Capítulo 3 - Apresentação

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Matthew Collins

Flashback on ∆

Passei o dia com meus pais patinando no gelo e jogando boliche. Aquele estava sendo o melhor momento da minha vida, eu me sentia completamente feliz e amado por eles. Não estavam havendo brigas, muito menos gritaria por qualquer motivo que fosse. O dia estava sendo perfeito e pela primeira vez na minha vida não tive que me sentir um inútil por não ser capaz de fazer algo como acertar uns simples pinos de boliche, muito pelo contrário, meu pai percebeu minha expressão de tristeza e pela primeira vez me orientou para que conseguisse fazer um strike e com sua ajuda, finalmente consegui. Não conseguia ver de que maneira aquilo poderia ser melhor. Ainda sim, quando cheguei em casa recebi um videogame de presente com diversos jogos recém-lançados em um pacote a parte. Ansiosamente desembrulhei tudo e comecei minha maratona de jogos. Pena que não durou muito, já que em plena madrugada meu pai entrou bêbado em meu quarto gritando todos os palavrões possíveis, humilhando-me e quebrando o videogame que ele mesmo tinha dado horas atrás.

Flashback off ∆

Minha mãe mal havia anunciado que viria para minha casa daqui uma semana e eu já respirava frustrado sendo atormentado por lembranças do passado.

Meu amor por minha mãe era incondicional, mas não podia dizer o mesmo a respeito do meu pai. Muito menos entendia porque eles estavam juntos até hoje. Talvez fosse pelo dinheiro que ele conquistou através dos negócios? Bom, de qualquer forma não fazia diferença. Nada me faria sentir confortável perto daquele homem.

– Nervoso para sua apresentação? – André perguntou, desviando meu olhar compenetrado da enorme janela do andar em que ficávamos na agência da CIA.

– Um pouco. – Respondi, visando disfarçar o real motivo por estar assim.

– Você vai se dar bem, é só um bando de moleques. Já fomos como eles, então você vai tirar de letra!

– É, tem razão.

- Você é capaz, cara. Já conquistou tanta coisa, essa só vai ser mais uma delas.

– Valeu, isso significa muito. – Comentei, dando um sorriso meio sem jeito e o abraçando.

– Preparado para o grande dia? – A voz do meu chefe ecoou atrás de nós.

– Claro, Alisson.

– Podemos ir então ?

– Não estão muito adiantados? – André perguntou.

– Decidi antecipar o horário, já que todos os recrutas estão aqui.

– É bom ver que tiveram responsabilidade para chegar cedo. – Comentei.

– Bem diferente dos dois quando entraram aqui. – Meu chefe disse enquanto ria.

– Golpe baixo, hein. – Falou André.

– Chega de papo, vamos ao que interessa. – Disse, andando na frente até a sala em que faria minha apresentação.

André não participaria, pois tinha alguns relatórios para terminar caso quisesse ir embora comigo quando tudo acabasse. Alisson me acompanhou até a sala e manteve-se de pé ao meu lado seriamente, deixando que eu agisse como achasse melhor ali dentro e provasse o quanto sabia ter autoridade.

– Boa tarde! Antes de mais nada gostaria que aqueles que só estão interessados em brincadeiras e status, saiam imediatamente pela porta a minha esquerda. Não estou aqui para entreter vocês, muito menos passar a mão na cabeça daqueles que decidirem fazer besteiras. Essa é uma empresa extremamente secreta, rígida e repleta de regras. Aqueles que não estão dispostos a aceitar os termos descritos nos manuais que foram entregues, que saiam. Não há vergonha nenhuma em desistir, é melhor do que morrer em campo por ser um péssimo agente que precisa ser protegido por seus colegas a todo instante ou gerar problemas para os mesmos.

Traga o DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora