Capítulo 41 - Infância

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Matthew Collins

Estava cansado da rotina de ficar em casa procurando o que fazer e acabei entrando em acordo com a revista para realizar algumas fotos, assim como, quaisquer tarefas que me oferecessem para fugir de mais um dia monótono. Meu braço ainda encontrava-se com tala dificultando um pouco certas atividades, mas por outro lado... O ferimento no abdome já havia cicatrizado. Teria de continuar com as atividades diárias enviadas por Alisson e André permaneceria sendo minha babá até que me recuperasse por completo. 

Vesti uma blusa social branca mantendo as mangas dobradas na altura do cotovelo, pois não possuía intenção alguma de esconder o objeto que estava tratando minha fratura. Por mais chato que seja ter pessoas reparando, devo ter coragem de assumir, da mesma maneira que tive de fazer. Coloquei uma calça preta, cinto e um sapato do mesmo tom.

Chamei um carro para me levar até o prédio da revista Poison e me surpreendi de início observando seu exterior. Apesar de ser uma infraestrutura parecida com a dos outros, se torna um diferencial por possuir vidraçarias pretas e bem acima da porta automática um logotipo de cobra pingando duas gotas amareladas de suas presas, não podendo esquecer o letreiro com o nome da revista abaixo disso.

Atravessei a porta automática e me deparei com um balcão de recepção em estrutura metalizada disposto no canto esquerdo do espaço, enquanto uma decoração simples compunha os arredores. Um painel digital destacava-se do lado direito demonstrando alguns projetos atuais da revista e um vaso de planta ficava centralizado em uma divisão da parede. Acabei me distraindo com a observação e apenas voltei à realidade quando tive uma mão tocando meu braço de forma receosa. 

– Senhor, está tudo bem? – Perguntou a menina de cabelos ruivos que aparentava ter uns 20 anos de idade.

– Sim. Me perdoe, me chamo Matthew Collins, estou aqui para… – Fui interrompido bruscamente.

– Para falar com a senhorita Elizabeth, ela está responsável por sua contratação e o aguardando no quinto andar. 

– Agradeço. 

– Não posso acompanhá-lo, mas é só seguir o corredor até o elevador.

– Ok. – Iria me retirar de uma vez, mas não me contive em dizer algo. – Precisa melhorar sua abordagem como recepcionista ou não vai durar muito tempo aqui dentro. – Ela me olhou um pouco espantada. – Vejo que é nova no que faz pela maneira que estava sentada na cadeira quando cheguei e a desorganização no seu balcão. Tudo bem estar nervosa e se sentir meio desorientada sobre o que fazer, mas se quer ser a melhor e evitar uma substituição, precisa começar a rever suas ações desde agora. – Dei início aos meus passos, mas ela me gritou pedindo que a esperasse.

– Desculpa… Faz apenas uma semana que estou aqui. – Disse e começamos a caminhar pelo corredor.

– Não precisa se desculpar, eu que devo fazer isso caso tenha sido rude. 

– Não, não foi… Apenas exerceu sua sinceridade sobre o que viu.

– Você fica sozinha na recepção? – Perguntei, enquanto observava intrigado a cascata de água que se formava em ambos os lados conforme andávamos pelo carpete azul.

– Normalmente uma tal de Melissa costuma ficar comigo, mas ela sempre inventa desculpas para sair na rua e me deixa com todo o trabalho.

– Entendo. É uma mulher alta de cabelos encaracolados?

– Sim.

– Quando estava descendo do carro a vi se retirando do prédio.

– Sou nova aqui, não tenho credibilidade para falar nada. 

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora