Matthew Collins
Surfar era algo que eu e André gostávamos muito de fazer, apesar de minha performance ser um lixo. Ele realmente tinha razão em se achar por ser meu professor, se eu ao menos sabia subir em uma prancha era por sua causa. No início eu só sabia levar caixotes e cair assim que conseguia ficar de pé na prancha, mas melhorei nesse quesito. Minha paixão pelo surfe surgiu a partir de um momento muito conturbado que passei , tive uma experiência de quase morte e isso me fez repensar muitas coisas, principalmente a forma como agia. Hoje em dia encontro no surfe uma forma de me preencher com energias positivas, vejo como uma maneira de relaxar e encontrar conforto quando nada mais me faz sorrir. Me sinto confortável quando a água flui pelo meu corpo. Cada braçada que dou em cima de uma prancha é um passo a mais para longe dos problemas. Minha mente viaja por diversos motivos e isso me traz tranquilidade. Às vezes me sentar e observar tudo que tem a minha volta já é bastante gratificante, pois assim posso sentir a brisa que a praia tem a oferecer. Por último, mas não menos importante, me ajuda a manter minha saúde e o corpo que conquistei indo a academia todos os dias.
– Vai ficar aí pensando na vida ou prestar atenção no mestre ? – Disse André, antes de levar um caixote por não ver a onda chegando.
Após passar pela onda soltei uma grande gargalhada e não me contive ao debochar dele.
– É... Realmente você ensina muito bem a cair de uma prancha quando se mal ficou em pé nela.
– Não ferra, Matt.
Nos posicionamos novamente a espera de uma nova onda e felizmente veio uma enorme. Nadamos até ela e ficamos de pé deslizando com a prancha enquanto ríamos e debochávamos um da cara do outro, quando de repente me deparo com uma mulher nadando em nossa direção. A observo incrédulo tentando entender porque ela se arriscaria nadando em uma área permitida apenas para surfistas, mas sigo tentando manter minha postura e pegar o resto da onda. Vejo a tal mulher se aproximar mais e me desespero ao ver que começo a perder o controle de minha prancha. Grito para que ela saia da frente, mas minha atitude não surte efeito, tento fazer uma curva em cima da hora, porém era tarde demais. A prancha a atingiu com tudo e apenas pôde-se ver o sangue na água, assim como um corpo sendo levado pelas ondas.
Eu matei alguém ? Em plena praia ? Isso não pode estar acontecendo...
Não podia esperar que alguém aparecesse para fazer algo, nadei imediatamente até o corpo que boiava e o peguei levando imediatamente para a areia. A deitei no chão e comecei as massagens cardíacas, assim como fiz boca a boca na esperança de trazê-la de volta. Uma mulher loira veio correndo desesperadamente até nós e começou a me atacar verbalmente, como se a situação já não estivesse ruim o suficiente.
– Seu idiota ! Você não a viu? Ela está inconsciente por sua causa ! Se ela morrer eu juro que te processo e faço tudo que estiver ao meu alcance para tornar da sua vida um inferno por ter matado minha melhor amiga !!!
Nervoso o suficiente com o que estava acontecendo, perguntei:
– Prefere ficar me agredindo ou quer que eu a traga de volta ?
Ela se mantém em silêncio e prossigo com o que estou fazendo. Para meu alívio a garota começou a cuspir toda a água que engoliu e lentamente foi abrindo os olhos. Me sentei aliviado e ofegante na areia. A loirinha se aproximou e ajudou sua amiga a se sentar também, a mesma explicou o que aconteceu, pois a morena ainda estava meio desorientada. Me mantive focado em observá-la e acabei tendo a sensação de já tê-la visto em algum lugar antes, tentando puxar em minha mente quem ela poderia ser.
Voltei para a "terra" quando senti a mão de André em meu ombro.
– Ela está viva, creio que seja um bom sinal. – Ele comentou.
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Traga o Desastre
ActionCaroline Novac teve sua vida reinventada após um trágico acontecimento, o qual a fez se tornar agente dupla buscando formas de sobreviver, mas os desafios se tornam ainda maiores quando se depara com um velho conhecido que alimenta grande ódio e res...