Na segunda-feira, dia nove de janeiro, uma brisa diferente uivava do lado de fora. Trazia um cheiro familiar no ar, como se mandasse uma mensagem para Sara. Ao adentrar o colégio e se deparar com a mãe no saguão de entrada, ela correu para abraçá-la, sem se importar com os outros alunos olhando estranho.
-Feliz aniversário, garotinha. - Diz a mãe beijando o topo da cabeça da filha em meio a um abraço.
-O que você está fazendo aqui? Eu achei que não viria... - Sara estava animada e surpresa.
-Bem, a diretora me ligou para que marcássemos uma reunião. Ela queria falar algo comigo, então eu aproveitei para vir ver você e comemorar seu aniversário. - Explica a mulher enquanto arrumava uns fios desgrenhados do cabelo de Sara. - Eu gostaria de levar você para almoçar, mas não posso. - Sara dá de ombros, fazendo uma careta azeda. - Aliás, você não fez nada de errado, fez?
A menina gelou durante alguns segundos, lembrando-se da detenção de sábado. Apesar de querer falar a verdade, preferiu omitir o fato, sabendo que aquilo provavelmente estragaria seu aniversário, deixando a mãe extremamente irritada.
-Não. Tudo certo. - Ela responde com um sorrisinho.
-Eu trouxe algo. - Ela retira um saco de dentro da bolsa, com um sorriso engraçado no rosto.
-O que é isso?
-Sementes. - Ela fala animada - Como não pude trazer as plantas do seu pai, pensei em fazer uma surpresa e deixar você plantar as suas.
Sara pega o pacotinho das mãos da mãe com um sorriso tão engraçado quanto, derramando as sementes variadas na palma da mão.
-Essas são de margaridas. Essas de cravo-francês. - A mulher aponta - Essas de tomate, de manjericão e rúcula.
-Quer que eu faça um jardim ou uma horta? - Questionou Sara, querendo rir.
-Pense pelo lado bom, você poderá fazer sua própria comida. - Cecília dá uma risada abafada. - Já sabe aonde vai plantá-las?
-Eu pensei em perguntar às criaturas da floresta sobre qual o melhor lugar para plantá-las. - Indaga Sara, simples. - Quer dizer, tem vários lugares por aqui, mas elas precisam ter espa...
-Criaturas da floresta? - Cecília a interrompe, franzindo o rosto. - O que quer dizer com criaturas da floresta? Elas não haviam sido destruídas? As assinaturas da petição...
-Mãe! - Sara esbraveja, os olhos arregalados e a boca aberta, em choque. - Não posso acreditar que você concordava com essa situação. Não me diga que também assinou a petição.
-Pois sim, assinei sim. - Cecília parecia brava. - O que houve? A escola destruiu ou não essa floresta?
-Mas é claro que não destruiu. - Sara revirou os olhos, balançando a cabeça negativamente.
-Ora, e por que? Achei que tudo estivesse resolvido.
-Eu não deixei. - Resmungou Sara, vendo seu plano de paz ir por água abaixo.
-Sara Nilsa, não me diga que a minha chamada na escola tenha alguma coisa a ver com essa petição... - Sara desviou o olhar para o chão, emburrada e de braços cruzados. - Sara, eu não acredito nisso!
-Eu é que não posso acreditar! Como pôde assinar a petição sem me dizer? Aquelas criaturas não tiveram nada a ver com o que aconteceu! - Ela resmunga, mexendo os braços no ar.
-Sara, você e outros alunos ficaram inconscientes durante dias. Dias! Como achou que eu reagiria? Era óbvio que assinaria a petição. Não quero você se enfiando naquele lugar.
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Mudanças Noturnas: A Filha da Orna
FantasíaQuatro adolescentes quebrados, uma profecia de futuro incerto e mudanças noturnas desagradáveis dentro de um colégio de elite de magia. Tudo pode dar errado, mas eles não estão sozinhos. "A única forma de matar algo que não existe, é se esquecend...