Capítulo 6 - Reconciliação

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Caroline Novac

Bárbara não sabia o quanto eu estava me matando ultimamente, mas eu também estava sendo injusta mentindo para ela em relação ao bico como fotógrafa, mas não podia simplesmente contar que trabalho secretamente como agente. No entanto,ela não tinha o direito de dizer que vivo pra isso, que não faço nada além disso. Eu passei os últimos meses me estressando para modificar algumas coisas na antiga casa em que morava com meus pais. Não havia tirado nada das caixas além de roupa e alguns utensílios de cozinha justamente para não ter o trabalho de fazê-lo novamente. Eu não estava agindo assim por maldade ou por estar me preparando para ir embora novamente, mas sim, me preparando para voltar até a casa em que costumava viver. Meus planos incluíam a melhoria da casa, assim como recursos adicionais de proteção. Não queria envolver ninguém nesse projeto, era algo que precisava fazer sozinha, porém, também era o que me gerava todo meu estresse sem limite e cansaço físico diário, fora as missões que precisava realizar para Juliet, minha chefe. Apesar de estar conseguindo construir o que quero de maneira rápida, ainda faltavam alguns detalhes que precisariam de mais algumas semanas de dedicação. 

Todo meu raciocínio foi criado a partir das gotas d'água que escorriam em meu rosto debaixo do chuveiro, mas havia uma coisa me incomodando: Meu celular tocava incessantemente e não paravam de chegar mensagens. Me enrolei na toalha e sentei na cama para ver do que se tratava. Como esperado, eram todas ligações e mensagens de Bárbara. 

– Que droga, Bah. Você não cansa?! 

Quando estava finalmente acabando de ler as coisas que ela havia mandado, voltou a me ligar. De maneira muito relutante, atendi o telefone. 

– Pode parar de encher meu celular de mensagens?

– Posso, quando você deixar de me odiar.

– Eu não te odeio.

– Fui expulsa da sua casa e não recebo respostas por qual motivo então?!

– Porque você me irritou! Diga de uma vez o que quer...

– Tudo que peço é o seu perdão.

– Ok, está perdoada. Mais alguma coisa?

– Sim, quero que encontre comigo na boate Life's a Shit que está inaugurando hoje. Quero acertar as coisas com você.

– Eu não estou muito apta a sair de casa no momento, muito menos para uma boate. 

– Por favor, eu já me humilhei demais por mensagem. Acabe com minha tortura e venha me ver.

– Não sei, vou pensar.

– E como vou saber se mudou de ideia?

– Você vai saber, se eu aparecer... 

– Tá bom, amiga. Beijos.

– Beijo, tchau. - Finalizei a ligação.

Minha breve conversa com Bárbara me trouxe um grande impasse. Ao mesmo tempo que queria ficar em casa revendo minha planilha pessoal sobre meus objetivos semanais, estava disposta a encontrá-la na boate e fazer as pazes, pois um pedaço meu reconhecia o quão errado havia agido com ela, principalmente o quão injusta fui em relação aos meus pensamentos, até porque Bah realmente não sabia de nada e eu sequer me dei ao trabalho de contar, apenas descontei minha frustração em cima dela. 

Me peguei olhando fixamente para o closet improvisado que tinha montado para colocar as roupas e decidi colocar um top preto, o qual ressaltava meus seios. Para combinar vesti uma saia prata brilhante, salto alto preto e um casaco roxo soltinho só para completar o look. Fiz uma maquiagem bem basiquinha, peguei meu celular e segui até a boate de táxi, afinal, minhas intenções para a noite incluíam bebedeira e diversão com minha amiga, apesar de ainda não termos nos acertado.O local ficava a uns minutos da minha casa, então não demorei muito para chegar. O motorista estacionou o carro na primeira vaga que encontrou. O paguei e fui participar da imensa fila que estava formada do lado de fora. O letreiro da boate tinha led verde e possuía um acabamento de madeira nos batentes da entrada bem simples, o que me fez questionar se por dentro teria algo de mais chamativo que a diferenciasse das outras. Quando finalmente consegui adentrar na boate vi Bárbara com um vestido de veludo vermelho super colado possuindo alças finas e com um belo de um decote nos seios andando distraída em direção a saída determinada a ir embora. Nesse instante a segurei pelo braço e Perguntei:

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora