▪︎ 16 ▪︎

14.8K 1.2K 284
                                    

Levanto-me da cama lentamente e caminho em direção da porta com passos contados

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Levanto-me da cama lentamente e caminho em direção da porta com passos contados. Hoje pela manhã bati a droga da perna na coluna que tem perto da porta, me segurei pra caralho para não xingar a geração inteira do arquiteto que construiu essa casa. Abro a porta do quarto e dou espaço para o Bambino sair, saio do quarto encostando a porta e caminho em direção às escadas no fundo do corredor.

Destranco a porta e a abro, vendo o cômodo organizado. Caminho até os painéis na parede e pego um fuzil, verifico as munições, vou em direção a cabine e coloco os fones. Mandei fazer esse local para me distrair, mas o usei por poucas vezes. Destravo a arma e atiro no alvo, que está por volta de sete metros de distância, e o acerto na testa.

Tiro me acalma, não sei o motivo. Quando criança, meu pai me levava para ir com ele em um campo de futebol, ele ia lá para treinar a mira. Aprendi a manusear uma arma com ele, o mesmo quando podia, ia comigo lá. O campo tinha um muro e neles meu pai colocava uma garrafa e alguns ursos, ele colocava uma espingarda em minha mão e treinava a minha mira. Comecei a treinar com sete anos de idade, na primeira vez quase perdi um dente com o forte impacto da arma. Meus pais tinham o jeito fechado, mas eles eram boas pessoas e até que amorosas, se assim posso dizer.

Atiro em direção ao tórax do alvo e bufo ao acertar o peito, retiro o carregar vazio e pego um novo, coloco ele no fuzil e volto a mirar no alvo, aperto o gatilho e fuzilo ele. Minha mãe odiava que eu mexia com arma, ela pensava que eu iria matar qualquer um na rua. Eles não queriam que eu me envolvesse com o mundo do crime, eles queriam que eu tivesse uma vida mais digna, mas após a morte da minha mãe, meu pai mudou de ideia e começou a me ensinar a aprender defesa pessoal e táticas de tortura.

Conheci Ashton quando tinha dezessete anos, nós nos esbarramos na rua por acaso e ele me xingou, na época eu era esquentadinho e acabei pegando ele na porrada. Lembro que sai rolando no meio da rua com Ashton e por pouco não fomos atropelados, foi estranho.Guardo o fuzil na parede após começar a sentir a minha perna doer e saio da sala e entro na porta lateral, ninguém que está lá embaixo a enxerga, apenas se subir aqui. Coloco a senha nela e rodo a chave, abro a porta lentamente e entro vendo a parede dourada com um berço no centro. Encosto a porta atrás de mim e caminho em direção a grande janela, me encosto no batente da porta e encaro o local.

A mais o menos quatro anos, eu vi um casal em um parque. Havia acabado de fazer uma execução e estava à espera do pagamento, e foi quando vi esse casal, eles vinham com um carrinho de bebê e se sentaram de frente para o banco onde eu estava. Por algum motivo eu não consegui desviar o meu olhar deles, e quando ouvi o choro da criança, algo dentro de mim se acendeu, uma vontade de sentir aquilo e de ser amado. Eu nunca havia tido esses pensamentos, eles vieram sem o menor sentido.

Por Trás Dos Seus Olhos - Livro únicoOnde histórias criam vida. Descubra agora