Capítulo 47 - Está aí, amor?

6 1 0
                                    

Matthew Collins

Estava em minha sala ajustando a câmera para realizar algumas fotos e a apontando diretamente para a janela. Foi quando captei o exato momento em que uma mulher se arriscou para salvar a vida de uma menininha usando-se como escudo. Analisei a fotografia e através do zoom percebi que conhecia a mulher por trás desse ato, o que devo dizer ter me surpreendido. Não esperava que ela fosse capaz de ser altruísta a esse ponto. 

Elizabeth adentrou a sala desesperada, comentando:

– Me diz que você tirou foto desse acidente!

– Por sorte, sim. – Respondi, indiferente. 

– Ótimo, essa notícia será destaque da capa de amanhã! – Animou-se, mas suspirou frustrada e andando para os lados pensativa. – Que merda! 

– O que houve? 

– Precisamos de uma entrevista com essa mulher o mais rápido possível, não posso arriscar que outra revista ou jornal aborde ela primeiro. – Apoiou as mãos em meus ombros e prosseguiu. – Pelo menos temos a vantagem das suas fotos, agora só preciso arrumar um jeito de falar com ela e resolver as coisas… – Concluiu, abaixando a cabeça desanimada. 

– Resolver o que exatamente? – Me afastei, questionando.

– Digamos que ela seria contratada para trabalhar aqui, mas foi retirada antes de ser oficializada devido a problemas internos. 

– Sei… Nesse caso eu desejo muito boa sorte na tentativa de convencê-la, essa mulher é dura na queda. – Lembrei do dia em que a conheci e passei a mão no rosto. – E digo por experiência própria… 

– Você a conhece?

– Sim, mas não vou me meter.

– Posso te oferecer algo em troca de ajuda... – Se insinuou.

– Não há nada que possa me oferecer que valha o risco de abordá-la. – Olhei de relance para a janela e fui em direção à porta. – Se me dá licença, preciso resolver umas coisas agora. 

Antes que Elizabeth bolasse o que dizer eu já tinha me dedicado à ir até o saguão e em meus primeiros passos fui puxado por Zoe.

– Você não vai acreditar no que aconteceu! 

– Na verdade sim, pois eu vi. 

– Eu só ouvi o barulho do carro freando e de repente um silêncio tomou conta do lugar, pensei ter ocorrido o pior. 

– Felizmente, não. – Me encontrava inquieto, precisava ver como Caroline estava… Como todas estavam. – Zo, me dê um minuto – Saí apressado, mas ela já havia dado partida na moto, a única coisa que pude fazer foi gritá-la e torcer para que ouvisse. – CAROLINE!! 

Minha tentativa não surtiu efeito algum, mas me dediquei a passar pela multidão que atrapalhava o fluxo do trânsito e após me esquivar de algumas pessoas, cheguei em quem gostaria.

– Senhora, desculpe o incômodo… – Toquei seu ombro apenas para chamar sua atenção e logo recuei. – Gostaria de saber se está tudo bem, sua filha se machucou? 

– Agradeço a preocupação, mas está tudo bem. Aquela moça ajudou a minha Amy. 

– Fico aliviado em saber. – Desviei os olhos tendo uma ideia e a expus sem muita cerimônia. – Meu intuito aqui foi apenas ver como estavam, mas já que estamos conversando gostaria de saber se a senhora não quer fazer uma dedicatória para aquela mulher. 

– É jornalista?

– Fotógrafo, mas tenho liberdade para publicar minhas imagens com textos informativos sobre o que é mostrado. Gosto de pensar que as pessoas vão estar mais inteiradas e menos alienadas se as coisas funcionarem assim. 

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora