Capítulo 49 - Foda-se

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Caroline Novac

Meus defeitos são notórios.

Ainda que me esforce, devo constatar o óbvio.

Sou confiável até certo ponto.

A vida me fez retraída, sabemos que já fui traída.

Não devia se impressionar com minha rigidez.

Pense o contrário, mas sabe bem o que fez.

Pare de tentar me entender.

Vejamos só, estou no meu ápice de embriaguez.

A adrenalina foi tanta que precisei ir atrás de Bah para contar o ocorrido e distrair um pouco a mente sobre todos os momentos horríveis que antecederam minha ação. A pista estava vazia, então me permiti chegar a 200 km/h, o que me concedeu uma grande diminuição no tempo que levaria para chegar até o endereço indicado. 

A casa ficava em um lugarzinho estranhamente deserto, me fazendo optar por deixar a moto em um estacionamento bem distante. Não me importei de voltar andando, na verdade, até me trouxe um pouco de paz. 

O quintal possuía uma grama extremamente verde, com lindas garrafas de cerveja e pacotes de salgadinhos enfeitando cada pedacinho do espaço. Pessoas de todos os biotipos conversando, brigando e até mesmo transando em uma moita próxima. Na própria entrada tive de empurrar um casal para que conseguisse abrir a porta. 

Após muito andar, encontrei Bárbara rebolando em cima de uma mesa rodeada por homens. Todos jogando notas de 50 dólares para ela como se fosse uma prostituta e a safada adorando toda a situação. Quando se deu conta de minha presença andou com seu enorme salto em minha direção. 

– Caroooool, que maravilha te ver por aqui!!! – Me abraçou, eufórica.

– Eu disse que viria.

– Sim, mas eu já tinha esquecido. – Riu, pegando uma cerveja e me oferecendo.

– Não, preciso de algo mais forte. 

– Vejamos… – Abriu o armário repleto de bebidas. – Temos Vodka, Tequila, vinho e Whisky. Qual você prefere?

– Quero uma de cada.

– É ISSO AÍ, GAROTA!!! – Gritou, animada.

– Me dá essa porra, quero encher a cara! – Disse, começando pelo Whisky. 

– Vou te apresentar alguém. – Me puxou pelo braço e levou até uma rodinha. – Esses são: Thomas, Lucy, Gabriel e Curt. 

– Thomas é gatinho, apesar de não fazer meu tipo… Mas talvez ele ganhe um beijo daqui umas três doses de tequila. – Desviei o olhar e foquei em Lucy. – Você é linda, não deveria estar se prendendo a eles, vai curtir a festa! – A empurrei para o meio da sala e não demorou muito para que começasse a dançar com os outros. – Quero que você vá se fuder, Gabriel! Você é um babaca filho da puta! Tomara que morra atropelado por um caminhão!!! 

– Mas você nem me conhece, sua louca!! – Retrucou.

– É um nome que traz gatilhos, melhor você sumir daqui. – Insistiu, Bah.

Dei o dedo do meio para ele e finalizei com Curt.

– Precisa de um homem, está secando a boca do Thomas desde que cheguei aqui! Bárbara te arruma qualquer um, é só escolher. 

– Sem dúvidas… Depois de algumas bebidas somos do mundo, não existe distinção de sexualidade. – Comentou, dando uma rodadinha e balançando os braços como se fosse uma borboleta.

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora