Um divórcio.
Qualquer um que conhecesse Esme e Carlisle Cullen nunca teria adivinhado, nunca poderia ter adivinhado, que eles se divorciariam. Eles estavam muito felizes. Perfeito demais. Muito semelhantes para discutir, apenas diferentes o suficiente para aprender e amar um ao outro cada vez mais ao longo dos anos.
Até mesmo suas contra partes humanas pensariam que era a coisa mais estranha. Afinal, não era a Sra. Cullen quem queria voltar para a pequena cidade de Forks? Não foi o médico que desistiu de um emprego bem remunerado para aliviar seu enjôo? Ela era gentil e ele era compassivo, ele estava calmo e ela era amorosa, ambos eram pessoas boas, com traços bons.
Mas não deveria haver um equilíbrio mais forte do que isso?
Não deveria haver um peso para denotar o simples ditado de que os opostos se atraem?
Tudo precisa de equilíbrio. Yin e yang.
Será que dois yangs realmente sobreviveriam pela eternidade?
*******
O olhar de Lorelai cintilou em direção ao menino em sua mesa da cozinha pela quarta vez desde que ela se levantou naquela manhã, seu cabelo em um coque bagunçado, seu pijama de seda amarrotado e enrugado de sono. Ela agitou letargicamente o chá, uma pequena boca aberta ou mel estava ao lado de sua caneca enquanto ela tentava se divertir com o jornal amassado que Charlie havia deixado no balcão.
A sala estava silenciosa e um tanto tensa. Charlie havia saído logo depois que Lorelai acordou, Edward já havia se sentado à mesa, mas sem Charlie, houve um silêncio mortal. Bella estava muito estranha para falar, Edward estranhamente tenso e silencioso, e Lorelai estava tão preocupada com seus pensamentos e com o que ela queria dizer que mal sabia por onde começar.
Lorelai suspirou suavemente e se virou para encara-los, Bella pulou em sua cadeira como se estivesse cometendo algum tipo de crime hediondo.
- Então, Edward, acredito que seu pai está aproveitando as férias? - Ela decidiu abordar a conversa de forma mais casual para que suas intenções não fossem interpretadas incorretamente.
Edward parou por um momento, antes de um sorriso, em que Lorelai não confiava muito, puxou seus lábios.
- Sim e não. Ele fica ansioso quando sai da clínica.
Lorelai deu uma risada ofegante.
- Confie em mim, estamos todos tão ansiosos quanto ele - Ela apoiou os cotovelos nas bancadas - A clínica é um caos absoluto sem ele - Ela inclinou a cabeça, seus olhos examinando suas feições - Por que ele saiu de férias? Eu ainda luto para acreditar que um estranho poderia induzir tal reação.
Edward olhou para ela, seu sorriso congelado em seu rosto.
- Você não é um estranho.
Algo não estava certo. Edward geralmente não era tão rígido e um tanto frio em seu exterior, e apesar do falso calor, Lorelai podia sentir algum tipo de hostilidade que ela não gostou muito. Ela decidiu não se intrometer... muito mais.
- Eu só estava me certificando de que nada de ruim aconteceu. Percebi que você parecia um pouco estressado também, nunca se sabe sobre a vida pessoal dos colegas.
- Está tudo bem. Ele só precisava de um tempo longe.
- Oh, se isso for tudo - Lorelai sorriu de volta para Edward, mas nenhuma das partes estava convencida.
Algo estava errado.
Ela podia sentir isso.
******
Riley empurrou a porta de Bella silenciosamente, saindo para o pequeno corredor apertado no segundo andar, algumas camisas e blusas debaixo do braço enquanto ele descia lentamente as escadas, passo a passo. Ele podia ouvir os sons distantes de um jogo de futebol na sala de estar. A mesma sala de estar de que ele se aproximava e, quando chegou ao último degrau, sentiu a garganta arder. Ele o ignorou. Victoria o ensinou a se controlar.
Ele caminhou mais longe dos degraus, seus movimentos parando uma vez que ele ficou ao lado do sofá, pairando sobre a forma inconsciente de Charlie Swan que dormia com uma garrafa de cerveja pendurada frouxamente na ponta dos dedos. Riley poderia quebrar seu pescoço. Bem ali mesmo. Sem ninguém para impedi-lo.
Mas Victoria disse para não fazer isso.
Ele se afastou, seus passos o levando agora em direção à cozinha onde ele ouviu água correndo e música soou distante. Ele contornou uma cadeira de balanço velha e frágil que ficava no canto da cozinha para observar uma garota bonita, de seus vinte e poucos anos, esfregar alguns pratos teimosos na pia, usando um par de luvas de limpeza azuis brilhantes, seu cabelo puxado em dois nós no topo de sua cabeça, seu corpo esguio encaixado em um par de legging cinza e uma camiseta azul marinho solta. Ela estava com fones de ouvido, murmurando as palavras da música tocando apenas em seus ouvidos enquanto balançava a cabeça calmamente.
Victoria não a mencionou.
Ela não fazia parte do plano.
Ele deveria mata-la? Deixar ela em paz? Ela seria uma complicação ou ajudaria a causa deles?
Riley deu um passo à frente, seus passos silenciosos, especialmente para os ouvidos de Lorelai. Lorelai ergueu a panela de prata em que fez arroz na noite anterior e enxaguou o sabão das laterais. Riley se aproximou. Sua música atingiu suas notas mais altas. Ela ergueu a panela mais alto, sob a luz da janela à sua frente para inspeciona-la em busca de manchas.
Seu olhar se fixou em um reflexo atrás dela. Cabelo loiro sujo, pele pálida e olhos vermelhos. Ela engasgou, arrancando um fone de ouvido enquanto se virava, a panela batendo ruidosamente na pia de aço.
- Lori? Você está bem? - Charlie chamou, sua voz um murmúrio cansado enquanto o barulho rompia seu sono.
Lorelai sentiu os joelhos tremerem um pouco ao usar o balcão como apoio, sua cabeça girando pela cozinha para ver o menino no reflexo da panela.
Não havia ninguém.
Nada.
Apenas a água, a música e uma jovem enfermeira muito confusa e abalada.
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𝐃𝐨𝐩𝐚𝐧𝐢𝐦𝐞 𝐇𝐢𝐠𝐡 - 𝐶. 𝐶𝑢𝑙𝑙𝑒𝑛 | Hiatus E Reescrita
Teen Fiction"Isso era o que realmente significava se apaixonar, seu cérebro drogado. Adrenalina e dopamina, oxitocina e serotonina. Insanidade química, celebrada por poetas." - Tess Gerritsen (Last to Die) Seu nome era Lorelai Swan, irmā do notório Chefe Swan e...