas e o pai que nunca apareceu porque ele sou eu, merda não acredito que ela escondeu de mim, e vocês. Aponto para as duas.
- Todas vocês sabiam, não acredito que perdi o nascimento da minha filha, da minha filha... As lágrimas que estava segurando rolam por meu rosto.
- Ruggero elas não sabiam, só eu e a Karol.
- Mais...
- Valentina. Minha mãe chama.
- Nós já sabíamos, conhecemos Karol e Ruggero como a palma das nossas mãos como não poderíamos notar a semelhança.
- Como... Nós não falamos a ninguém e a Alice é a cópia da Karol.
- Ela tem o sorriso do meu Rugge e a marquinha dele na coxa, não podia ser coincidência demais fora que tem o gênio dele é igualzinha, e adora morangos. Acabo sorrindo ao descobrir pequenas coisas sobre Alice mais que me tocam o coração profundamente ela é minha filha.
- Filho. Nego com a cabeça.
- Não agora mãe, não sei se consigo perdoar vocês por isso.

Saiu de casa, só queria dirigir por aí esfriar a cabeça e tentar colocar no lugar, precisava pensar no que faria, eu amo a Karol mais o que ela fez...
Deus estou tão chateado que nesse momento nem sei o que faria.

No outro dia acordo cedo e não passo na cozinha vou direto para empresa e peço a Clarisse um café pra mim e falo que não estou pra ninguém a menos que seja caso de vida ou de morte, tenho uma planta para terminar.
Quase na hora do almoço escuto vozes alteradas ao lado de fora e levanto para ver o que estava acontecendo mais nem preciso sair do lugar, uma Karol furiosa invadi meu escritório.
- Não preciso ser anunciada Clarisse ele sabe porque eu vim aqui. Ela diz.
- Desculpe senhor. Faço um gesto pra ela que está tudo bem e encaro Karol, não acredito que ela me escondeu isso, que esteve comigo grávida e não me contou.
- Primeiro eu quero meu contrato.
Ela exigi. Pego a pasta e coloco sobre a mesa.
E fico esperando o que ela tem a dizer.
- Segundo, se tem alguém errado nessa história toda esse alguém sou eu e olha só, eu sempre deixei claro isso não é?
Seus pais e meus pais não tem nada a ver, descobriram por puro caso não fique contra eles.
- Eu só quero saber que porra você tem na cabeça, não tinha esse direito Karol, não tinha, eu poderia aceitar tudo menos isso.
- Não tinha não é... Ela rir com escárnio. -depois de ouvir que você iria se casar.
- Isso não tem a ver com a gente será que você não entende é a minha filha caramba.
- Ela é minha filha. Ela grita.
- É minha também. Grito mais alto.
- Eu não podia jogar essa bomba em você, imagina eu iria chegar e dizer olha só Rugge depois que transei com você, sabe aquela vez que você não queria e eu te usei porque estava bêbado, pois é olha que engraçado eu fiquei grávida. Ela seca as lágrimas.
- Eu ficaria com você Karol, você parece que não me conhece eu jamais viraria as costas.
- Eu sei, é por te conhecer que eu não falei, você largaria tudo, você abriria mão dos seus estudos, do seu casamento você tinha a vida toda planejada.
- E você não? Diz que não se sacrificou sozinha?
- Sim, um de nós precisava fazer isso.
- Você não me deu escolha Karol, eu perdi o nascimento dela, eu perdi os primeiros passos, a primeira palavra, e isso não tem como recuperar, você teve tudo dela e eu apareço agora, e você me deixou chamá-la de tio.
As lágrimas já estão rolando solta por meu rosto.
- Eu sinto muito Rugge, eu só pensei no que era melhor...
- Melhor pra quem?
- Eu pensei em você tá legal. Ela soluça.
- Eu sei que eu te fiz sofrer Karol, e não me perdôo por isso, mas não consigo tirar do meu peito essa dor.
- Me perdoa Rugge, me perdoa, eu não quis machucar você.
- Me deixa sozinho Karol, por favor eu preciso ficar sozinho... Ela segura a bolsa no ombro e sai da minha sala.

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