Capítulo 10 - Molly

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Caroline Novac

Muito contrariada fiz o que ele pediu, mas parei ao sentir o celular vibrar indicando que havia recebido uma mensagem e a pessoa a qual me chamou trouxe um enorme sorriso para o meu rosto.

Molly:

Tiaaaa, como você anda? Estou sentindo muito a sua falta, é horrível ficar longe e ter que viver nessa casa sem alguém para me entreter. Espero podermos marcar um dia para ficarmos juntas e me livrar desses malas. Por favor, me retorna. Odiaria ir dormir sem ter uma resposta de volta.

– Oi, princesa! Devo dizer que não consigo suportar também a saudade por estar longe de você, mas irei resolver isso em breve. Já estou programando várias coisas legais para fazermos quando nos encontrarmos. Sei que eles são insuportáveis, mas infelizmente são seus pais. Um dia isso vai melhorar, te prometo! Nem que eu tenha que te sequestrar para vir morar comigo. Beijos, fique bem.

– Obrigada…Espero que esse dia chegue logo, eu não seria nenhum pouco relutante com relação a ir embora daqui. Te amo, beijos. Aguardo ansiosamente para te ver <3

Por mais que a amasse muito, não sabia me expressar e infelizmente nunca retribuía tais palavras dedicadas a mim, mesmo assim sempre procurei ser minha melhor versão para Molly, sempre lhe proporcionei do melhor e fiz tudo aquilo que Christina não se importava em fazer. Vi aquela linda menininha crescer e hoje ela já estava com seus 14 anos de idade, mesmo assim nunca me largava de lado. Se não me sinto sozinha devo isso a ela, pois se comunica comigo todos os dias e faz questão de me deixar ciente de tudo referente a sua vida. Assim como, grava discussões de seus pais e conversas importantes para me mandar, pois pedi que o fizesse. Me importo demais com minha princesinha e odiaria vê-la sofrendo para sempre. Tenho poucas esperanças em relação a mudança das atitudes por parte de seus pais, diante disso guardo tudo que recebo para que um dia possa usar tais coisas como prova de suas negligências perante a filha. Se me faltar opções eu estou sim disposta a brigar pela guarda de minha sobrinha. Minha menininha merece o mundo e se for possível eu irei o entregar a ela!

Guardei o celular no bolso e acabei tendo meu sorriso dissipado por reviver uma lembrança extremamente dolorosa, pois foi referente ao dia que Molly foi embora…

Flashback on

24 de agosto, Los Angeles.

Era meu aniversário de 15 anos e fui acordada da melhor forma possível tendo Molly pulando em meus braços me desejando feliz aniversário, seguido de um beijo caloroso em minha bochecha. Na época aquele anjinho possuía apenas 6 anos de idade e já vivenciava o tratamento tóxico que minha irmã fazia questão de oferecer.  Falando no diabo… A mesma entrou no meu quarto repreendendo Molly para que "me deixasse em paz" e fosse tomar seu café da manhã. A olhei em tom de reprovação imediatamente e minha sobrinha protestou dizendo que iria comer apenas quando eu também fosse. Sorri para a linda criança loira de olhos verdes e a abracei com força, deixando Christina ainda mais possessa. 

– Melhor me obedecer, Molly! Ou já sabe o que vai te acontecer. – Impôs, Christ.

– Ela não vai a lugar algum, contente-se com o fato de ela gostar de mim.

– Não ouse me desafiar, Caroline!

– Ou o quê? Vai fazer o que a respeito? Me bater? Gritar comigo pensando ter autoridade suficiente para me obrigar a fazer algo quando não respeita nem a própria filha? - Rebato, a olhando com deboche, enquanto Molly escondia-se debaixo da coberta abraçando-me com medo.

– Não pense que sairá impune por me tratar de forma malcriada. 

– Malcriada é você que não aceita nada se não for do seu jeito e ainda faz chilique. Se quer respeito, deve exercê-lo primeiro. Você não é minha mãe e se ela estivesse aqui hoje em dia, teria vergonha do que você se tornou! – Vamos, princesa. Está tudo bem, vem com a tia escovar os dentes – Comentei, confortando molly e andando de mãos dadas com a mesma até o banheiro que era localizado perto de minha cama. 

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora