Capítulo 26 - Troca de Presentes

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Caroline Novac

- Ei, Novac! Acorda! - Senti Stella me cutucar.

- Não, acorda você e me deixa em paz. - Disse, sem mover um músculo.

- Deixa de ser preguiçosa, levanta!

- O que é tão importante para você me acordar às... - Fiz esforço para abrir os olhos e direcionei minha visão até um pequeno relógio rosa em cima de sua cômoda - Porra, Stella... 5 da manhã???

- Quero te levar para ver algo.

- Prefiro morrer do que levantar dessa cama macia. - Me esparramei ainda mais ao dizer.

Stella arrancou a coberta de cima de mim com certa dificuldade e começou a me puxar pelos pés até que eu caísse no chão.

- Caralho, eu vou te matar! - A encarei com raiva, mas sem forças para levantar.

- Não seja rabugenta logo cedo, fiz algo especial para você. Vem comigo! - Disse, me puxando pelas mãos para que me levantasse.

Às vezes ela agia como minha sobrinha de 14 anos, o que só me fazia ter mais saudades de tê-la por perto.

Stella me levou até o banheiro jogando água em meu rosto para que eu despertasse, me ofereceu uma escova com pasta de dente e após todo o processo me puxou pela mão desesperada até o segundo andar de sua casa, onde havia um grande balanço cor de rosa de frente para uma pequena varanda repleta de flores coloridas em canteiros no chão.

- Sente-se e não ouse olhar para trás.

- O que você está aprontando? - Perguntei, fazendo menção de virar quando Stella segurou meus ombros.

- Eu disse para não olhar.

- Tá, só não demora.

Enquanto a esperava fiquei observando a paisagem que aquele ponto estratégico tinha a oferecer. Árvores lindas eram dispostas em boa parte da rua com uma coloração verde escura, era possível ver algumas senhoras de idade conversando enquanto caminhavam, o céu se encontrava azul com poucas nuvens e um cheiro de café pairava no ar através de deliciosas correntes de vento geladas.

Eu sinceramente não entendia o motivo de ter me acordado tão cedo, mas ela sempre foi assim. Aquela baixinha de longos cabelos cor de mel e olhos azuis tinha sua própria forma de ver o mundo. Me pergunto até hoje como fui fazer amizade com uma patricinha dessas... Olha pra mim, não combinamos nem um pouco na personalidade, mas tudo bem... São coisas da vida as quais não temos como explicar, apenas acontece. Até que gosto do jeito como ela age, é o oposto de mim. Está sempre alegre, exalando simpatia por onde passa, trata a todos com imenso carinho, não liga para os meus xingamentos e me deixa puta por não querer brigar comigo em meio meus surtos de raiva. É, Stella é um amor. Essa garota não me merece e mesmo assim insiste em me manter em sua vida.

Falando na doidinha...

- Voltei, mas é pra você se manter estática.

- Estamos recriando uma brincadeira de infância ou você está se preparando para me matar sem que eu perceba? - Debochei.

- Não posso matar minha melhor amiga, eu sofreria.

Porra... Ela é muito fofa.

- Melhor mesmo, você sentiria falta do meu jeito amável de ser.

- Não sei quem te enganou, Novac. - Ela soltou uma risada.

Quando finalmente se aproximou de mim exibiu uma grande bandeja repleta de besteiras, inclusive uma caixa de presente preta, o que me deixou muito intrigada.

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora