Matthew Collins
Ela era muito teimosa, mas ao menos foi capaz de me ouvir e estava se cuidando. Apenas fiquei apoiado com braço no balcão a observando para garantir que comeria tudo. Devo admitir que ela está linda hoje, se ela se vestiu na intenção de provocar conseguiu atingir seu objetivo e o sorriso que liberava ao olhar para o celular só a deixava ainda mais atraente, pois até então ainda não havia presenciado tal expressão de sua parte, mas também devo mencionar que me vi curioso querendo saber quem estava lhe arrancando tantos sorrisos. Carol agia de maneira tão fria comigo, quem estaria sendo capaz de lhe fazer feliz assim em tão pouco tempo? Bom, que seja... Melhor focar em outras coisas. Pensei, né, mas minha cabeça rapidamente me fez focar em sua fisionomia.
A morena possui cabelos longos em uma mistura de liso com ondulado, seus olhos são castanhos escuros, seu perfume tem uma forte fragrância que me lembra o cheiro de um perfume masculino. Mediante nossa diferença de altura diria que ela possui 1,68 e sua boca é de tamanho mediano, a qual eu estava encarando descaradamente pensando no quanto se encaixaria perfeitamente na minha...Mas rapidamente me controlei, pois estava fazendo justamente o que não pretendia, ou seja, me desviando da missão. Por mais que estivesse prestando atenção no que acontecia no andar acima de mim, estava me deixando levar por me preocupar em cuidar dela.- Acabei, satisfeito agora?
- Eu é quem deveria te fazer essa pergunta, pois ao que me parece só faltava você lamber o prato.
- Não estava muito adepta a ideia, mas acabei gostando do que foi servido.
- Talvez estivesse... Ou apenas fosse sua fome falando mais alto.
- Ou os dois, mas as iscas de peixe empanadas com limão siciliano realmente estavam ótimas e ainda tinha aquele delicioso molho de queijo para acompanhar. Fora as batatas fritas que eu tive de pedir para preencher o resto do espaço.
- Agradeça ao chef brasileiro por isso.
- Brasileiro? - Ela perguntou intrigada.
- Sim, a boate em si foi arquitetada por um brasileiro. Além de dono do local, o Alexander também é o chef de cozinha.
- E como você sabe tanto sobre?
- Lembra do meu amigo, André? Então... Ele fez amizade com o dono antes da inauguração, consequentemente me contou tudo que descobriu a respeito do local.
Espero que ela não pergunte nada a respeito, pois não quero ter de pensar em mais uma mentira.
- Hum...Entendi. - Ela disse, parecendo meio desnorteada ainda por conta da bebida.
- Você deveria ir ao banheiro jogar uma água bem gelada no rosto, já que aqui não tem a possibilidade de você entrar debaixo de um chuveiro agora. - Aconselhei.
- Não precisa perder seu tempo cuidando de mim.
- Não estou perdendo tempo algum. Deveria valorizar minha ajuda, pois se fosse outro poderia estar se aproveitando do seu estado para te usar.
- Tanto faz, vou ao banheiro. - Ela comentou retirando-se.
Me pergunto se Caroline realmente só bebeu um copo do tal Rakija, pois a bebida é fermentada a partir de frutas e apresenta de 40 a 65 % de teor alcoólico normalmente, mas caso tenha sido fabricada por conta própria pode vir a ser pior, o que me preocupa considerando que a mesma ingeriu o líquido de estômago vazio. Espero que tenha sido apenas um porque diante das providências que tomei não terão tantas chances de infecção em seu ferimento pela ingestão de álcool. Os petiscos foram uma maneira de absorver o álcool de seu organismo de maneira mais rápida e incentivar sua sobriedade, espero que possam fazer alguma diferença. A água para hidratá-la e a que irá jogar no rosto para atuar igualmente na diminuição do líquido que atualmente está agindo de forma maligna em seu corpo.
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Traga o Desastre
AcciónCaroline Novac teve sua vida reinventada após um trágico acontecimento, o qual a fez se tornar agente dupla buscando formas de sobreviver, mas os desafios se tornam ainda maiores quando se depara com um velho conhecido que alimenta grande ódio e res...