Hallo, pessoal! Peço 50 mil perdões pela eternidade, mas só consegui reorganizar minha vida agora. Estou muito feliz por ter voltado e por esse capítulo final - insira carinhas de choro eterno aqui - apesar de não querer dizer adeus a essa história tão especial pra mim e pra vocês que chegaram e esperaram até aqui também. Tem alguns avisinhos esperando vocês no final, mas agora... fiquem à vontade pra ler!
Conway tem razão quando diz que nossos números estão crescendo rápido demais. Quando ele e seu imediato me conduzem pelas ruas de pedra e areia até um prédio cinza de esquina, entendo o que significa. Não me lembro de haver entrado neste lugar algum dia. Há mais alguns soldados circulando em seus uniformes negros. Eles checam agilmente pilhas e mais pilhas de tecido da mesma cor, separam em grupos e os entregam a pessoas que circulam em roupas comuns. Estas, por sua vez, levam tudo para uma sala barulhenta no canto esquerdo do saguão principal, onde toda a movimentação ocorre.
A indústria têxtil de grande porte não é forte no Distrito 4. Grande parte de nossas roupas são confeccionadas à mão, normalmente trançadas em crochê ou bordadas em tecidos finos capazes de suportar o verão intenso. O vestuário dos treineiros da academia costuma vir do Distrito 8, onde há estilistas qualificados para todo tipo de moda, incluindo a militar. Se estamos conseguindo dar conta, pelo menos por hora, da demanda de novos uniformes militares é graças à presença de Ginger, que sempre vestira o Distrito 2 nos Jogos, desde o desfile à própria arena.
A estilista está de pé diante de uma mesa imensa colocada no centro do saguão. Seus olhos castanhos me encontram assim que as saudações dos soldados anunciam minha presença. Junto com ela, outros que discutiam em volta da mesa acompanham o olhar. Reconheço as braçadeiras pretas que representam posições de liderança em Juar Havelock e Anaitis. Eles batem continência quando Conway e eu nos juntamos a eles. Bem no centro da mesa, posso ver um projetor simples que deve servir para que nos comuniquemos com nossos aliados. No momento, ele está desligado, mas um mapa detalhado de todo o Distrito 4 está projetado sobre a superfície branca da mesa.
— Estou feliz que esteja viva, Syrena — diz Juar, coçando a barba cheia e escura. — Ficamos assustados com aquela... manobra que fez de última hora.
Agradeço silenciosamente, um gesto simples de cabeça. De fato, eles parecem tão felizes quanto assombrados por me ver inteira. Na verdade, não há um par de olhos neste saguão que não esteja sobre mim ou Conway agora. Embora sejamos os heróis, também somos os monstros que podem destrui-los com a mesma facilidade com a que os salvariam.
— Este será nosso quartel improvisado — explica meu marido. Isso justifica a mesa crua, o projetor simples e toda a atmosfera de bagunça que nos rodeia. Nós havíamos decidido que o quartel seria fixado na Academia. Contudo, ao que parece, o ataque surpresa fez com que os planos fossem alterados. — Ginger deu a ideia.
— Eu disse que seria um bom disfarce — esclarece ela, um sorriso morno nos lábios livres de maquiagem. Mesmo sem toda a arrumação capitalesca, ela ainda é linda. A cor de violeta nas pontas de seus cabelos é a única coisa que dá uma pista sobre suas origens, e eles estão presos em uma trança discreta. Reparo que as mãos da estilista tremem sobre a mesa. Ela deve estar preocupada com Grill, que neste momento deve estar infiltrado em meio a uma leva de Pacificadores. Meu coração também teme por ele, por Vali.
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73ª Edição dos Jogos Vorazes
FanfictionVencer através do sangue dos inocentes nunca foi nada além de um mero detalhe no caminho para a glória na vida de Syrena Jaeger. Fruto do breve relacionamento entre um par de vencedores do Distrito 2, a garota passou seus anos se preparando e sonhan...