Capítulo 45 - Com Amor, A

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Caroline Novac

Meus dias na Itália passaram voando e todos foram repletos de adrenalina.  Uns dedicados à missão, outros à saídas com Molly e alguns até mesmo com ambas as coisas interligadas. Viver uma vida dupla é extremamente desgastante e, por vezes, desafiador. 

Apesar de estar acostumada a conciliar ambas as coisas, me deparei com o enorme desafio de protegê-la e fazer com que se mantivesse longe de mim em meio a nosso passeio enquanto despistava dois dos capangas que havia enganado dias atrás. 

Flashback on

Taormina foi a atração do dia. A cidade  oferece vista privilegiada do mar e vulcão Etna, o qual visitamos em um dos primeiros dias de passeio. Optamos por ir a um dos mirantes para melhor apreciação e tiramos algumas fotos durante o percurso, indo em seguida até o Teatro Grego de Taormina, onde tudo começou a desandar. 

– Esse lugar é incrível! 

– O que você vê como incrível, eu vejo como velharia. – Comentei, com certo desdém.

– A palavra correta é "Preservado." 

– Use essa colocação com sua mãe quando estiver acabada, ela vai adorar. – Gargalhei.

– Ela vai me pôr pra fora de casa, mesmo a ofendendo de forma mais delicada. – Retribuiu a risada.

– Aí eu te acolho e resolvemos seu problema de moradia. 

– Vai aguentar meus surtos diários?

– Melhor do que isso, vou te ajudar a lidar com eles. – Sorri para ela e recebi um abraço apertado. 

– Eu te amo! – Minha boca se abriu querendo retribuir, mas não consegui. – Não se preocupa, sei que ainda não se sente confortável. Eu só precisei dizer… Não é sempre que posso ter você comigo. 

– Sinto muito por isso, pequena. Prometo que isso vai mudar. 

– Não prometa o que não tem capacidade de cumprir.

– Às vezes até possuímos a capacidade, mas não temos a segurança para tomar as devidas atitudes. – Aderi uma expressão triste e me afastei de seus braços. – Tudo que mais queria era poder cuidar de você da forma que merece, mas não sirvo para ter uma preciosidade tão grande em minha vida. – Finalizei, passando a mão em seus cabelos.

– Você fala como se fosse uma pessoa horrível, quando sabemos que é a guardiã legal que preciso. 

– Não, não sou. 

– É sim! 

Esse bate e volta se deu até o instante em que avistei dois homens conversando vindo em direção ao espaço em que estávamos e fiquei séria pensando em como proceder.

– Vá até o banheiro e só volte quando eu mandar mensagem dizendo que pode voltar. Não questione, apenas vá. Depois eu te explico. – Intimei Molly, a deixando totalmente sem reação e meio hesitante, sumindo de minha vista. 

Fiz uma leitura corporal para identificar se me viram interagindo com minha sobrinha e aparentemente sua presença passou despercebida, o que me garantiu a vantagem de andar até eles e agir de maneira descontraída. 

– Rapazes! Vocês por aqui?! – Iniciei um contato batendo no braço de Carver, o moreno alto.

–  Eliza Kravitz… A ladra de mão leve. – Comentou, em tom sedutor. 

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora