Hallo! Bom, primeiramente peço perdão por ter sumido do nada. Estive em um tratamento nesses últimos meses e os remédios me deixavam sem concentração e com muito sono o tempo todo e eu não queria deixar uma história tão grande e especial pra mim (e acho que pra quem chegou até aqui também) sem um final decente. Agora que estou completamente recuperada, consegui juntar todos os pontinhos e colocar no papel. O capítulo está bem grande, mas esses três (ou quatro) últimos virão neste mesmo formato pra que eu consiga fechar tudo sem pressa. É isso aí, espero que gostem!!!
Passa da meia noite quando consigo escapar do apartamento. Finnick está me esperando do lado de fora do prédio, o corpo recostado contra um carro preto longo. Eu não o teria reconhecido se não soubesse do planejamento todo. Como eu, ele veste um largo moletom escuro com capuz, calças largas e sapatos velhos. Poderíamos ser confundidos com qualquer outra celebridade disfarçada e ninguém exceto a imprensa se importaria. Fofocas envolvendo vitoriosos são sempre um prato cheio para qualquer um.
Sinto o ar penetrar minha pele mais frio do que deveria enquanto me aproximo, receosa. Finnick abre a porta e me convida silenciosamente a entrar. Hesito por alguns segundos, olhando em volta para me certificar de que não há ninguém vigiando, nenhuma câmera pronta para pegar qualquer detalhe em minha roupa ou postura que possa revelar minha identidade. Levo as mãos aos bolsos, uma mania que peguei da convivência com meu marido, então reúno a coragem em mim e entro no banco de trás do veículo.
Finnick entra em seguida, fechando a porta com um puxão suave. Permaneço afastada o suficiente para que não nos toquemos por acidente. As coxas grudando no banco de couro são um constrangimento muito menos desconfortável. Há um homem largo sentado de frente para nós, sua silhueta contornada pelas luzes roxas que vem de uma luminária discreta no teto. Ele está bem vestido, os cabelos grisalhos estão bem penteados para trás, uma linha discreta forma um sorriso indecifrável em seu rosto, algo que pode ser lido tanto como malícia quanto como complacência. Finnick suspira, abaixa o capuz e relaxa o corpo no banco.
— Pode relaxar também, Syrena — diz ele, tocando minhas mãos travadas no banco. Retiro-as instintivamente. — Estamos entre... amigos.
A colocação não me tranquiliza como deveria. Na verdade, parece ainda mais ameaçadora, exatamente como o tipo de coisa que Demetrio Lowgrass diria. Aprumo-me em meu lugar.
— Não estou nervosa — minto.
— Deveria estar — diz Plutarch. Finnick revira os olhos e sorri, sem deixar claro se está se divertindo ou apenas escarnecendo. Tento não retorcer o rosto em confusão. Sinto que estou perdendo algo. — O que quero de você é perigoso.
Meu maxilar se trava discretamente. Abro a boca para falar, os olhos presos no carpete do carro, contudo, detenho-me. Não sei que tipo de resposta é esperada. Ambos sabem do que tudo isto se trata, e o fato de nenhum dos dois se dar ao trabalho de me informar apenas contribui para que eu tenha cada vez mais vontade de fugir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
73ª Edição dos Jogos Vorazes
FanfictionVencer através do sangue dos inocentes nunca foi nada além de um mero detalhe no caminho para a glória na vida de Syrena Jaeger. Fruto do breve relacionamento entre um par de vencedores do Distrito 2, a garota passou seus anos se preparando e sonhan...