Matthew Collins
Esperei Oliver se retirar do cômodo em que estávamos e fui em direção a sala de Reuben, onde encontravam-se dois seguranças em sua porta, os quais analisei e percebi que estavam carregando bastões de ferro na cintura. A essa altura eu já não ligava mais se era ou não visto, pois sabia exatamente quais providências tomar. Chamei a atenção de ambos com um assobio e imediatamente vieram até mim. O primeiro aproximou-se afobado tentando me acertar com o bastão na altura de meus zigomáticos, mas levantei meu braço contendo seu ataque. Retribui sua ação com um chute no abdome e o mesmo caiu ao chão com o impacto causado por mim. O segundo buscou me atacar deixando seu corpo totalmente livre para investidas minhas, oportunidade a qual eu aproveitei e realizei sequências de golpes em sua face, o deixando completamente estático no chão. Seu colega, que eu havia derrubado anteriormente decidiu me atacar, então peguei o bastão que se encontrava no chão e entrei em uma briga ridícula. Quando vi uma oportunidade segurei seu braço batendo forte com o bastão fazendo com que o seu caísse, em seguida desferindo outro golpe em sua perna o desestabilizando. Estando apoiado apenas em uma perna, dei-lhe uma joelhada para que enfim me livrasse dele, mas tal atitude acabou me gerando certa dor em minha ferida. Procurei ignorar o incômodo sentido e segui rumo a minha missão.
Adentrei a sala de Hill e o mesmo encontrava-se sentado atrás de uma mesa.
– Você demorou… Me perguntava quanto tempo levaria até que outro agente da CIA viesse me procurar. – Sua voz ecoou dentro do local.
Seria idiotisse perguntar como ele sabia, pois se tornou óbvio à partir do momento em que sofreu uma súbita queda da escada e bom, eu permanecia atrás dele mesmo depois de tudo.
– Estava ocupado demais eliminando os seus capangas.
– Se não foram capazes de te parar mereciam mesmo a morte.
– Qualquer um que compactue com você merece tal destino. O que faz não é correto e jamais seria aceito por ninguém.
– Ora, não é algo tão ruim. Algumas imploram para serem defloradas novamente. Uma hora todas cedem. – Ele liberou uma risada – Nunca tive tanto dinheiro quanto estou tendo agora vendendo as mulheres que encontro…É um negócio farto. Temos muitas mulheres no mercado e filas de homens dispostos a comprá-las para saciar seus desejos.
Seus comentários fizeram meu sangue ferver e eu estava pronto para ir até sua mesa desfigurar seu rosto o batendo contra a mesma, mas ele estalou os dedos e dois seguranças apareceram diante de mim.
Novamente me dispus a lutar, mesmo sentindo todo meu corpo começar a falhar em exaustão. Em meio minha performance defensiva Hill fez questão de mencionar o ferimento que havia me causado mais cedo, o que tornou as coisas ainda mais difíceis, pois tive de proteger o local para que não o acertassem e rebater os golpes que recebia. Reuben usou o acontecimento como distração e pôs em prática outra fuga, mas dessa vez eu não o deixaria escapar. Desferi um chute em um dos homens para afastá-lo e empurrei o outro para que caísse no chão, tendo como segundo passo pegar minha arma descarregada e arremessar nas costas de Reuben visando atrasá-lo. O mesmo faz um gesto de dor se curvando e coloca a mão na região que o acertei, mas mesmo assim insiste em levantar para buscar sua passagem secreta. Subsequentemente meus braços são segurados pelos dois seguranças para que seu chefe tenha tempo de fugir, mas rapidamente dou uma cabeçada no homem que segura meu braço direito fazendo-o me soltar desorientado e piso no pé do outro virando meu braço para lhe realizar um gancho de direita. Faço o que está ao meu alcance para finalizar os dois e corro até a passagem subterrânea tentando alcançar meu fugitivo. Quando o alcancei ele estava perto da borda da piscina, então me joguei com tudo em sua direção e ambos paramos dentro d'água. Hill tentou me afogar com um mata-leão, mas procuro manter a calma como me foi ensinado na academia para agentes e me solto antes que todo meu ar se esvaia. Volto a respirar, porém gasto todo meu fôlego dando socos no rosto de Reuben. Vendo que estou cansado leva sua mão até onde me esfaqueou e aperta o máximo que pode, fazendo a água se tornar vermelha com o sangue que voltava a sair de meu corpo. O mesmo grita por ajuda após me ferir e tenta escapar, mas envolvo meu braço em seu pescoço, assim como fez comigo. Três capangas se aproximam e empunham armas em minha direção e mesmo diante de minhas ameaças sobre matar Reuben antes de ser morto eles simplesmente riram, permanecendo me intimando e contando até 10 para que eu o soltasse. Certamente não o fiz e quando a contagem chegou a 1, André repentinamente apareceu com diversos agentes os encurralando.
Recebo suporte para sair da piscina e imediatamente algemo Reuben Hill indicando que o levem para bem longe antes que eu seja capaz de fazer algo mais sério contra ele. Me aproximo do agente responsável pelo grupo e falo sobre Oliver Hardt, inclusive lhe dou sua descrição para que possam o identificar e ajudar como prometido por mim. Em meio nossa conversa acabam reparando em minha camiseta repleta de sangue e gritam por um médico de campo, mas não o acham. Sendo assim, André imediatamente me escora e leva até o carro.
Nosso pequeno trajeto rendeu sermões da parte de Rodríguez por eu ter saído escondido, seguido de grande preocupação sobre como cuidaria de mim sem saber o básico sobre a realização de curativos, pois sempre que se feria era eu quem cuidava dele. Ao chegarmos Caroline começou a gritar comigo e xingar por estar ainda pior que antes, mas repentinamente mostrou-se preocupada e me levou para o quarto na intenção de me dar um banho. Confesso que em outras circunstâncias acharia extremamente sexy o fato de ter quase me despido por completo, mas me senti satisfeito apenas em receber seu olhar curioso direcionado ao conteúdo debaixo da cueca. Segurei uma risada que queria vir à tona e procurei me limpar, pois se pensasse demais acabaria passando por uma situação ainda mais vergonhosa com Caroline, tendo uma ereção bem em sua frente.
Em certo momento Caroline virou-se me dando privacidade para me ensaboar, mas logo teve de se virar preocupada por escutar o barulho que fiz ao escorregar e cair. Desliguei o chuveiro, me sentei em minha cama e deixei que cuidasse de mim. Até que ela sabia costurar direito, mas não deixou passar batida a oportunidade de devolver na mesma moeda o que fiz com ela no hospital. O tempo todo me perguntava se eu não gostaria de chorar ou sentia medo do que estava sendo feito. Tudo bem, eu mereci…
Tendo terminado o que fazia não pude deixar que saísse do quarto antes de a agradecer, mas ela apenas assentiu com a cabeça e se retirou em silêncio. Eu definitivamente não entendia aquela mulher… Suas atitudes eram extremamente imprevisíveis. Tão imprevisíveis que acordei de madrugada sentindo pontadas de dor e a vi dormindo em minha poltrona, certamente para garantir que eu não sairia de casa novamente, mas quanto a isso poderia ficar despreocupada, meu objetivo já havia sido cumprido com êxito e minha noite foi longa o suficiente. Agora poderia finalmente descansar...
No dia seguinte...
Logo ao amanhecer fui mais uma vez surpreendido por Caroline ao receber café da manhã na cama. A bandeja em sua mão estava composta por torradas, ovos, bacon, manteiga e um copo de suco.
– Bom dia, idiota! – Ela disse, sorrindo.
Mesmo me ofendendo seu sorriso lindo não passou despercebido por mim, o admirei pelos segundos que tive.
– Bom dia, Carol. É divertido começar o dia me insultando?
– Cala a boca ou como toda essa comida na sua frente e te deixo sem nada.
A olhei erguendo uma sobrancelha e a mesma revirou os olhos me esticando a bandeja.
– Coma tudo, você está fraco.
– Preocupada comigo? – Perguntei, passando manteiga em minha torrada e rindo em satisfação.
– Não me faça arrepender por estar sendo ao menos um pouco gentil.
– Não está sendo verdadeira, o que mais quer agora é me bater, mas a culpa está te consumindo e impedindo de fazer o que gostaria. – Comentei, balançando o bacon enquanto falava.
– Matthew, come essa porra e para de falar! – Ela impôs.
– Já te disseram que você é muito mandona?
– Sim e todos estavam certos, mas também eram sensatos o suficiente para fazer o que eu mandava.
– Que bom que arrumou uma pessoa a sua altura que te frustra ao saber que não domina. – Provoquei.
– Não devia criar muitas expectativas, pois nossos encontros foram meros acasos inoportunos que não irão se repetir.
– E você não deveria ser tão convencida a ponto de achar que vai se livrar tão fácil de mim.
– Veremos. – Ela disse, saindo do quarto.
É...Veremos.
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Traga o Desastre
ActionCaroline Novac teve sua vida reinventada após um trágico acontecimento, o qual a fez se tornar agente dupla buscando formas de sobreviver, mas os desafios se tornam ainda maiores quando se depara com um velho conhecido que alimenta grande ódio e res...