Matthew Collins
Apaguei os registros de minha aventura pelo hospital e acabamos ficando presos no trabalho, pois meu chefe tinha uma missão para nós. Tratava-se de Reuben Hill, um perigoso traficante de drogas internacional que vivia através da ilegalidade também agindo no contrabandismo de dançarinas exóticas pelas fronteiras. Seu currículo criminal era recheado e ele não possuía interesse algum em esconder o que fazia, sempre se envolvia em festas importantes deixando claro para qualquer um que estivesse atrás dele que estava lá se divertindo enquanto os idiotas tentavam o capturar sem sucesso. Essa brincadeira de pique pega entre os agentes da CIA e ele durou exatos 3 anos. Agora era minha vez de tentar realizar algo que nunca conseguiram antes. Toda a agência soube sobre o caso que pegamos e os olhares tortos e deboches já começaram. Diversos comentários infelizes soavam a cada passo que eu dava com André sobre sermos os próximos otários da vez, que jamais iríamos conseguir capturar alguém assim, dentre coisas piores.
Mesmo com todos os insultos segui de cabeça erguida e não me permiti ser deixado levar por tais comentários. Felizmente o que não faltava em mim era otimismo e força de vontade para completar a missão. Fomos informados que Reuben estaria em uma boate recém inaugurada chamada: Life's a Shit.
André e eu memorizamos as informações dadas a nós, em seguida, fomos até uma cafeteria local para debater nosso plano. Nosso chefe era flexível quanto a isso, tínhamos total autonomia para ir para bem longe durante missões importantes, contanto que não saíssemos da cidade, assim não teria ninguém em cima tentando roubar o caso ou simplesmente colhendo informações para tentar prejudicar nosso trabalho e sairmos como incompetentes na história. Esse acordo foi feito justamente por algo que havia acontecido dois meses atrás enquanto fazíamos uma missão em Oklahoma.
Nosso informante estava infiltrado dentro de um grupo perigoso de terroristas, tendo passado quase um ano conquistando a confiança dos homens e subindo cada vez mais no topo da rigorosa hierarquia deles. Porém, quando chegou o tão esperado dia de capturar o cabeça por trás de todos os assassinatos brutais que estavam ocorrendo, tudo deu errado...
Flashback on.
Todas as informações estavam chegando até nós de maneira rápida e eficaz. Sérgio Henriques era nosso melhor agente para realizar missões desse porte, tanto que foram selecionadas pessoas específicas para participar de toda a operação, dentre elas, eu e André, pois ele não confiava em qualquer um. Fomos escolhidos a dedo de acordo com nosso histórico de missões realizadas com sucesso, eficácia em campo e facilidade para trabalhar em equipe.
– Henriques entrou em contato conosco pela última vez à duas horas, como devemos prosseguir? – O agente Juníper, perguntou.
– Não podemos esperar o dia todo, temos que checar o perímetro. - Olhei desconfiado para o armazém a nossa frente e voltei minha atenção para os rapazes. – André, venha comigo pela esquerda. Juníper e Hale, sigam pela direita.
– Entendido. – Disseram em sincronia.
Caminhamos todos em direção ao armazém e não encontramos uma pessoa sequer em volta do local ou possíveis armadilhas. Estando diante da porta a abri com cautela e logo avistei um homem com um pano na cabeça sentado em uma cadeira de costas para nós. Hale tentou andar de maneira afobada até a pessoa que se encontrava parada na cadeira, mas o impedi esticando meu braço em sua direção.
– Não seja idiota, pode ser uma armadilha!
– Mas o cara só está parado ali sem fazer nada. – Questionou , Hale.
– Não faça eu me arrepender de tê-lo trago comigo. Sérgio pode ter te escolhido, mas sou eu quem está encarregado de por vocês na linha.
Ligando minha lanterna me aproximei lentamente do corpo estático a minha frente e retirei o pano de sua cabeça devagar, mas junto com ele veio a cabeça do indivíduo, que acabou caindo no chão. Hale soltou um grito quase que feminino em espanto diante do que acabara de ver. Segui calmo e virei a cabeça com o pé verificando quem seria a vítima. Para minha surpresa, era Henriques. Naquele momento meu coração disparou em desespero sabendo que o terrorista estava um passo à nossa frente e provavelmente fugindo naquele mesmo instante. Não conseguia entender como uma missão tão longa pôde dar errado tão rápido... Estava tudo planejado e acontecendo dentro dos conformes, mas ver o cadáver a minha frente só me fez enxergar que havia um traidor entre nós 4. Sendo assim, amarrei os 3 agentes, incluindo André. Por mais próximo que fosse a mim, eu deveria tratar aquilo de maneira profissional, sem fazer distinções ou acreditar que um deles não seria capaz de realizar tal ação. Naquele momento todos poderiam ser culpados.
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Traga o Desastre
ActionCaroline Novac teve sua vida reinventada após um trágico acontecimento, o qual a fez se tornar agente dupla buscando formas de sobreviver, mas os desafios se tornam ainda maiores quando se depara com um velho conhecido que alimenta grande ódio e res...