Capítulo 31 - Veneno

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Caroline Novac

Acabei não conseguindo dormir e passei a madrugada acordada. Atualmente, eram oito horas da manhã e eu estava vasculhando a maleta a procura de um objeto em especial que sempre fazia parte do inventário. Após me estressar na busca, o encontrei e escondi no bolso para Stella não descobrir o que eu estava aprontando. 

Pegando meu celular pude ver uma mensagem de Molly às 6:00 a.m perguntando que horas eu iria para sua casa. 

Que menina ansiosa… Se bem que… Não sou o melhor exemplo para falar algo. 

A respondi rapidamente e retornei uma ligação perdida de Bárbara, feita há quatro horas atrás, mas apenas consegui ter sua atenção tendo ligado pela segunda vez.

– Bom dia, Bah.

– Bom dia? São três horas da tarde.

Merda, eu esqueci do fuso horário… Stella deve ter programado meu celular para o horário daqui. 

– Ah, foi mal…

– Você está estranha, aconteceu alguma coisa?

– Diria que muitas. – Respondi, pensando em minhas aventuras da noite passada.

– Me conta.

– Andei de avião, tentei me matar e vi minha sobrinha. 

– É muita informação de uma vez só… Vamos por partes… Por que você andou de avião?

– Viajei para a Itália, é aniversário da Molly. 

– Pensei que não fizesse mais viagens assim, desde que… – Ela mesma se interrompeu.

– Não fazia, mas foi necessário. 

– Ok… Como está se sentindo? 

– Eu não sei definir, mas… – A coloquei no alto falante, porque estava trocando de roupa. – Pode ficar tranquila.

– Meio difícil, após saber que você tentou se autodestruir.

– Eu sei… – Comentei, sentindo o peso que a culpa me trazia.

– Não, você não sabe… – Bah respirou fundo – Precisa parar de carregar toda a dor sozinha, está cansada de saber que existem pessoas ao seu redor que te amam e estão dispostas a fazer de tudo para te ver feliz. Não seja tão dura consigo mesma, pare de tentar fugir dos problemas e aprenda a lidar com eles! Entendo seu sofrimento, mas precisa se erguer… Não pode viver a vida se entregando ao negativismo e deixando que seu lado obscuro vença a batalha.  Por trás de toda a sua armadura eu sei que existe uma pessoa boa, pois cresci com você e observei sua bondade bem de perto. Assim como, sei que pode reaver essa pessoa, ela ainda está aí… Você só não consegue enxergar, mas um dia vai. Tenho certeza que ainda vou te ver alcançando a felicidade que tanto anseia por ter e se livrando dos seus demônios ao decorrer dessa caminhada tortuosa. 

– Eu concordo com ela. – Disse Stella, sonolenta. 

– Não estou achando essa conversa muito justa, são duas contra uma. – Comentei.

– Por mais ciúme que eu tenha dela, gosto de saber que é sensata o suficiente para concordar com o que foi dito.

– Me dá isso aqui – Stella disse, pegando o celular – Não se preocupe, também tenho ciúmes de você, mas quando se trata da Carol, precisamos nos unir e ter pulso firme. – Finalizou, se afastando com o celular enquanto mantinha a conversa com Bah.

Ergui os braços sem entender nada e perguntei:

– Que porra tá acontecendo aqui? 

– Cala a boca! – Ambas disseram em sincronia.

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora