Capítulo 42 - O Vaso

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Matthew Collins

Faltavam apenas alguns dias para retirar a calha gessada e eu me encontrava extremamente ansioso. Apesar de tudo que ocorreu nas últimas semanas, consegui colher bons frutos. Amadureci meus pensamentos, consegui alguns contatos através da matéria que foi criada em meu nome com as fotos que tirei e como bônus deixei minha mãe orgulhosa por essa conquista. Uma certa melancolia ainda pairava no ar, mas prossegui vivendo um dia de cada vez e tentando não me deixar levar. Atualmente haviam apenas motivos para comemoração e eu ficava me arrastando pelos corredores com um peso nos ombros que não deveria estar carregando. 

André tentava me animar, mas os sorrisos eram momentâneos e de pouca duração. Alisson me manteve informado sobre a agência e até separou alguns casos para que eu voltasse à ativa aos poucos, já que eu estava seguindo bem com o tratamento e prestes a retirar o objeto que me incomodava diariamente, voltaria a ser um agente e retornaria para a rotina que tanto gosto de estar. Por mais amável que seja tirar fotos, ajudar em matérias e somar com a equipe da revista, não é bem uma atividade que me gere a adrenalina que espero.

Acabei formando uma grande amizade com Zoe Bennett em meio ao meus dias de trabalho na Poison e consequentemente acabo sendo seu protetor quando comete algum erro, sou eu quem sempre livra sua barra. Pode-se ver que nada mudou desde o primeiro dia que nos conhecemos… Exceto que agora sabemos mais um sobre o outro. Descobri que ela tem 22 anos, é formada em turismo, gosta de gatos, está cursando o último período da faculdade de jornalismo e ama sair para dançar. 

No momento, a revista está trabalhando em um projeto envolvendo premiações, serão patrocinadores de uma grande festa com o intuito de parabenizar cantoras ao redor do mundo e divulgar as pouco conhecidas garantindo uma oportunidade no mercado. Soube também que haverá uma apresentação para expor uma nova tecnologia que promete ajudar muitos de nós. O evento certamente vai contar com  muitas surpresas e eu serei o fotógrafo oficial dos acontecimentos. 

Acertei com Elizabeth os últimos detalhes de como gostaria de trabalhar no dia da festa e me retirei da sala tendo minha atenção voltada ao celular.

– Eu quero pizza. – Disse Zoe, mandando diversos emojis sorrindo.

– Já te disseram que você precisa melhorar sua abordagem com as pessoas? 

– Sim, mas com você eu não preciso forçar simpatia.

– Vai trabalhar, garota! – Teclei, enquanto entrava no elevador.

– Deveria fazer o mesmo ao invés de me dar atenção. 

– Seria rude da minha parte não te responder.

– Você é tão principezinho… Chega a dar nojo. – Comentou, mandando carinhas vomitando.

– E você é tão irritante… 

Não houve resposta e isso me fez ficar alerta, pois se Zoe não responde a uma implicância minha, algo de errado está. Aproveitei que estava no elevador e desci até a recepção do prédio, onde me deparei com uma enorme confusão. 

Bennett estava discutindo com uma senhora de vestido preto e óculos escuros. O chão estava repleto de terra, tendo diversos pedaços de porcelana espalhados pelo mesmo e a planta que anteriormente fazia parte de todo o contexto em um pedaço qualquer do espaço. 

Ambas gritavam e diziam coisas imperceptíveis aos ouvidos humanos de tamanho escândalo que faziam falando juntas. Tentei entrar no meio e fui empurrado por minha amiga que dizia estar pronta para socar o rosto da velhinha. Envolvi meus braços em sua cintura e com facilidade a levei até a cadeira que normalmente senta para atender os clientes. Impus que olhasse para mim e me explicasse a situação. 

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora