Capítulo 9

54 6 2
                                    




(Inicie a música)

    -Você está me escutando? - Félix reclama flutuando no ar e chegando mais perto de Sara.

    Mas Sara não queria compreender o que estava acontecendo. De certa forma, a cabeça estava a forçando a aceitar que estava longe de casa e que aquele mundo não era o dela, e por isso aquela criatura flutuante estava parada à sua frente. Contudo, o corpo físico não queria se mexer, aceitar e conversar com Félix. Estava com medo.

    -Você pode falar comigo, sabia? Eu não vou morder. - Arfou a criatura, desistindo de conversar - Prefere que eu volte a ser um pássaro? - Sara assentiu com a cabeça, nervosamente. - Certo.

    E em fração de segundos uma fumaceira tampou a visão de Sara dentro do quarto e ao olhar para o chão pôde ver o pássaro Corrupião, desajeitado e nervoso. Ele parecia mil vezes mais inofensivo daquela forma.

    -Já podemos falar? Ou vai continuar me enrolando?

    Sara recua primeiramente, mas engole em seco, fazendo uma careta e abrindo a boca para falar algo.

    -Quem é você? - Ela perguntou sentando-se na cama.

    -Que tipo de pergunta é essa? - Félix parecia ofendido - Eu sou Félix, oras. Não vá me dizer que não entendeu isso ainda? Demorei um tempo para fazer Ava entender, então espero que isso não seja aplicado a você.   

    -Eu entendi que você é o Félix, mas o que é você? E por que está aqui?

    -Eu sou um espírito da floresta. - Disse óbvio - Você acabou de ver isso. E eu estou aqui porque vim trazer um recado.

    -Espírito da floresta? Você diz dessa floresta? - Sara aponta para o lado de fora da janela - A floresta que somos proibidos de entrar.

    -Sim, essa mesmo. A coordenação desse colégio é inútil. - Resmunga - Se eles nos estudassem melhor, saberiam que não há porque proibir vocês de entrar lá. De qualquer forma, não estamos aqui para falar sobre isso, certo? - Ele dá uma risadinha. - Eu sou seu conselheiro, Félix, o Corrupião. E vim, formalmente, avisar que as dríades solicitam sua presença na floresta para uma reunião emergencial.

    Sara coloca a mão na boca, tentando esconder que estava mordiscando os lábios de nervoso. Ela simplesmente não entendia uma palavra do que o pássaro falava. O que eram dríades? E por que queriam ela na floresta? Aquilo era uma piada? Talvez a vingança de Pozàr.

    -Olha, eu sei o que é isso. - Sara levantou-se na cama, fazendo o corrupião subir na cômoda. - Você está enfeitiçado, não é? A Ava fez isso, não foi? Ela deve estar ajudando a Rosa e o Fintan a se vingarem de mim. Eu já entendi tudo, mas fique tranquilo, eu vou reverter isso de você. Fique parado. - E Sara retira a varinha da bota.

    -Não! Não! Não! O que pensa que está fazendo? Pare de apontar essa coisa para mim! Minha Dríade sagrada, me proteja! - O corrupião começou a correr pelo quarto, enquanto Sara tentava mirá-lo com a ponta da varinha. - Você quer me matar?!

    -Eu estou tentando ajudar! Você precisa ser livre! - Sara diz, aflita - Quer ficar parado?

    -Eu não preciso de ajuda! Você é quem precisa de ajuda, garota! Temos pouco tempo até o... - Ele para subitamente de falar, e Sara para de persegui-lo.

Mudanças Noturnas: A Filha da OrnaOnde histórias criam vida. Descubra agora