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Pego minha xícara com café fresco e levo até minha boca. Ele não estava quente, mas mesmo assim é doce, não tem como ser ruim.

Cláudia andava para um lado e para o outro pensando sobre a conversa do nosso pai, minha irmã teria que se casar com alguém importante que eu realmente não me importo de quem seja, a pessoa não aguentaria minha irmã mais velha por mais de duas semanas.

Eu quero acreditar que não me importo, mas estou mais nervosa que ela.

- Como você está de boa com isso, S/n? Eu sou a sua irmã, troquei suas fraudas e você nem se importa que vou ser obrigada a me casar daqui no máximo quatro semanas. Não vai sentir nem a minha falta? - Disse ela, finamente parando de andar e ficando em minha frente, larguei meu livro ao lado da minha cama e estendi meus braços para que a mesma se deitasse sobre mim.

Cláudia fez um biquinho fofo e se deitou no meu colo, comecei a acariciar seus cabelos a ouvindo resmungar xingamentos sobre nossa vida infernal.

- Eu me importo sim, você é minha melhor amiga além de irmã e eu faço qualquer coisa por você. Papai te falou isso a quase cinco dias, estou mais calma e não desisti de tentar convencê-lo. Sabe que eu te amo e sei que se esse homem fizer algo contigo, você vai cozinhar as bolas dele e temperar para comer mais tarde. - Eu brinco. Cláudia ri enquanto faço carinho em seus cabelos.

Bato pela terceira vez na porta do escritório de meu pai. Não irei desistir tão cedo e ele sabe disso, não posso deixar minha irmã se casar com uma pessoa que ela não ama. Sendo da máfia ou não.

Roger abriu a porta, seu cenho mudou assim que me viu, percebi que estava nervoso com algo e provavelmente iria descontar comigo. Ele me deu espaço para entrar, entrei e fechei a porta atrás de mim, me sentei em uma das cadeiras disponíveis em frente a mesa de meu pai que me encarava, agora, parecendo intendioso.

- Já sei doque se trata, e você ja sabe a minha resposta, S/n. - Suspirei e juntei minhas mãos.

- Pai, por favor não faça isso. O senhor sabe mais que ninguém que nem eu e muito menos Cláudia queremos algo assim, o senhor prometeu para a mãe-

- Não fale essa palavra aqui. - Roger rosnou para mim, abaixei minha cabeça me preparando para arrumar alguma desculpa boa para cancelar esse casamento de imediato.

- Por favor pai, eu faço qualquer coisa, posso ir assumir os negócios da Índia que o senhor vivia dizendo que iria me colocar como castigo por algo. Já completei 18 anos, eu posso fazer isso. Mas Cláudia não pode se casar com quem ela não ama!

- Você não entende dessas coisas, minha filha. Você ainda é uma criança e não quer saber oque eu teria que fazer caso Cláudia não se casasse com a capô.

Meus olhos marejarem. Eu preciso convencer meu pai de não fazer isso, ele estaria estragando a vida da própria filha.

- E-eu não sei oque é, mas eu faço. - Levantei minha cabeça olhando em seus olhos. Eu estou descida e irei fazer este esforço pela a minha irmã.

- Não, de jeito nenhum-

- Roger, eu já disse que faço qualquer coisa. Cláudia não se casa e eu assumo as coisas da Índia, oque acha? - Me levantei da cadeira ficando de frente para a mesa.

Meu pai fechou os olhos e suspirou, fazia isso quando estava tentando se acalmar para não fazer algo que não queira. Ele se levantou e ficou de frente para mim, percebi que agora ele estava com mais raiva doque antes.

- Tudo bem, Cláudia não vai se casar com quem ela não quer. - Eu sorri sem mostrar os dentes, senti o alívio tomar conta do meu corpo - Mas você sim. Se quer tanto proteger sua irmã mais velha, vai se casar no lugar dela.

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